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Parcerias que podem dar certo! – por Luciana Manica

Convenhamos, destinar ao Professor Pardal a missão de trazer rendimentos suficientes para o seu invento, permitindo que o mesmo permaneça enclausurado num laboratório, é pedir demais. Ao mesmo tempo, querer que um empresário, preocupado com a produção, comércio, metas e concorrência pare para estudar um problema técnico da sua mercadoria também parece complicado. E o Estado, que tem a ambição de um país desenvolvido econômica e socialmente, com tecnologia de ponta, pode e deve dar a sua contribuição.

Pensando nas potencialidades de cada ator (instituições de ensino privadas ou públicas, empresas e Estado) foi delineada a Lei de Inovação (Lei Federal n° 10.973∕2004) que permitiu parcerias entre instituições de pesquisa, universidades e firmas, buscando reforçar suas relações e incentivar a inovação, representando o mecanismo legal do governo para ampliar o número de registros de patentes no país, bem como para oportunizar a transferência de tecnologia entre instituições e empresas.

Essa lei possui três vertentes: a primeira preocupa-se com a constituição de ambiente propicio às parcerias estratégicas entre as universidades, institutos tecnológicos e empresas, a segunda estimula a participação de instituições de ciência e tecnologia no processo de inovação, e a terceira dedica-se ao incentivo à inovação na empresa. Desse modo, o liame entre os citados atores perfaz a chamada tríplice hélice.

A transferência de tecnologia universidade-empresa (TTUE) vem adquirindo importância estratégica em muitos países, pois representa fonte de recursos para a pesquisa acadêmica, inovação para as empresas e desenvolvimento econômico para os governos. Dentro destes centros das universidades, recebem destaques os NIT´s (Núcleo de Inovação e Transferência de Tecnologia), as incubadoras de empresas e os pesquisadores com perfil voltado para pesquisas aplicadas.

A Petrobras, por exemplo, mantém parceria P&D com Universidades e Institutos de Pesquisas (ICTs), tendo possibilitado o desenvolvimento de diversos produtos e tecnologias com a criação de 165 Laboratórios, bem como reforma e ampliação de outros 268 até o ano de 2013. Essa relação entre Petrobrás e ICTs não fica restrita a tais laços, pois permite a parceria com diversas outras empresas, gerando emprego e fomentando a pesquisa.

Já a Agência de Gestão Tecnológica da PUCRS é um órgão institucional que atua como agente facilitador do processo de interação Universidade – Empresa – Governo, estimulando e viabilizando o desenvolvimento de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I). Ela fornece assistência jurídica, bem como aproxima os atores para conquistar o desenvolvimento econômico, social e cultural da região.

Nesse sentido, o Santa Maria Tecnoparque aliou diversas instituições de ensino (privadas e pública), poder público e associações privadas visando promover o desenvolvimento regional sustentável, fomentando o empreendedorismo e a retenção do capital humano na região, ao promover o desenvolvimento científico, tecnológico e a inovação.

Merece destaque a Universidade Federal de Santa Maria, sabedora da importância do diálogo aberto entre esses três pilares, aliada à sua estratégica posição geográfica, minada de estudantes e pesquisadores dos diferentes cantos do Brasil e exterior, traz o Salão de Inovação e Empreendedorismo de 2014 (de 24.11 a 28.11), que irá abordar e debater cases de sucesso que certamente irão abrilhantar o evento, demonstrando que parcerias como esta dão certo!

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4 Comentários

  1. Concordo! Fazem e acontecem com as Leis, até porque elas são feitas por Eles. Mas vai de cada um usá-la para o bem e não para o mal. Desconheço as demais informações, mas é fato, cada vez mais curiosa estou! Até porque vamos saber com as palestras, o que fim deram com a Lei de Inovacao, incentivos fiscais e outros bichos mais!

  2. Salve!
    Só que não é temor. A terceirização existiu ao menos num lugar, não sei se perdura. Hecha la ley, hecha la trampa. E as brechas não caíram do céu, lobby pesado em cima. Brasil não tem um padrão de tomada elétrica só dele de graça.
    Felizzola, séculos atrás, mandou um representante para um palestra por aqui. Na época era só um dos donos da Altus de POA. O substituto na época não comprometeu mas não é a mesma coisa. A Altus foi uma das empresas que realmente se beneficiou da reserva da informática muitos anos atrás. E mais interessante é que o pessoal que fundou a Altus saiu de um laboratório de eletronica do instituto de física e não da engenharia. Deste mesmo laboratório saiu a primeira pós graduação em computação que deu origem ao instituto de informática.
    A HT Micron é uma joint venture com uma empresa sul coreana e está situada no Tecnosinos. Pelo conjunto, é uma palestra que vale a pena.

  3. Ola GEF!
    Parafraseando Juarez de Freitas, numa palestra havida na PUCRS, anos atras, "basta legislar". Se todos cumpríssemos o que prevê a constituicao federal, fazendo uso de princípios, como o da razoabilidade e proporcionalidade quando em litígio direitos fundamentais, tudo seria uma maravilha. Mas o homem distorce e faz em proveito próprio. Assim, existem outros órgaos para fiscalizar esse temor apontado por você.
    Quanto ao evento, temos o costume de não valorizar o que é de casa. Tem gente de fora, talvez esses aprendam algo com o que os palestrantes locais possam oferecer. Bora lá ver qual é! Confesso que também estou curiosa!

  4. Leis bonitas que dão brecha para empresas contratarem mão de obra terceirizada em atividade fim, talvez sem pagar todos os direitos trabalhistas. E só aparecer a palavra bolsa no meio do contrato.
    Petrobrás faz muita terceirização, inclusive no P&D. Concentram o corpo técnico próprio em operação e geologia.
    Problema do seminário, principalmente com gente tão proxima. Concorrencia. Outro, o convidado pode não mandar a real, não vai querer ofender as suscetibilidades locais. Então, tudo é muito bonito, tudo está no caminho certo, sem críticas.
    Felizzola é uma palestra interessante (se aparecer, corre-se o risco de aparecer um representante). O sujeito da UFRGS é economista, logo aproveita-se. O da PUC é da área de informática, deve valer a pena. O Secretário de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Estado do Rio Grande do Sul é doutor em história social, logo a palestra dele deveria ser de melhor proveito no polo técnológico de Lavras do Sul.
    Stara e Lifemed, interessantes. Quota da casa não pode faltar e nem um pouco de marketing.

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