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O shopping popular e o espaço público

Mais um artigo acaba de chegar, fomentando o debate em torno do shopping popular. Mas num enfoque diferente daqueles que temos recebido – simplesmente contra ou a favor. Quem escreve é o próprio presidente do Legislativo. Ei-lo:
     
      A NECESSIDADE DO DIÁLOGO
     
      Júlio César de Almeida Brenner
      Vereador
     
      A intenção da Administração Municipal de reorganizar a ocupação do espaço público no centro da cidade é uma iniciativa que vai ao encontro de uma urgência social que precisa de soluções, entretanto, a abordagem do problema está perdendo o foco para um cenário de jogo de interesses, fragmentando uma discussão social e urbana. O camelódromo e o espaço da feira permanente de artesanato distanciaram-se de seus objetivos iniciais, tanto pela deterioração e improviso como pela idéia de “propriedade particular” de um espaço que é público, gerando graves distorções. Parece-me que essa questão não pode ser tratada sob a perspectiva estética ou higienista, não é justo conceber o espaço urbano apenas como paisagístico quando se trata de uma prática social pela subsistência, são trabalhadores que estão ali, pessoas que foram compelidas a buscarem novos espaços diante da precarização das relações de trabalho. Expliquemo-nos: o projeto de lei em tramitação na Câmara, uma vez aprovado, autorizará o poder Executivo a adquirir, pela melhor conveniência econômica, um prédio antigo em área privilegiada. Por enquanto, nada, além disso. A criação de um “Shopping Popular” dependerá tanto de recursos financeiros como de habilidade em negociar o deslocamento dos trabalhadores informais das ruas para esse local fechado. São relevantes ainda as questões que implicam quem irá, que “tipo” de produtos serão comercializados e/ou que taxas incidirão sobre a ocupação dos novos espaços. Adquirir o prédio é apenas um entre os obstáculos à frente da reorganização da prática do espaço urbano. Remover as instalações do camelódromo e da Feira do Artesanato requer ainda a revogação de legislação que disciplina o uso das respectivas áreas. E para revogar uma lei é requerida uma nova lei e, como tal, novos debates em torno de novos interesses em jogo. Uma lei só é aprovada após o debate exaustivo entre os que defendem e aqueles contrários a um determinado projeto. E, salvo na unanimidade, a vitória no debate se dá pelo argumento convincente e pelo equilíbrio nas posições. Diálogo e prática um substanciando o outro.

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