Empatia – por Liliana de Oliveira
A capacidade psicológica de se colocar no lugar do outro chama-se empatia. Em princípio, nós humanos, somos seres empáticos. Exatamente por sermos empáticos muitas vezes nos solidarizamos com os outros. Nos solidarizamos com um colega que passa por um mau momento, com uma vizinha que ficou desempregada, com uma amiga que está doente, entre outras coisas. Entretanto, parece que nossa capacidade de se colocar no lugar do outro tem dado lugar ao egoísmo.
Somos tão egoístas que muitas vezes nos esquecemos de nos colocar no lugar do outro. Há uma espécie de descompasso entre o que pensamos e desejamos para nós e para aqueles que amamos e o que pensamos e desejamos para os outros. Esse descompasso mostra a fragilidade da empatia e a força do egoísmo.
Muitos, quando tem um familiar doente, se ausentam. Porém, quando estão doentes querem ser amados e cuidados. Muitos desejam todo o bem a seus filhos, porém maltratam os filhos alheios. Muitos defendem que menores devem ser punidos, porém quando seus filhos são punidos se ressentem. Muitos gostam de receber, mas não sabem doar. Muitos são implacáveis com o outro, mas extremamente generosos consigo e com os seus. Afinal, por que não conseguimos nos colocar no lugar do outro?
Desconfio que nosso egoísmo seja tanto que nós só conseguimos nos colocar no lugar daquele que amamos pois ver aqueles que amamos felizes nos faz felizes. Diferente do que pensamos, quando uma mãe faz tudo pelo seu filho ela não está agindo de modo altruísta. Muito pelo contrário. Fazer para o filho é fazer para si mesmo. Afinal, ver seu filho feliz a faz feliz.
Alguns tantos defendem a importância de ter filhos e consideram aqueles que não têm egoístas por não abrirem mão de suas vidas em função de um outro. Entretanto, um dos motivos pelos quais muitos dizem ter filhos é a preocupação com os cuidados na velhice. Ou seja, filhos são garantias para o futuro. Mais uma vez, temos filhos para satisfazer nossos desejos mais egoístas.
Parece que o egoísmo, assim como a empatia, é marca da condição humana. Mas, infelizmente parece que o egoísmo tem ganhado força. Bom mesmo seria se conseguíssemos cada vez mais nos colocar no lugar no outro. Se colocar no lugar do outro não para dizer o que ele deve fazer, mas para entendê-lo. Se colocar no lugar do outro, para que possamos desejar ao outro o mesmo que desejamos aqueles que amamos. Se colocar no lugar do outro para que possamos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem a nós mesmos. Se colocar no lugar do outro, para sermos e pensarmos diferente. E quando a empatia prevalecer talvez possamos olhar de modo amoroso para os filhos dos outros como se fossem os nossos.
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