As causas são várias. Provavelmente a principal delas seja o fim da redução do IPI, que beneficou a indústria automobilística e os consumidores durante vários anos. Mas há outro fator a ser considerado, com certeza: a retração do crédito, por conta do aumento dos juros. E se poderia acrescentar um terceiro, também relevante: a cautela dos compradores.
Isso tudo junto ou parte disso explica porque houve uma redução na comercialização (e no emplacamento) de carros novos (automóveis e comerciais leves) em Santa Maria, no mês de janeiro. Todas as comparações são desfavoráveis.
Fiquemos com a mais correta, na opinião deste editor: na comparação com o mesmo período de 2014 foram 435 carros emplacados agora em Santa Maria, 19% menos que os 539 do ano passado. Se quiser ir um pouco mais para trás, também é menor que os 527 de janeiro de 2013.
A segunda comparação possível é desleal. Afinal, dezembro sempre foi um mês de grande movimento no comércio de automóveis, acrescentando-se que o último dezembro foi o derradeiro com IPI reduzido. Então, temos que em dezembro foram 789, ou 45% mais. Os dados são do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam).
Perspectivas de recuperação sempre existem, da mesma forma que o otimismo. Mas é bom ter cautela com o restante do ano e, especialmente, agora em fevereiro, em que há menos dias úteis para venda, inclusive por conta do carnaval.
Quem tinha carro antes da redução do IPI (e outras coisas) perdeu dinheiro. Usados passaram a valer pouco mais que nada. Muitos revendedores de carros usados quebraram. Agora pode virar a maré, carros quase novos podem inundar o mercado por preços convidativos. E as revendedoras vão ter que se virar com peças e serviços.