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TECNOPARQUE. Para superar crise, planejamento estratégico revisto. Meta: dobrar número de empresas

Complexo construído no Distrito Industrial reúne cinco empresas, segundo a direção
Complexo construído no Distrito Industrial reúne cinco empresas, segundo a direção

Por MARCOS FONSECA (texto e foto)

Para superar o difícil momento em que se encontra hoje, o Parque Tecnológico de Santa Maria (Santa Maria Tecnoparque) precisa ampliar o número de empresas instaladas. Para atingir esse objetivo, é necessário rever o planejamento estratégico. Essa será a meta da reunião do Conselho Gestor do Tecnoparque marcada para o próximo sábado, 21. Os conselheiros irão se reunir pela manhã na sede do empreendimento, no Distrito Industrial, para debater e ajustar o modelo adotado.

O foco do parque está bem claro: dobrar o número de empresas de tecnologia até o final de 2015. A informação é da diretora-presidente do Santa Maria Tecnoparque, Nilza Zampieri. Ela acredita no modelo adotado, que prevê dar preferência a empreendedores locais e regionais. “A gente quer empresas para trazer desenvolvimento para a região”, diz.

Segundo a gestora, hoje há cinco empresas instaladas. Número que já leva em conta a baixa da KMW, que decidiu sair do parque é levar seu núcleo de criação de simuladores para dentro da fábrica que irá inaugurar até junho. O assunto foi tema de reportagem exclusiva PUBLICADA neste site em 5 de março.

Nilza acredita no modelo adotado. Meta deste ano é chegar a 10 empresas (foto Reprodução)
Nilza acredita no modelo adotado. Meta deste ano é chegar a 10 empresas (foto Reprodução)

Nilza afirma que a meta é chegar a 10 empresas no parque até dezembro. O caminho não é fácil. Requer muita prospecção no mercado em busca de interessados em montar um negócio dentro do Tecnoparque. A diretora-presidente assegura que, nesse sentido, sempre há empresários em busca de informações sobre o parque santa-mariense. Mas aí entram algumas barreiras. Uma delas é a atual instabilidade econômica do Brasil. Os protestos contra o governo da presidente Dilma Rousseff fizeram muitas empresas que planejavam ampliar seus negócios pisarem fundo no freio. “As empresas estão revendo seus planejamentos”, diz Nilza.

Diante de um cenário econômico nacional fragilizado, resta aguardar. Ao mesmo tempo, a direção do Tecnoparque precisa encontrar meios de sobreviver à falta de recursos. Hoje, a receita com o aluguel de salas e o repasse de R$ 20 mil mensais da Prefeitura é menor do que a despesa, que chegaria a R$ 30 mil.

Conforme Nilza, o contrato de repasse assinado com o Município está sendo revisto. Ela crê que o prefeito Cezar Schirmer (PMDB) irá compreender a situação. “Esperamos que o prefeito tenha a visão do futuro do parque”, diz.

Até onde se sabe, Schirmer já teria demonstrado resistência ao aumento do repasse mensal. Ao menos, não antes de uma mudança de perfil do Parque Tecnológico. O desejo dele é que grandes empresas nacionais e internacionais sejam atraídas para Santa Maria. Nilza Zampieri não descarta essa possibilidade. Concentrar empresas de fora, de acordo com ela, é também uma das visões do Santa Maria Tecnoparque.

Incubadora da UFSM: quatro anos para deslanchar

Professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Nilza Zampieri foi pioneira na implantação de incubadoras tecnológicas no país. Trata-se de um projeto universitário que busca apoiar novos empreendedores, tanto de projetos gestados por alunos da UFSM como de empresas de fora. A Incubadora Tecnológica de Santa Maria (ITSM) já tem 20 anos e graduou (lançou no mercado) 30 empresas. Atualmente, há 15 em funcionamento e estão abertas vagas para novos empreendimentos.

Segundo Nilza, implantar a incubadora foi ainda mais difícil que o Tecnoparque, pois era algo novo no país, diferentemente dos parques tecnológicos. Ela lembra que foram necessários quatro anos de trabalho para o projeto deslanchar. Prazo que, no caso do Santa Maria Tecnoparque, a professora acredita que será menor (o parque tem um ano).

Os parques tecnológicos são, inclusive, tese de doutorado de Nilza. Ela estuda esse modelo de desenvolvimento do setor tecnológico há muitos anos e acredita que o Santa Maria Tecnoparque tem um futuro promissor. “Não acredito que (o parque) está ameaçado. Ainda acredito no modelo”, assegura.

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3 Comentários

  1. Pelo que tenho tido informações do parque o número de empresas está mais para as três informadas em reportagem anterior do que para as cinco informadas nesta.
    A não ser é claro que os demais gestores também tenham aberto suas empresa no parque à exemplo do Gestor Executivo.

  2. Quais são as 5 empresas alocadas lá? Já ouvi falar em 2, 3 e 10, mas nunca se sabe quais são.

    Mudar o planejamento é ótimo. Aumentar a transparência e oferecer subsídio para quem se instalar também.

  3. Tecnológica depois de incubadora é uma palavra muito forte. Principalmente no Brasil. Sujeito pode entrar num lugar destes e encontrar um estúdio fotográfico. Ou uma empresa que produz software para automação de estacionamentos. Não é raro encontrar prestação de serviços (engenharia, agronomia). Representantes comerciais também aparecem (torneiras, máquinas de café, etc.). Paisagismo também aparece. Como muita empresa grande por aí, é moda, falam muito em sustentabilidade e inovação. Parece que tem uma 3M em cada esquina.
    Planejamento estratégico e modelo não acredito serem problemas. Se uma empresa grande quisesse se instalar aqui mudava-se isto de uma semana para outra.
    A análise SWOT da aldeia às vezes parece que não tem nem o W e nem o T.

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