CidadaniaPolítica

EDITORIAL. Ditadura nunca mais. Nunca meeesmo!

No Rio, protestos contra a corrupção também reuniu (argh) apoiadores da intervenção militar
No Rio, protestos contra a corrupção também reuniu (argh) apoiadores da intervenção militar

Que este editor é ferrenho defensor da democracia, todos os leitores sabem. Especialmente aqueles (e não são tão poucos assim) utilizam-se do espaço destinado a comentários para contrapor opiniões ou pensamentos do sítio. É assim que funciona: respeito de lá e de cá. Sem ódios ou rancores: apenas respeito. Respeito. Respeeeeito. E liberdade absoluta de opinião, o que não existe nas ditaduras. Nestas não dá para defender a democracia. Já o oposto vale, tanto que vemos alguns pelas ruas propondo a volta do periodo das trevas.

Pois bem. O texto abaixo não é deste editor. É do portal Congresso em Foco, um dos melhores do país a tratar das questões políticas tendo como base Brasília. A reprodução, na íntegra, se deve a uma singela razão: é exatamente a mesma opinião deste editor. Sem um só reparo. Acompanhe, com foto de Tania Rêgo, da Agência Brasil. A seguir:

Editorial: ditadura nunca mais!

…Os cartazes da foto ao lado em favor da intervenção militar, vistos nas manifestações de 15 de março e 12 de abril em várias cidades brasileiras, exalam o bolor dos 51 anos que se passaram desde que apelos semelhantes foram erguidos pela primeira vez, em 1964. Combater a corrupção, derrotar o comunismo e conter a inflação eram as palavras de ordem nos quartéis às vésperas do golpe que derrubou o presidente João Goulart. O que muitos manifestantes de agora parecem desconhecer é que, além de instaurarem um período de trevas no país, os militares não entregaram o que prometeram.

A inflação, que era de 80% no governo deposto, saltou para quase 300% no final da ditadura. O festejado “milagre econômico”, que levou o país a alcançar taxas anuais de crescimento de até 14%, foi o momento de maior concentração de renda da nossa história. E as relações espúrias entre o Estado e empreiteiras agora devassadas pela Operação Lava Jato também remontam àqueles tempos nada saudosos. Foi um decreto do governo militar, em 1969, que fechou as portas para as construtoras estrangeiras, catapultando empresas até então regionais – como Odebrecht, OAS, Mendes Júnior e Camargo Corrêa – à condição de donas das maiores obras públicas do país.

Os militares deixaram ainda um legado de sangue. A Comissão Nacional da Verdade responsabilizou a ditadura por 434 mortes e desaparecimentos de adversários políticos. Uma das vítimas do regime autoritário, mantida durante anos sob prisão e tortura, foi uma jovem de 22 anos chamada Dilma Vana Rousseff.

Hoje na Presidência da República, Dilma é a maior algoz de Dilma. Paga caro o preço de ter vendido na campanha eleitoral um cenário que passou a desmentir a cada minuto desde que garantiu a reeleição. Negava a necessidade de tarifaço, mas foi precisamente isso o que fez com os combustíveis e a luz elétrica. Trilha os caminhos da ortodoxia econômica, os quais repudiou com toda força na condição de candidata. Na política, ela e sua assessoria são uma fonte inesgotável de trapalhadas. Na gestão, fracassou de forma retumbante na área na qual supostamente seria expert. O saldo da política energética dos últimos anos? O enterro do Proálcool, outrora motivo de orgulho nacional; a desorganização do setor elétrico; e a sangria causada na Petrobras, a começar pela proibição imposta à estatal, em nome do combate eleitoreiro à inflação, de repassar aos seus preços os custos reais.

A oposição tem sustentado que Dilma contribuiu, no mínimo pela conivência, com o bilionário assalto à Petrobras, empresa cujos passos tinha o dever de acompanhar, como presidente do Conselho Administrativo e ministra de Minas e Energia. É possível que os oposicionistas estejam certos. Que ela, assim como todos os demais envolvidos, pague por seus erros. É ainda bastante saudável que o povo vá às ruas expressar sua insatisfação. O que não dá para aceitar, inclusive por se tratar de prática explicitamente vedada pela ordem constitucional vigente, é que se utilize da liberdade existente para virar a mesa da nossa ainda precária democracia. Porque ditadura, amigas e amigos, nunca mais!”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

Artigos relacionados

ATENÇÃO


1) Sua opinião é importante. Opine! Mas, atenção: respeite as opiniões dos outros, quaisquer que sejam.

2) Fique no tema proposto pelo post, e argumente em torno dele.

3) Ofensas são terminantemente proibidas. Inclusive em relação aos autores do texto comentado, o que inclui o editor.

4) Não se utilize de letras maiúsculas (CAIXA ALTA). No mundo virtual, isso é grito. E grito não é argumento. Nunca.

5) Não esqueça: você tem responsabilidade legal pelo que escrever. Mesmo anônimo (o que o editor aceita), seu IP é identificado. E, portanto, uma ordem JUDICIAL pode obrigar o editor a divulgá-lo. Assim, comentários considerados inadequados serão vetados.


OBSERVAÇÃO FINAL:


A CP & S Comunicações Ltda é a proprietária do site. É uma empresa privada. Não é, portanto, concessão pública e, assim, tem direito legal e absoluto para aceitar ou rejeitar comentários.

4 Comentários

  1. Alarico teu comentário esta correto pois esse tal de GEF ou Brando deve se achar enciclopédia de defesa da direita ou tem alguma neurose da esquerda ou do PT.Conselho procura uma analista ou te informa melhor.

  2. O GEF ou obrando quer se constituir, além de líder dos reaças, no rei dos trolls.
    É um enciclopedista de direita, mas ganhou o título de muiiiito inteligente. A inteligência, em si mesma é, no mínimo, neutra, assim como a tecnologia, que tanto pode ser usada para o bem, quanto para o mal.
    Mas ele fala para os incautos ou desinformados e, pra estes, seu discurso retro tá ótimo.

  3. Outras do chinelismo. Representante da China em Davos disse que todo mundo falava do crescimento chinês e ninguém dizia que era insustentável e que a inflação comia solta por lá.
    Aqui, Dilma falava que era contra o combate à inflação que prejudicasse o crescimento. A idéia era tolerar inflação para alavancar o crescimento. Como na época dos militares. Como se estivessem correlacionadas. Todos os "reaças" berrando que estava errado. Culpa da Veja que fomentou a crise.
    As construtoras citadas são as mesmas que, segundo alguns, param o país se forem declaradas inidôneas. Que dão passeios de jatinho. Que constroem em Cuba, no Equador, na Argentina e na Bolívia. Que devem uma nota preta para o BNDES. Esqueceram das "campeãs nacionais"?
    A dívida externa cresceu durante o regime militar. Lula socou 10 bilhões de dólares no FMI (uma merreca para eles). Quando as reservas chegaram no mesmo valor da dívida, disse que ela tinha sido paga. Em fevereiro chegou a U$350 bilhões, basta olhar o site do Banco Central.
    Obras faraônicas? Transposição do São Francisco, hidrelétricas a fio d'agua para não perder muitos votos dos ambientalistas e por aí vai.
    Diacho é que se tentam te fazer de bobo e tu ficas quieto, pode ser que tu sejas bobo mesmo.

  4. A foto é da Agência Brasil (mais chapa branca impossível). Foca um canto da manifestação onde estão concentrados os que pedem intervenção militar, fazendo parecer que são um número maior. Como se nas manifestações todo mundo fosse responsável pelo cartaz que o desconhecido ao lado carrega. O objetivo é desqualificar as manifestações e aumentar a legitimidade do governo. Raciocínio tosco, mas fazer o quê, é assim que os caras pensam.
    Corrupção existe, inflação está acima da meta e no comunismo muitos ainda acreditam. Não só no PT, no PCdoB, no PSB, no PSOL e no PSTU também. Gente que prega o bolivarianismo, que pensa que "o muro de Wall Street caiu em 2008, nossas idéias estão salvas".
    Depois vem o chinelismo, sujeito pensa que é jornalismo, mas é só chinelagem mesmo. A inflação na época do Jango era pouco mais de 80% em um dos índices. Noutro era 90%. Pelo mais baixo, caiu para 57% em 1965 e 38% em 1966. Para simplificar, ocorreram duas grandes crises do petróleo. Imagine acordar e o preço da gasolina chegar a 12, 15 reais o litro. Obras faraônicas. Dinheiro do BNDES a preço de banana para empresas. Aí que a porca torce o rabo, a política econômica da Dilma no primeiro mandato foi muito parecida com a do Geisel. Deu no que deu.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo