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POLÍTICA. Tarso nega que pretenda concorrer a algo no Rio de Janeiro. Mas defende Frente contra o PMDB

Tarso nega pretensões de concorrer a cargos no Rio, mas defende frente de oposição ao PMDB
Tarso nega pretensões de concorrer a cargos no Rio, mas defende frente de oposição ao PMDB

Foi um dos grandes temas políticos da última semana. Primeiro, a notícia (veemente e irritadamente desmentida por Tarso Genro) de que o ex-governador gaúcho poderia estar se mandando do Rio Grande para o território carioca e lá, fazer política. Mais: dando a entender que poderia, inclusive, transferir seu domicílio eleitoral e concorrer.

Bueno, parece não ser beeem assim. Ou quase nada assim. Mas o fato é que Tarso não nega sua tentativa de mudar o PT “por dentro”. E um dos passos, senão o principal para ele, no momento, é exatamente confronter a aliança entre petistas e peemedebistas no Rio de Janeiro e, inclusive, se aproximar de outros partidos para a formação de uma Frente de Esquerda.

Nesse sentido, pode ser bastante elucidativo o material publicado pelo jornal O Globo na sexta-feira, em que traz uma entrevista ampla com o ex-governador gaúcho. A reportagem é de Cássio Bruno, com foto de Reprodução. Acompanhe:

‘O PMDB não é ameaça, é uma realidade conservadora’, diz Tarso Genro

…Prestes a comprar apartamento no Rio, o ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), nega, em entrevista por e-mail, pretensões de concorrer a cargos na cidade, mas defende a frente de esquerda que articula para fazer oposição ao PMDB fluminense em 2016.

Qual é sua proposta de criar essa frente de esquerda no Rio?

Não tenho uma efetiva proposta de criar uma frente de esquerda no Rio. Não tenho liderança nem estatuto político para criar qualquer coisa no Rio. O que tenho feito é discutir com companheiros do PT e de outros partidos de esquerda, acadêmicos, intelectuais e líderes de movimentos sociais a necessidade de pensarmos uma nova forma de coalizão, uma nova frente política para dar sustentação a mudanças sociais e econômicas mais profundas e adequadas ao futuro do país, que já mudou muito, e, como se vê da crise europeia, precisa mudar mais para não retroagir.

O que o levou a desembarcar no Rio?

Não estou “desembarcando” no Rio. Estou montando uma segunda moradia para passar alguns dias do mês no Rio, com minha mulher e minhas filhas. Gosto da cidade (quem não gosta?) e julgo que o Rio de Janeiro deve aumentar muito mais o seu protagonismo político nacional porque isso será bom para o Brasil. Atualmente, a influência do PMDB carioca sobre o governo Dilma não é uma influência progressista e aberta, dialógica e produtiva. É de uma pressão conservadora. Isso não é bom, nem para o Rio, nem para o país.

O que precisa ser mudado no PT do Rio?

Não tenho opinião sobre o que deve ser mudado no PT do Rio em especial. Nem trato disso nas minhas conversas.

O que achou da reação de petistas do Rio contra sua articulação?

Acho que a reação é normal, afinal a maioria do partido está profundamente ligada ao PMDB e é liderada por ele. Assim, defende esta ligação como positiva para o PT e para o governo Dilma. Eu não tenho a mesma opinião. Acho até mesmo que, pela reação irritada de alguns companheiros a respeito da possibilidade de nós termos candidato próprio (no Rio) – numa frente de esquerda, democrática e plural -, esta irmandade total com o PMDB não está muito firme.

O senhor pretende ser candidato a prefeito do Rio em 2016 ou a outro cargo no estado?

Não pretendo ser candidato a nada mais. Já esgotei a minha cota de participações eleitorais. Não sou uma liderança nacional, como (o ex-governador Leonel) Brizola era, para me deslocar para um outro estado e vencer eleições. Vou ajudar meus companheiros do PT e da esquerda, a formarem uma nova articulação política. Não só no Rio, mas em todo o país, para dar uma melhorada no nosso sistema de alianças, que está visivelmente esgotado e tende a puxar nosso partido e nossos governos para opções conservadoras…”

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