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Outro olhar. O que pensa sobre Yeda Crusius analista que vive fora do RS. Mas não do mundo

Murillo de Aragão é, muito provavelmente, o mais solicitado consultor independente do País, quando o assunto é análise política, conjuntura e também estratégia. É o presidente da Arko Advice – Pesquisas e Análise Política, contratada por empresas dos mais variados tamanhos (normalmente grandes organizações) para dar seus pitacos. Algumas delas, claro, com interesses no Rio Grande do Sul.

 

Não é a toa, por exemplo, que Aragão, semana sim, semana não, fala às emissoras de rádio da Província, apitando em questões regionais e/ou nacionais. Pois é dele, mestre em ciência política e doutor em sociologia pela Universidade de Brasília, o artigo a seguir. Publicado originalmente na página de Ricardo Noblat na internet ele trata especificamente de Yeda Crusius e do governo gaúcho. Que ele… bem, leia você mesmo:

 

“Yeda caminha para o isolamento político

 

A devastadora derrota do Plano de Recuperação do Estado na Assembléia Legislativa confirmou que o governo Yeda Crusius vive um sério problema de articulação política. Mesmo contando com uma base nominal de 32 dos 55 deputados, há uma séria crise de fragmentação na base aliada. Como o PSDB (cinco deputados) tem um peso reduzido em relação ao PP (nove deputados) e PMDB (nove deputados) dentro da coalizão, o Palácio Piratini depende desses dois partidos da base política para aprovar as matérias de seu interesse (PTB com quatro e PTB com cinco deputados também apóiam a governadora). Porém, o governo tem sido incapaz de captar o sentimento da base. Como conseqüência, os aliados não se comportam como partidos de governo. Em menos de um ano, a governadora sofreu duas derrotas importantes, perdeu aliados (PDT e DEM) e vê sua impopularidade aumentar.

 

No entanto, nenhum dos erros cometidos se compara ao ocorrido na última semana. As indefinições da base em relação ao polêmico projeto de aumento de ICMS e a fraude no Detran, que atingiu a cúpula do PP, eram indícios de que o pacote deveria ser retirado da pauta na sexta-feira passada. Porém, a governadora insistiu em exibir comando e enfrentou a base aliada. O resultado não poderia ter sido outro – a proposta foi rejeitada por 34 votos a zero.

 

O governo continua a operar sem entender o que está se passando no Legislativo gaúcho. Ao invés de tentar uma nova forma de relacionamento com os aliados, a governadora e seus secretários partem para o enfrentamento com os partidos e empresários que não apóiam sua agenda. O cenário que se desenha é sombrio. Além do agravamento da crise das finanças públicas, estabeleceu-se uma crise política. Como a governadora fala em recompor sua base, está surgindo um novo governo Yeda Crusius. Mas isso não será tarefa fácil, pois a coalizão ficará ainda mais reduzida.

 

Segundo informações divulgadas pelos meios de comunicação, o PP deverá sair da base de apoio. Isso não é bom para os interesses do governo, na medida que os progressistas têm nove deputados. Com o PP fora, os tucanos deverão ter o PMDB como principal partido de sustentação. Em termos de governabilidade, isso é preocupante, pois os peemedebistas possuem projeto de poder para 2010 e disputam o protagonismo da frente anti-PT com os tucanos. A longo prazo, o PMDB terá dificuldades de sustentar um governo impopular. Além disso, o rompimento com o PP dissolverá o eixo político de centro-direita que estava sendo construído. Nunca é demais lembrar que o PSDB é um partido sem estrutura no Rio Grande do Sul. Por isso, a aliança com o PP é fundamental.

 

Neste primeiro momento, o Piratini está fazendo uma leitura equivocada da crise. A infidelidade dos partidos manifestada no plenário da Assembléia é conseqüência do descontentamento generalizado com a forma com que o Executivo se relaciona com os deputados, e não uma crise dos partidos políticos…”

 

SUGESTÃO DE LEITURA – confira aqui a íntegra do artigo de Murillo de Aragão, publicado por Ricardo Noblat.

 

 

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