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ANÁLISE. A vitória de Sartori é insofismável. Mas a garantia de sucesso é incerta. Sem falar no método…

Sartori: num ambiente de recessão nacional, impacto do tarifaço pode ser desastroso
Sartori: num ambiente de recessão nacional, impacto do tarifaço pode ser desastroso

O sítio tem publicado avaliações acerca do desempenho do governador José Ivo Sartori no campo parlamentar. Para se concordar ou não. E o contraponto é bem vindo, dos que assim desejarem. Agora, você vai conferir o que escreve um dos mais experientes jornalistas gaúchos. No caso, Elmar Bones, editor do jornal Já, da capital do Estado e que, mesmo não sendo da chamada “grande mídia”, coleciona inclusive prêmios Esso, a ainda principal honraria do jornalismo brasileiro.

Ele é cirúrgico na sua análise. Reconhece a vitória do governador, mas avalia a que custo isso ocorreu e a falta de garantia de que, ao final, tenha sucesso. Bem, mas o melhor mesmo é conferir. Ah, as fotos são de Marcelo Camargo/ABr (Sartori) e Matheus Chaparini (dia da votação). A seguir:

Nem no tempo da ditadura, os militares ousaram cercar o parlamento gaúcho. Já agora....
Nem no tempo da ditadura, os militares ousaram cercar o parlamento gaúcho. Já agora….

Vitória de Sartori: ainda é cedo para comemorar

O governador José Ivo Sartori conseguiu vitórias aparentemente notáveis nestes primeiros nove meses de governo.

Duas delas já seriam consagradoras:

1)  A aprovação de uma previdência complementar para os servidores, quebrando uma resistência de mais de três décadas das entidades representativas do funcionalismo.

2) A aprovação do maior tarifaço já proposto por um governador, desde que voltaram as eleições diretas, em 1982.

Elas foram possíveis por várias circunstâncias.

Primeiro, a postura da mídia, especialmente a RBS, que arquivou o seu discurso radical de que “o contribuinte não tolera mais qualquer aumento de impostos”.

Começou dando aval à tese de que não havia outra saída a não ser o “remédio amargo”, para em seguida dar apoio velado, quase constrangido às vezes, mas sempre decisivo para a aprovação do pacote sartoriano.

Segundo, a postura do governo, que arquivou seu discurso de campanha – da tolerância, da transparência, da discussão, do “diálogo franco e aberto”.

Começou adotando a estratégia do “bode na sala” – atrasando e parcelando o salário do funcionalismo para dramatizar a situação e, com o “auxilio luxuoso” dos formadores de opinião, criar o ambiente para o tarifaço.

O caos em setores vitais para a população, que depende dos serviços públicos de saúde e educação, o medo, a insegurança, a perda de vidas com as greves dos policiais e militares… nada disso entrou na contabilidade do governo e dos apoiadores do seu ajuste fiscal.

Por fim, considere-se o modo como o governo conseguiu suas duas principais vitórias: cercando com tropas o parlamento gaúcho, que foi um dos baluartes pela luta democrática no país e que nem os militares durante o AI-5 ousaram cercar.

Para situações limites, soluções drásticas. Mas, para um governador que na campanha se apresentou como um homem do bom senso, da transparência, do diálogo e da franqueza, soam estranhos esses procedimentos.

Quem acreditou no discurso de Sartori candidato deve estar decepcionado. E o pior é que toda essa truculência não resolve minimamente a questão central do desequilíbrio das contas.

E o impacto do tarifaço, que não foi discutido antes e, até agora, não devidamente avaliado, pode ser desastroso num ambiente de recessão nacional como o que temos.

Quero dizer: por enquanto, Sartori venceu, mas pode ser cedo para comemorar.”

PARA LER A ÍNTEGRA, NO ORIGINAL, CLIQUE AQUI.

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2 Comentários

  1. @obrando
    "A mesma prosódia flácida para acalentar bovinos de sempre. É o próprio discurso do PT com outras palavras… Ficam quem?? cara palida.
    Seus comentários, virulentamente agressivos, denotam falta de argumentos,orientação,que estas a postar sobre cidadãos eleitores.
    Nada contra o bovino.
    Sua postagem desceu ao pantano.
    Lamentavel.

  2. A mesma prosódia flácida para acalentar bovinos de sempre. É o próprio discurso do PT com outras palavras. Ficam repetindo porque simplesmente não têm capacidade para inventar outras bobagens.
    Culpa da mídia, teorias da conspiração, caos só para aprovar tarifaço e não por falta de dinheiro.
    Gringo cercou a AL, o que nem os milicos fizeram, mas a invasão para impedir votações de outro dia foi totalmente ignorada.
    Mas a maior pérola é a "falta de garantia do sucesso". O que se faz na vida com "garantia do sucesso"? Escolha da profissão? Escolha do cônjuge?
    O mesmo grupo que falava em "pessimismo" na economia no plano nacional, falava "sabemos o que estamos fazendo", provocou a crise que todo mundo conhece. É o mesmo pessoal que esta semana só falava "olha o que o Papa está dizendo!", mas uma semana antes só sabia dizer "o estado é laico".
    Só rindo.

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