“Agora talvez seja a hora de colocarmos as barbas de molho, mas essa história vai voltar ano que vem, que tem tudo para ser um ano pior ainda. E nós estaremos novamente na luta pelos nossos direitos”. A manifestação é do presidente da Seção Sindical dos Docentes, Adriano Figueiró, e, de uma certa maneira, pode ser a síntese do que ocorre na UFSM. Desenhando: não há mobilização suficiente para bancar uma greve, no ponto de vista dos líderes sindicais.
E talvez não haja mesmo é vontade de paralisar a instituição, por parte da maior parte dos seus docentes, como parecem comprovar os números da assembleia da tarde desta quarta, no campus de Camobi. Só sete entre os 167 que assinaram a lista de presença votaram pela greve. Talvez seja sintomático. Talvez. Ah, sobre o encontro, confira a versão da Sedufsm, através do relato de sua assessoria de imprensa. O texto é de Rafael Balbueno, com foto de Ivan Lautert. A seguir:
“Docentes da UFSM em Santa Maria rejeitam adesão à greve…
… Reunidos em assembleia na tarde dessa quarta-feira, 23, os professores do campus sede da UFSM, em Santa Maria, decidiram pela não adesão ao movimento grevista da categoria. Ao todo assinaram a lista de presenças 167 docentes, sendo a contagem final dos votos de 127 contrários à greve, 7 favoráveis e 17 abstenções. Como encaminhamento a plenária aprovou, por contraste visual, a realização de uma discussão sobre a expansão universitária e seus impactos na UFSM. A atividade deve ocorrer ainda em 2015.
Além de trazer novamente o debate da greve para a UFSM, a assembleia tinha como objetivo somar-se à agenda do dia nacional de paralisação, convocado pelo Fórum dos Servidores Públicos Federais exatamente para esse dia 23. A decisão por aderir a esse movimento foi tomada em assembleia realizada no último dia 18. O dia nacional de paralisação é uma resposta organizada pelo conjunto do funcionalismo público contra o anúncio do novo pacote de cortes do governo Dilma Rousseff, onde estão, entre outras medidas, o congelamento dos concursos públicos.
Motivos existem
Conforme o debate sobre a greve avançava, uma tônica permeava a maioria das falas: a ideia de que o momento de deflagrar a greve havia passado. Conforme destacou o 1º tesoureiro da Sedufsm, Claudio Roberto Losekann, a atual situação das universidades, com cortes orçamentários já aplicados e outros ainda sendo anunciados, é motivo suficiente para que a categoria pare suas atividades. Contudo, isso deveria ter ocorrido muito antes, em conjunto com as demais universidades que paralisaram suas atividades. Em avaliação similar, o conselheiro da SEDUFSM, Clayton Hillig, pontuou que, embora o momento de deflagração de greve tenha passado, a conjuntura ainda exige organização e mobilização da categoria, mas que essas ocorram de forma efetiva. “Aqui nessa assembleia não se trata de ser contra ou favorável à greve. Se trata de pensar e organizar estratégias de mobilização…”
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E desde quando o congelamento de concursos públicos afeta os direitos destas categorias? Qual é a lógica, mais gente, menos trabalho? A demanda tem que partir da sociedade, não do funcionalismo.