USTRA. Família abre velório à imprensa. Bolsonaro quer homenagem com guarda de honra do Exército
POR MAIQUEL ROSAURO
O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, natural de Santa Maria, morreu ontem (15). Ele tinha 83 anos e estava internado em um hospital de Brasília por causa de um câncer.
Na década de 1970, na Ditadura Militar, ele comandou o DOI-Codi de São Paulo, onde 45 presos políticos morreram ou simplesmente desapareceram.
Ustra era o mais conhecido torturador da Ditadura Militar no Brasil. A Comissão Nacional da Verdade o acusou de responsabilidade por torturas e assassinatos. Por sua vez, ele negava e dizia ter cumprido ordens da presidência da República e do Exército para combater organizações terroristas.
Confira abaixo matéria do Correio Braziliense sobre o velório de Ustra.
Corpo do coronel Brilhante Ustra deve ser cremado na manhã desta sexta
O Comando do Exército tentou tornar o velório do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, 83 anos, uma cerimônia fechada, sem acesso da imprensa. A família e amigos do militar, no entanto, fizeram questão de abrir o espaço da capela do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, onde o corpo do ex-comandante do DOI-CODI, de São Paulo, chegou por volta de 16 horas desta quinta-feira, 15.
Um grupo de pelo menos dez oficiais, a serviço, foi deslocado para a cerimônia de caráter privado, no intuito de controlar o velório. Militares da reserva reclamaram que a atuação do grupo não era adequada à história de Ustra. “Desde que depôs na Comissão Nacional da Verdade, em 2013, ele estava triste com o Exército. Nós fomos abandonados, atirados às feras”, reclamou o coronel da reserva Pedro Ivo Moezia de Lima, 77 anos, subordinado de Ustra no DOI-CODI, em São Paulo, nos anos 1970. “O Exército não moveu uma palha para ajudá-lo na luta pela verdade.”
A família de Ustra, porém, demonstrou cordialidade com o Exército. Um irmão do militar, o coronel da reserva Renato Brilhante Ustra, 79 anos, disse que o comando da força demonstrou “apoio total” à família. “Meu irmão soube esgrimir palavras e condutas que enalteceram as Forças Armadas”, disse. “Ele sempre disse que lutou de arma na mão, pois não se combate terroristas com flores”, completou. A mulher de Ustra, Joseíta, lembrou que viveu com o militar durante 57 anos. “Vivi com o homem mais maravilhoso que poderia existir”, disse. Ao lado dela, o tenente Prisco, da assessoria de imprensa do Exército, tentava afastar os jornalistas.
O deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) disse esperar que antes da cremação do corpo, prevista para a manhã desta sexta-feira, 16, o Exército faça uma homenagem a Ustra, com guarda de honra e entrega da bandeira nacional a Joseíta. “Ele foi um homem que sofreu e foi perseguido pela esquerda raivosa e revanchista que não abandonou seu plano de poder absoluto”, afirmou. Bolsonaro disse ainda esperar que oficiais da ativa não deixem de comparecer ao velório por receio de perder promoção a general.
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