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Millennials e o empreenderismo – por Luciana Manica

Muito fácil acreditar que é na crise que as empresas criativas conseguem ganhar mercado. Mas, antes de tudo, há que se preparar para a crise, até para as ideias fluírem. Certamente a pressão aumenta se os financiamentos estiverem estourados, a família desestruturada e os funcionários desanimados.

Mas nem tudo sai por vezes como planejado. Aí a inspiração, o plano “B”, “C” ou “D” tem que ser posto em ação. Você terá que “Pensar fora da caixa”, “Se virar nos 30” ou ainda aprender a “Saber ler o ambiente em que está inserido”.

Se você pensa que os insights vêm com profunda reflexão individual, está enganado. Segundo o pesquisador Steven Johnson, as maiores inovações precisam de espaços coletivos de atuação, desde a padaria na esquina da sua casa até o bate papo com amigos. Ok, há exceções. Eu, por exemplo, tenho ideias quando corro, acho que oxigena o cérebro e ele começa a funcionar! Então, conheça-te e te deixe imaginar, refletir, pensar.

Às vezes o que mais dá sucesso é exatamente o oposto do que se imagina. Tudo bem, ainda não pensei que vender roupa de inverno no Nordeste brasileiro seria uma boa ideia. Mas vejamos o caso Chipotle, rede de comida mexicana: um fast food que não é rápido (a espera mínima de 15 minutos); que não é barato (custa 15% mais que a concorrência); que não tem variedade (o menu traz apenas 5 itens); que não faz ofertas nem anuncia na TV; que não tem sobremesa ou mesmo cafezinho!

Resumo, um sucesso inesperado porque os Millennials assim pensam, acreditam e agem. Cada “não” justifica uma inquietação da nova geração. A comida não é servida rápida, porque os ingredientes são frescos e preparados na hora. Nenhuma das 1783 lojas possui freezer ou micro-ondas!! Não é barato, porque a carne é selecionada, sem hormônios. Não tem variedade, porque tudo é adquirido de locais próximos, sem agrotóxico. Certamente a falta de sobremesa e café é secundária à qualidade que a rede visa ofertar.

Um viva aos Millennials, pois são ambiciosos, influenciam pessoas, lançam movimentos, mudam culturas. Talvez sejam a salvação para nosso planeta. Se uma marca conseguir mobilizá-los, certos serão a propaganda  gratuita e sucesso financeiro! Mais, o maior marketing são as manifestações de apoio e admiração que se dá via redes sociais. Ou seja, a empresa Chipotle agregou valor ao associar-se a princípios.

Falando nisso, a principal diferença entre o marketing do Século XX e do XXI é que antes se buscava oferecer sabor, porções generosas e publicidade poderosa. Hoje o que você deixa de fazer acaba sendo tão importante quanto o que você faz. E graças a consumidores exigentes foi possível mudar essa mentalidade, pois preferem princípios a um belo prato enfeitado. Bon appétit!

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3 Comentários

  1. Brando, que bom tê-lo por aqui de novo!
    Concordo! Nem tudo são flores, tampouco eu, rsrsrs.
    Que bom que as pessoas têm gostos variados, do contrário o que seria do vermelho se todos gostassem do azul? (Preferiria que continuasse na segunda divisão, rsrsrs).
    Até as empresas supostamente mais sérias enfrentaram problemas. Ora é rato, ora é barata, ora é "leite" que sequer podemos assim chamá-lo.
    Não estou sendo paga para defender a marca comentada (até pq o único restaurante que não curti nos EUA foi um mexicano)… Mas certamente produtos não industrializados têm tempo de "validade" mais curto, talvez tenham pecado neste aspecto, mas pagaram o preço. Cada atividade tem seu risco. Ainda prefiro acreditar nas mais saudáveis, menos industrializadas. É a minha opção de vida e estilo. E, para deixar bem claro, prefiro o azul! Rsrsrs saudações!

  2. Há controvérsias, como sempre. Ser humano vive de ondas e modas. Não perde oportunidade de classificar tudo o que vê. Na música houve o barroco, o clássico e outros. Na arte o impressionismo, o surrealismo, etc.
    A administração não foge do padrão. Houve a reengenharia, o planejamento estratégico, etc. a lista é longa. Muita gente ganhou dinheiro praticando as idéias, outros ganharam ensinando o que nunca fizeram e a maioria faturou dizendo que tinha aderido ao movimento.
    Atualmente a moda é responsabilidade social, sustentabilidade, empreendedorismo e inovação. Andam praticamente juntos. Separar o joio do trigo nestas áreas é necessário.
    Steven Johnson é formado em semiótica e mestre em literatura inglesa. Famoso, trabalha como jornalista, grosso modo observa o que os outros fazem. Não é um Jobs e nem um Elon Musk. Gente que tem livro e sabe onde aperta o sapato? Peter Thiel e Ben Horowitz. Ambiente é americano mas a base é boa, com um pouco de boa vontade dá para adaptar.
    Millenials é um conceito que saiu da teoria geracional de dois sociólogos (são bem mais do que isto) com base na história estadunidense. O resto é marketing, mais gente ganhando em cima do conceito do que realidade no Brasil.
    Chipotle é uma rede "politicamente correta". Menciona o hormônio da carne vermelha, mas quer só reduzir os antibióticos. Tem um histórico de intoxicação alimentar invejável, 400 pessoas em 2008, 98 em agosto de 2015, 22 em outubro que acabaram virando 40 em novembro. Fecharam 43 lojas por contaminação com Escherichia coli.
    De fato, as aparências enganam.

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