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A vitória da persistência – por Gilson Piber

A madrugada de 19 de agosto de 2010 valeu, principalmente, pela alegria da minha esposa colorada. Dona Marise quase pirou com o bicampeonato do Inter-PA na Taça Libertadores da América. Entendo isso, já que vivi a mesma emoção em 1995. Mas a tal madrugada me reservou mais dois momentos interessantes: a entrevista coletiva do técnico Celso Roth, do Inter-PA, que vi pela TVCOM, canal 36 da Net, após a vitória de 3 a 2 sobre o Chivas Guadalajara.. O outro foi ver Milton Neves, pela Band TV, chorar diante de Otávio Mesquita, ao falar do Mal de Alzheimer que atinge a sua tia-mãe há 14 anos. Contou ele, às lágrimas, que a tia-mãe fez um empréstimo, para pagar em até dez vezes, com a meta de levá-lo a um jogo do Santos. Tudo para ver Pelé. A vida ajuda aos persistentes, os mesmos que acreditam no seu trabalho e na sua força, diante de todas as desconfianças mundanas..

Celso Roth e Milton Neves são dois exemplos. O primeiro largou o Vasco da Gama. Esteve acertado com o Flamengo, mas rompeu e aceitou o convite do Inter-PA para treinar o colorado na Taça Libertadores da América. Em quatro jogos, obteve três vitórias e conquistou o seu primeiro grande título como técnico de futebol. Teve persistência, equilíbrio, fé, esperança e fez uma aposta, agora vitoriosa.

Imaginem se Roth tropeça e o Inter-PA é eliminado pelo São Paulo na semifinal. Foi elegante ao destacar o trabalho de Jorge Fossati, que o antecedeu no comando da equipe da Padre Cacique. Fez questão de ressaltar o trabalho do grupo de jogadores e da aposta da direção colorada em seu trabalho. Lembrou da família, em especial da mulher e dos filhos, que o acompanharam ao longo dos bons e maus momentos na carreira. Citou, também, os membros da comissão técnica e demais colaboradores. Porém, acredito que faltou um agradecimento especial a Fabio Mahseredjian, o preparador físico. Os vermelhos engoliram o Chivas Guadalajara nos dois jogos fisicamente.

Roth fez o rebelde D´Alessandro jogar, bem como recuperou o dispersivo Taison. Apostou em Índio e Alecsandro. Também confirmou o talento de Giuliano. É o mesmo Roth que levou um time limitado do Grêmio ao vice Brasileiro de 2008 e foi demitido invicto na caminhada da Libertadores em 2009. É bem verdade que as derrotas seguidas em Gre-Nais tiraram a paciência dos gremistas e derrubaram Roth. Ossos do ofício.

Como ressaltam vários dicionários da Língua Portuguesa, a persistência é uma virtude fundamental para o sucesso, pois fortalece a vontade e a atitude das pessoas. Ser persistente não é uma tarefa fácil – é normal encontrar obstáculos e querer desistir. A rotina, o desânimo e o medo das mudanças contribuem para agravar as dificuldades. Roth e Milton Neves driblaram todas as espécies de problemas e empecilhos da vida.

Devemos dar vivas para a persistência, o equilíbrio, a tolerância e a temperança. Se, para brilhar na vida, a estrela precisa ser forte, sem trabalho e confiança, tudo fica mais difícil. Se Leandro Damião, como enfatiza o colega Marlon Herath, lá de Brasília, é o Gabiru da Libertadores 2010, não dá para esquecer do eterno presidente Fernando Carvalho. Ao lado do gremista Fábo Koff, o vermelho também é bi da América. Como é pujante esse nosso Rio Grande do Sul. Ao menos no futebol. Que encontremos candidatos persistentes em fazer do território gaúcho “um lugar pra viver sem chorar”. Que tenha céu, sol, sul, terra e cor. Que saudades do Leonardo. O sujeito também era persistente.

Gilson Piber – [email protected]

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