ALÔ, 2016! Setor de comércio e serviços tem mais força para enfrentar o ano. E há outras boas notícias

Por MARCOS FONSECA (com foto de Divulgação)

Santa Maria, assim como outras cidades do país, também sentiu reflexos da crise de 2015. Porém, o município sofreu menos porque o principal setor que alimenta a economia local é o de serviços, responsável por mais de 70% da formação do Produto Interno Bruto (PIB).

Grande parte do dinheiro que circula na cidade vem dos salários dos servidores públicos. É nessa premissa que o setor econômico aposta em 2016. Os líderes das entidades empresariais são unânimes em afirmar que o comércio e a prestação de serviços terão fôlego para encarar o novo ano sem enfrentar grandes prejuízos nem desemprego.

A maioria das cidades gaúchas teve mais demissões que admissões entre janeiro e novembro de 2015 no setor do comércio. Mas no comparativo com outros municípios mais industrializados, como Caxias do Sul e Pelotas, Santa Maria foi a que teve o menor percentual de desemprego, conforme o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Os dados representam os empregos formais, com carteira assinada.

Nos primeiros 11 meses do ano, Santa Maria fechou 315 postos de trabalho. Foram 8,2 mil admissões (49,07%) e 8,5 mil demissões (50,93%). Em Caxias do Sul e Pelotas, o percentual de demitidos foi maior em relação do total de trabalhadores. Na Serra gaúcha, o número de demitidos representa 51,69% do total, e no Sul do Estado, 52,34%.

“Santa Maria deve ser uma das cidades com menor impacto (de desemprego)”, afirma Ewerton Falk, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). A previsão é que haja menos demissões no comércio de Santa Maria em 2016. “O emprego não cai muito. As empresas devem reter seus funcionários”, diz. O dirigente revela que a preocupação é com uma elevação da taxa de juros da economia, o que prejudicaria as vendas.

Há um detalhe a ser levado em conta no ano que vem: as eleições municipais. Em geral, em ano de campanha os investimentos públicos crescem. É da política. Para o comércio e os serviços, é um sinal positivo. “Acho que tem muita coisa por acontecer em Santa Maria em 2016”, anima-se Falk.

Uma das coisas a que Falk se refere é a consolidação da fábrica de blindados KMW, que começou a funcionar este ano. Ou do Parque Tecnológico (Tecnoparque). É o que diz o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Projetos Estratégicos, Jaques Jaeger. Ele destaca que o principal setor econômico local, comércio e serviços, não teve grande impacto este ano, nem para mais nem para menos.

Jaeger aponta como positivo para 2016, também, a construção de novas empresas no Distrito Industrial, como das fábricas dos biscoitos Parati e da SR Engenharia. Além disso, o Arranjo Produtivo Local (APL) metal-mecânico, que engloba empresas como serralherias e metalúrgicas, está se consolidando e tende a se fortalecer. O APL é uma política pública criada para estimular e apoiar a formação de redes de empresas de um mesmo setor para promover o desenvolvimento dos municípios.