Impeachment e golpismo – por Daniel Coronel
Desde o ano passado, vários setores da sociedade ainda não se conformaram com o resultado soberano e legítimo das eleições, que deram, por uma pequena margem de votos, a reeleição à presidenta Dilma Rousseff. Começaram então a buscar subterfúgios para deslegitimar o seu governo, seja confrontando o discurso pré-eleitoral com as ações do governo, seja através das irresponsabilidades macroeconômicas que marcaram o primeiro governo Dilma – para o país não entrar em um caminho sem volta, medidas duras tiveram que ser tomadas este ano -, ou mesmo pelos graves casos de corrupção de vários agentes políticos com forte ligação com o estafe petista.
Apesar disso, até o momento não foi encontrado nada que justifique e legitime um impeachment sobre o governo Dilma. Na verdade, são apenas ilações e um sentimento que vai tomando conta da sociedade de que o governo não tem rumo e de que várias instituições estão frágeis e com dificuldade de buscar um novo patamar de civilidade e maturidade para ajudar o governo federal a enfrentar a convulsão política pela qual está passando.
O impeachment da presidenta Dilma, no momento, seria a continuação inócua e irresponsável das eleições do ano passado, ou seja, um terceiro turno que agride as instituições democráticas e a legitimidade que a sociedade lhe deu.
Nesse sentido, o que é fundamental para o país retomar o crescimento, com responsabilidade macroeconômica, visando estancar a crise política e controlar a inflação e o déficit público, passa necessariamente por um pacto institucional, por reformas e ações que objetivem a equalização dessas questões, aos moldes do que tentou fazer o ex-presidente Itamar Franco, ao assumir a Presidência da República, em 1992, num momento extremamente grave, visto que o primeiro presidente eleito, democraticamente, pós-ditadura militar, envolveu-se em ações que contrariavam o interesse público, e a inflação alcançava patamares estratosféricos .
Enfim, até o momento, não existem ações e fatos concretos que legitimem o impeachment da presidenta Dilma, a não ser a descrença com a falta de objetividade de traçar ações e planos para o país crescer. Contudo, isso não se resolve com bravatas e brincando com a Constituição, sob pena de nos tornarmos uma republiqueta ou tentarmos cometer o mesmo erro de 1964, ano no qual em vez de a sociedade apoiar, cobrar e exigir reformas do governo Goulart, vários setores acabaram apoiando um regime torpe, que legou ao país a vinte um anos de um sistema político que deixou como resquícios morte, tortura, inflação e aumento das desigualdades econômicas e sociais. Em nenhuma hipótese isso deve se repetir, pois os problemas da democracia se resolvem com mais democracia e com o fortalecimento das instituições. Como disse o grande estadista inglês, Winston Churchill, “a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos”.
P.S. Gostaria, mais uma vez, de agradecer ao Claudemir por este importante canal de comunicação e desejar a ele e aos seus leitores votos de um ótimo Natal e de um 2016 com paz, saúde e alegrias.
é incrível pessoas defendendo um governo corrupto (comprovado). a dilma hj é apenas um fantoche de manobra. quem acredita no brasil, nao pode aceitar as coisas como estão. este coitadismo que temos que aceitar isto é conversa fiada, por favor. acorda brasil.
quem pensa que é por ter perdido a eleição que existe uma revolta dos derrotados é um verdadeiro derrotado pois nao enxerga um palmo na frente do nariz.