Eles pensam que somos ignorantes?! – por Maiquel Rosauro
Tenho 32 anos. Sou santa-mariense e escolhi Santa Maria para viver, trabalhar e, em um futuro próximo, criar meus filhos.
Mas não é preciso morar três décadas na Cidade Universitária para aprender a amá-la, com toda sua diversidade, cultura e seu povo acolhedor.
Porém, acho que preciso de mais 30 anos para entender como algumas coisas acontecem em Santa Maria.
Não entendo como apenas quatro pessoas podem ser responsabilizadas pela morte de 242.
Não entendo porque a Prefeitura ignora o dia 27 de janeiro.
Não entendo como jamais ocorreu licitação para o transporte público (será um serviço vitalício?).
Não entendo como nenhuma parada de ônibus tem sequer os horários das linhas.
Não entendo como um Centro de Eventos é construído dentro da cidade (é sério, ninguém pensou no trânsito ao redor não?).
Não entendo como Santa Maria quer atrair turistas da região se os supermercados fecham aos domingos.
Não entendo porque investir tanto no Natal do Coração se à noite, quando as luzes estão acessas, o comércio ao redor está fechado.
Não entendo porque o Hospital Regional ainda não está aberto (há 14 anos projetam o empreendimento e ainda falta definir o gestor).
Não entendo porque a Unifra precisa ser obrigada a asfaltar e abrir ruas para poder construir o seu hospital.
Não entendo como a Câmara de Vereadores, que deveria ser exemplo para todos nós, possui uma obra de ampliação orçada em R$ 4,9 milhões parada desde 2013 (e o atual presidente já afirmou que dar continuidade à obra não é sua prioridade).
É tanta coisa que eu não entendo… E aposto que você leitor concorda comigo em alguns pontos. O que mais me indigna é falta de perspectiva, parece que nada vai mudar… Será mesmo? Eles pensam que somos ignorantes?!
Concordo com a maioria das interrogações do articulista Maiquel Rosauro. Entretanto, no que se refere a uma delas, sobre a Unifra, tenho entendimento diferente. O Hospital da Unifra é um empreendimento privado, que vai atender a uma demanda privada, que são os alunos que pagam faculdade na Unifra e que precisam de um local para estagiar, para um atendimento hospitalar que será cobrado. As empresas (e a Unifra é uma empresa do setor de ensino), e isso deveria ser regra, precisam dar a sua contrapartida pelos benefício que recebem do setor público.Se Santa Maria sofre com ruas não asfaltadas, com os buracos às dezenas, qual o motivo de o poder público oferecer tudo de mão beijada não só à Unifra, mas a qualquer empreendimento privado. Sugiro uma pesquisa sobre o quanto de renúncia fiscal o Estado (União, estados e municípios) existe e o impacto disso para os combalidos cofres públicos.