Saúde

SAÚDE. Secretário João Gabbardo é convocado para tratar sobre superlotação do Husm e Hospital Regional

POR MAIQUEL ROSAURO

A superlotação no Husm e o Hospital Regional são dois temas que serão tratados diretamente com o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo, na próxima quarta-feira (17), em Santa Maria. Esta foi uma das principais resoluções de audiência realizada ontem. Confira na matéria de Fabrício Minussi, do jornal A Razão:

Gabbardo convocado para tratar sobre Husm e Hospital Regional

Reitor da UFSM sai em defesa do Hospital Universitário e diz que disputas políticas, ideológicas e de vaidades devem ser deixadas de lado. Foto Gabriel Haesbaert / A Razão
Reitor da UFSM sai em defesa do Hospital Universitário e diz que disputas políticas, ideológicas e de vaidades devem ser deixadas de lado. Foto Gabriel Haesbaert / A Razão

A superlotação do Pronto Socorro do Hospital Universitário (Husm) foi discutida, nesta sexta (12), em Santa Maria, entre representantes da Assembleia Legislativa, da Câmara de Vereadores, do Conselho Municipal de Saúde, do Husm e da UFSM. Conforme o deputado estadual Valdeci Oliveira (PT), que participou da audiência, o problema é grave e tem de ser tratado como prioridade pela Secretaria Estadual da Saúde. Valdeci, que preside a Comissão de Saúde da Assembleia, conversou por telefone com o titular da pasta, João Gabbardo, e pediu a vinda dele a Santa Maria, na próxima quarta (17), às 14h30min, quando será realizada uma reunião de emergência entre autoridades locais e regionais do setor da saúde.

Conforme os dados e informações repassadas no encontro, a superlotação do PS está relacionada com as dificuldades de repasses apresentadas pelo Estado, que geraram descredenciamento de serviços na região Centro. “Nitidamente, houve uma sobrecarga na demanda do PS a partir do momento que esse problema do Executivo se agravou. É preciso que isso seja muito bem detalhado pelo Estado e que sejam tomadas medidas de caráter regional que desafoguem o Husm”, afirmou.

Outro ponto discutido nesta sexta foi o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM). As autoridades presentes, entre elas o reitor da UFSM, Paulo Burmann, vereadores da Comissão de Saúde da Câmara e membros do controle social reafirmaram a necessidade de ser agilizado o começo dos atendimentos pelo complexo, que deverá ter sua obra concluída no final do mês de março, segundo a Secretaria Estadual de Obras. Durante o encontro ficou claro o apoio geral para que a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assuma a administração do futuro hospital. Também participaram do encontro os vereadores Pastor João Chaves (PSDB), Luciano Zanini Guerra (PT) e Marta Zanella (PMDB).

BURMANN: CHEGA DE DISPUTAS POLÍTICAS E DE VAIDADES

“Se for preciso vamos procurar caminhos paralelos para falar com o governador”. A frase é do reitor da universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Paulo Burmann, durante reunião convocada na manhã desta sexta-feira, pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (AL). O encontro tinha como foco inicial a discussão sobre o quadro de superlotação do PS do Husm, devido a falta de leitos SUS de retaguarda nos hospitais da região. Mas acabou derivando para a indefinição da gestão do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM).

“Não podemos entrar num cenário de disputa política, ideológica e de vaidades”, disparou o reitor, ao revelar que, desde o início do ano passado não consegue audiência com José Ivo Sartori (PMDB), para marcar a posição da UFSM no que diz respeito aos encaminhamentos que já foram dados para que a gestão do HRSM seja assumida pela Ebsehr. Burmann também saiu em defesa do Husm. “Estamos atendendo a todos, inclusive as demandas particulares descredenciadas”, disse o reitor, referindo-se ao Hospital de Caridade de Santa Maria, Casa de Saúde, e outras instituições da região, que fecharam seus leitos de recuperação devido a falta de repasse de recursos.

Burmann foi mais longe: “Não nos interessa quem é o pai da criança. Não precisa ser a Ebsehr, mas o Husm tem que estar articulado com toda a rede SUS da região. Quem fizer o contrário, cometerá um erro grave. Temos evitado o conflito. A gestão do Regional tem que passar pelo Husm. Se não for assim, será um fracasso”, disse o reitor.

O diretor clínico do Husm, Larry Argenta, seguiu no mesmo tom. “Hoje, o Husm supre a ausência do Estado e a presença da Ebsehr é a garantia de que o serviço é prestado e com qualidade. Quando o sistema privado falhou o Husm entrou em ação”, afirmou.

O chefe do setor de Traumatologia do Husm, João Alberto Laranjeira, defendeu a decretação do estado de calamidade pública da saúde em Santa Maria. “A situação é surreal. Existe uma casa pronta e os moradores não podem entrar”, disse o médico, referindo-se à obra do Hospital Regional. “Este é um grito bem alto de socorro e duvido que as autoridades não ouçam”, afirmou Laranjeira.

Já o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Rogério Rosado, cobrou posição da 43ª Coordenadoria de Saúde (CRS), sobre as contratualizações com hospitais da região. A CRS disse que existem leitos. Onde estão esses leitos? Nos digam aonde estão”, disparou.

Na próxima segunda-feira a 4ª CRS estará reunida com representantes de hospitais de onze cidades da região Centro, para alinhar a questão dos leitos de retaguarda. Da mesma forma deu 48 horas para que a Casa de Saúde se manifeste sobre o atendimento de traumatologia. Na sexta-feira, o PS do Husm tinha 66 pacientes, sendo 23 em leito e 43 em macas nos corredores.

Com informações da Assembleia Legislativa
Confira, abaixo, o artigo exclusivo escrito pelo reitor da UFSM, Paulo Burmann, sobre a situação do Husm e a gestão do Hospital Regional.

Sobre o Hospital Regional e a UFSM

A Universidade Federal de Santa Maria há muito tem se manifestado sobre a importância deste novo Hospital para a região. Ao mesmo tempo, tem expressado, em todos os espaços, a sua expectativa em disponibilizar à população, com a maior rapidez possível, este novo serviço de saúde.

Neste cenário de incertezas econômicas e políticas, soluções racionais e sensatas precisam prosperar. Assim, entendo que a opção mais viável para atender ao interesse da população regional é a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que somar-se-ia às estruturas do sobrecarregado Hospital Universitário da UFSM(HUSM) e ao sistema público, integrando e qualificando os serviços de saúde.

Um ano após assumir a gestão do HUSM, a EBSERH concursou novos profissionais, extinguiu as contratações pela fundação e qualificou seus processos de gestão, o que impactou no aumento de 60% em consultas especializadas, 30% em exames ena abertura de 50 novos leitos. Na esteira destes dados, destaco os índices de satisfação dos usuários, que ficaram em torno de 95%. Estes resultados têm sido obtidos sem contar com a ampliação de área física no HUSM (40 leitos de CTI em construção e novo prédio para laboratórios em licitação, entre outras obras), comprovando que as possibilidades de qualificação e ampliação do atendimento com o Hospital Regional são significativas.

Atendimento SUS com acesso controlado pelos gestores
O HUSM é um hospital 100% público desde a criação do Sistema Único de Saúde – SUS. Todo recurso financeiro, toda tecnologia e todos os profissionais que trabalham neste hospital estão a serviço do SUS, com única porta de entrada. Portanto, todos são tratados de forma igualitária, independente do seu poder econômico ou classe social. Além disto, o HUSM avançou muito no acesso regulado pelas Secretarias Municipais de Saúde epela 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, que já marcam as primeiras consultas especializadas e, muito em breve, marcarão os exames de acesso direto. Essa experiência do HUSM com o sistema público e gratuito é incomparável, o que, junto a outros indicadores, consolida a posição do HUSM/EBSERH como a instituição pública que reúne as melhores condições para fazer a gestão de um hospital totalmente a serviço de quem mais precisa, 100% SUS.

CLIQUE AQUI para ler a matéria na íntegra.

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3 Comentários

  1. Uma pergunta ao Boca Grande, usando sua lógica podemos deixar de atender a todos que votaram na Dilma então, pois os cortes de mais de R$ 11 bilhões no orçamento da Saúde em 2015 afetaram significativamente os trabalhos? As empresas devem contratar somente quem votou no Aécio ou Marina, uma vez que a crise econômica do Brasil é produto 100% PT???
    Esse comentário explica bem a lógica petista, de ao invés de construir uma saída para o Brasil, busca dividir o país em "nós" e "eles".

  2. Não adianta mais hospitais enquanto os médicos não se comprometerem a trabalhar.Tem que mudar a gestão do HUSM.
    Porque continua tudo igual o interesse e só no fim do mês não tem comprometimento

  3. Infelismente caro reitor, estamos num beco sem saida o Gov. e do mesmo time do prefeito, portanto temos poucas chaces de ter esse hospital em quanto tiver essa gente, que como tantos outros nunca trabalharam e vivem a vida toda da politica. mais vou lhe dar uma sugestão, apesar de ninguem prestar coloque la na frente do HUSM, quem votou neles que cobre deles, e vão morrer em casa.

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