MÍDIA. Hoje, para saber o que de fato acontece no Brasil é preciso saber inglês

Preste atenção nessas frases:
“A imprensa brasileira não cobre um país em progresso. Mas um país em crise na economia, na política, na democracia, no Supremo, na ética, em toda parte…”
“Há 30 anos, os brasileiros tinham de ler jornais estrangeiros para encontrar notícias verdadeiras – e negativas – sobre o Brasil. Isso acontecia porque nossa imprensa estava submetida a censura – ou a auto-censura.”
É difícil acreditar que, em pleno regime democrático, teremos de ler a imprensa estrangeira para encontrar notícias verdadeiras – e positivas – sobre o país.”
Atenção, o autor das frases acima não é este (nem sempre) humilde repórter. É alguém que, a partir da mídia grandona, consegue perceber com facilidade o caráter (ainda que ele não diga, nem seria de exigir isso de alguém que trabalha para a revista Época) dos veículos de comunicação. Que, de imparcial só tem o marqueting hipócrita. Eles têm posição. Curiosamente, bem diferente da do restante do planeta. E ainda não sabem porque suas tiragens decrescem na mesma proporção em que se eleva a audiência, por exemplo, da internet. Ah, o autor é Paulo Moreira Leite, veterano profissional que hoje atua na revista das Organizações Globo. Acompanhe:
“Economist, Le Mond, Financial Times
Confesso que ando irritado com a necessidade de ler notícias sobre o Brasil na imprensa estrangeira. A primeira vez foi no Le Monde, capaz de lembrar a imagem da “marolinha” criada pelo presidente Lula para explicar a surpreendente recuperação da economia brasileira. A segunda vez foi o Financial Times, num caderno especial publicado há poucos dias. Na sua última edição, a revista Economist, a mais influente do planeta, publica uma reportagem de capa sobre o Brasil com o título: “O Brasil decola.”
Seria errado dizer que a imprensa brasileira jamais registrou o bom momento da economia brasileira – e as boas perspectivas que abertas para o futuro. Em 25 de maio, Epoca publicou uma edição especial com o título: “Brasil em 2020 – por que viveremos num país mais adulto, mais rico e mais feliz.” Não é o único exemplo, com certeza. Mas é um exemplo raro.
A reportagem da Economist aponta o Brasil como um seríssimo candidato a país desenvolvido nas próximas décadas. Não deixa de apontar dúvidas e riscos colocados pelo presente e pelo futuro. Faz críticas explícitas ao governo. Mas não deixa de mostrar o progresso ocorrido nos últimos anos. Reconhece o papel de Fernando Henrique Cardoso na estabilização da moeda. Também assinala a melhoria na distribuição de renda ocorrida durante o governo Lula, fala do reconhecimento internacional do Brasil e assim por diante. Quinze dias depois de FHC falar em “autoritarismo popular,” num artigo que rendeu páginas e discursos, a Economist elogia a democracia brasileira.
Uma comparação é evidente. O cidadão que ler a imprensa estrangeira terá o retrato de um país mais próspero e equilibrado, que enfrenta problemas típicos de uma nação atrasada, com uma renda média, com carências diversas em sua área social – mas que parece aproveitar uma oportunidade única de progresso econômico e social…”
PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.
SUGESTÃO ADICIONAL – confira aqui, se desejar, também outras notas e artigos publicados e/ou comentados por Paulo Moreira Leite, da revista Época.
Enquanto a grande imprensa brasileira não confessar que é de direita e neoliberal e quem sabe um dia ser menos parcial, seguiremos lendo e aplaudindo o que diz a imprensa internacional.
Fatos que orgulham pelo menos 4/5 da população brasileira. Não é a toa que em recente pesquisa o brasileiro apontou que os meios de comunicação com mais credibilidade são o rádio e a internet.
Salve a democratização informação!