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DELAÇÃO. Nardes, que palestrou na cidade, diz que denúncia recebida é retaliação do ex-presidente do PP

Ministro Augusto Nardes falou sobre governança política em palestra a empresários
Ministro Augusto Nardes falou sobre governança política em palestra a empresários

Na versão online do jornal A RAZÃO, com foto de GABRIEL HAESBAERT

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) João Augusto Nardes disse nesta segunda-feira, 28, em Santa Maria, que vê como algo esperado a denúncia de que teria recebido propina enquanto foi deputado federal pelo PP entre 2003 e 2005. A denúncia foi feita em delação premiada do deputado federal Pedro Corrêa (PP), preso na Lava Jato, e divulgada na última quinta-feira, 24.

Nardes, que é gaúcho e assumiu no TCU em 2005, afirma que Corrêa fez a denúncia em retaliação pelo fato de o Tribunal ter reprovado parte dos débitos da Petrobras, que sofreu R$ 29 bilhões de perdas. Essas perdas ocorreram na gestão de Paulo Roberto Costa na estatal. “Quem indicou esse cidadão (Paulo Roberto) foi o Pedro Corrêa e o Janene (deputado federal José Janene, do PP, que morreu em 2010)”, diz Nardes.

O ministro lembra, inclusive, que na sua eleição para a presidência do TCU, tanto Pedro Corrêa como políticos ligados ao deputado não o apoiaram.

Para o ministro, é normal sofrer retaliações quando se é um “juiz” das contas públicas. “Nós punimos muita gente”, observa. O TCU fiscaliza as contas tanto do presidente da República como de órgãos como o Ministério Público e a Polícia Federal.

Nardes garante estar tranquilo e argumenta que cabe apresentar provas de que teria se beneficiado de propina enquanto era parlamentar. Na delação, Pedro Corrêa teria afirmado que recibos que comprovariam o pagamento da propina teriam sido destruídos por Nardes quando este assumiu o Tribunal de Contas.

Reunião com empresários locais

Augusto Nardes esteve em Santa Maria nesta segunda-feira para participar de uma reunião-almoço a convite do Fórum de Entidades Empresariais, no Restaurante River’s. Ele falou sobre governança pública. O tema dominante da reunião, contudo, foi a crise política e econômica atual do país.

O ministro ressaltou que o TCU seguirá cumprindo seu papel de fiscalizador das contas públicas. Ele lembra que a operação Lava Jato iniciou suas investigações após as apurações feitas pelo Tribunal em 2009, que mostraram irregularidades nas contas do governo federal, principalmente o caso das chamadas pedaladas fiscais (dívidas da União com bancos públicos e FGTS).

Em 2014, sob a relatoria de Nardes, o Tribunal reprovou por unanimidade as contas da presidente Dilma Rousseff. O ministro justifica que, embora tenham ocorridos pedaladas em anos anteriores, nunca os valores foram tão elevados como em 2014. Naquele ano, o TCU apontou 12 irregularidades nas contas do governo Dilma, entre elas a ausência de contingenciamento para assegurar a meta fiscal do ano e as pedaladas fiscais.

Embora o Tribunal tenha reprovado as contas da Presidência, o órgão não pode punir o Executivo pelas irregularidades. Somente o Congresso pode dar a palavra final. O assunto está para ser votado no Congresso, com parecer da Comissão Mista do Orçamento favorável à aprovação das contas de 2014, com ressalvas.

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