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É ESPORTE. A lição (não aprendida) da Kiss cobra o preço “só” três anos depois. E o sucesso da bola oval

Por RAMIRO GUIMARÃES

“Só” três anos depois…

Começa, neste final de semana, a Divisão de Acesso do Campeonato Gaúcho. Mas não para todos os clubes. O Inter-SM enfrenta, no sábado, o Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul, enquanto o Riograndense folga. Sim, o Periquito, que jogaria em casa, neste domingo, contra o Pelotas, possivelmente com portões fechados, teve a sua partida adiada para 6 de abril. O Estádio dos Eucaliptos, a exemplo de outros tantos do Interior (como o Presidente Vargas, inclusive) ainda não obteve aval para receber policiamento e, consequentemente, público. Alguns torcedores ficaram na bronca, o que é compreensível. Só que esta discussão vai muito além do Esporte. Ela é sobre Segurança.

Em 2013, quando fez ótima campanha, o Riograndense (como o Inter) fez todas as obras necessárias nos Eucaliptos
Em 2013, quando fez ótima campanha, o Riograndense (como o Internacional) fez todas as obras necessárias nos Eucaliptos. E agora?

Em 2013, pouco tempo após a tragédia na Boate Kiss, Riograndense e Inter-SM (na época, apenas eles) passaram trabalho para adequar os seus estádios às novas regras exigidas pela Brigada Militar e pelo Corpo de Bombeiros. Os clubes daqui precisaram realizar obras às pressas, gastaram uma grana, mas se enquadraram na Lei e jogaram o campeonato. O Periquito, aliás, fez uma ótima campanha e quase conquistou o acesso sob o comando de Círio Quadros.

O curioso é que, três anos depois, a polêmica sobre a liberação dos estádios volte à tona. O presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto, em tom de ameaça, chegou suspender a Série A2 (por fim, acabou adiando em uma semana o seu início). Algumas normas técnicas realmente são bem recentes, mas poderiam ter sido atendidas. Se houvesse interesse, é claro. Aí, o tema poderia ter sido tratado no Congresso Técnico da Divisão de Acesso, em dezembro do ano passado, e até um adiantamento da verba de R$ 120 mil a que a cada participante da Série A2 tem direito seria cogitado para viabilizar melhorias nos estádios. Mas não.

O fato é que, desde 2013, as partes interessadas (leia-se órgãos de Segurança Pública, Federação e clubes) não sentaram para tratar sobre esse assunto. Vai ver não julgaram que ele fosse importante. Então, em vez de tentar solucionar o “problema”, a FGF, que deveria puxar a fila nesta missão, preferiu concentrar energia criticando o “rigor excessivo” da legislação vigente e tentando “relaxar” a chamada Lei Kiss. Pelo jeito, o pessoal ainda não aprendeu a lição. Uma pena.

Vice-campeão da Copa RS e campeão da Segundona: agora, começa tudo de novo
Vice-campeão da Copa RS e campeão da Segundona: agora, começa tudo de novo

O sucesso da bola oval

Imagine Inter-SM ou Riograndense vencendo a Divisão de Acesso e, poucos meses depois, sendo vice-campeão da Copa FGF. Seria um ano histórico, né!? Pois foi exatamente isso que o Universitário Rugby Santa Maria (URSM) fez em 2015 representando o Coração do Rio Grande em campo. Só que com outra bola, em outro esporte… Depois de sagrar-se campeão da 2ª Divisão do Campeonato Gaúcho de Rugby, com incríveis dez vitórias em dez jogos, o URSM buscou o troféu de segundo lugar da Copa RS. O time santa-mariense deu show no rúgbi, e só não subiu para a elite estadual por conta de uma falha no regulamento.

Mas não tem problema, não. O Universitário irá refazer essa bela campanha em 2016, começando já neste domingo, às 15h, quando recebe o Caxias no campo do Guarany-Atlântico, no Bairro Salgado Filho. É a largada da 2ª Divisão do Campeonato Gaúcho de Rugby. Ainda não conhece o rúgbi? Então, está aí uma bela oportunidade para isso. É grátis. #FICAADICA

Tirando o pé

Roger Machado manda a campo na tarde/noite deste sábado, em Novo Hamburgo, uma versão B do time do Grêmio para encarar o Cruzeiro. Será a segunda vez que o técnico gremista fará isso no Gauchão. Depois do Gre-Nal, houve até quem defendesse um boicote ao certame regional sob alegações passionais do tipo “o Novelletto só nos prejudica” e “olha só o que aconteceu com o Bolaños”.

Felizmente, a justificativa para que os titulares sejam poupados é bem mais concreta: o Grêmio cansou. A sequência LDU-Inter-San Lorenzo (embora não chegue a ser “desumana”, como sugeriu o capitão gremista Maicon) exigiu demais do time. Que, aliás, já viaja no domingo para Buenos Aires, onde enfrenta o argentino San Lorenzo na terça-feira pela Libertadores da América. Vai, portanto, tirar o pé contra o lanterna do Estadual. Porque pode e precisa fazer isso neste momento. Simples.

Bendita lesão

Todo mundo precisa de uma boa dose de sorte nesta vida. E no futebol, é claro, não é diferente. O técnico Argel Fucks não vai comemorar (publicamente, ao menos), mas a ida de Anderson para o Departamento Médico vai lhe resolver um baita problema. Repatriado a peso de ouro, o meia é um fardo na equipe do Inter hoje. Não resolve tecnicamente e pouco acrescenta taticamente. Ou seja: não brilha nem carrega o piano.

Agora, enquanto Anderson se recupera de tendinite no joelho, Argel poderá promover o retorno de Vitinho, artilheiro do time em 2015, e, o que é mais importante, sem desfazer o trio Andrigo, Eduardo Sasha e Aylon, de excelente resposta até aqui. O Inter “mais leve” poderá ser conferido neste domingo, às 16h, contra o São Paulo, no Beira-Rio. Vale a pena dar uma olhada.

OBSERVAÇÃO: as fotos que ilustram esta coluna são de Gabriel Haesbaert, do jornal A Razão.

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