Foi pouco noticiado na mídia tradicional nacional. Mas, devido à instabilidade política, é muito bom saber (e reproduzir) o que disse o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, na sexta-feira, em Manaus. Quem publicou o material foi o jornal A Crítica, da capital amazonense. A reportagem é de Lucas Jardim, com foto de Luiz Vasconcelos. A seguir:
“Comandante do Exército Brasileiro chama de ‘lamentável’ clamor por intervenção militar…
…O Comandante do Exército Brasileiro, general Eduardo Villas Bôas, chamou de lamentável o clamor por intervenção militar que vem de parte dos manifestantes presentes nos atos antigovernistas das últimas semanas. O general comentou o assunto durante um simpósio jurídico realizado no Comando Militar da Amazônia (CMA), em Manaus, na manhã desta sexta-feira (18).
“Eu acho lamentável que, num país democrático como o Brasil, as pessoas só encontrem nas Forças Armadas uma possibilidade de solução da crise, mas isto não é extensivo nem generalizado e, felizmente, está diminuindo bastante a demanda por intervenção militar”, declarou o general.
A autoridade militar ponderou, no entanto, que esse pedido demonstra certas necessidades do país. “[Ele indica] que as Forças Armadas são a referência de valores éticos e morais e de padrão de eficiência [de] que a sociedade se sente tão carente”, disse Villas Bôas.
Sem paralelo
Segundo o comandante, a situação política e social atual não se relaciona com o clima instável que levou ao regime ditatorial militar na década de 60.
“Não há paralelo com 1964, primeiro porque hoje nós não temos o fator ideológico. Naquela época, nós vivíamos a situação de Guerra Fria e a sociedade brasileira cometeu o erro de permitir que a linha de fratura da Guerra Fria [a] dividisse. Isso não existe mais. O segundo aspecto é que hoje o Brasil tem instituições sólidas e amadurecidas, com capacidade de encontrar os caminhos para a saída dessa crise”, comentou Villa Bôas.
Rotina inalterada
Villas Bôas destacou que a rotina dentro da instituição não se alterou. “Os quarteis estão prosseguindo naturalmente nas suas atividades e o Exército está profundamente empenhado em contribuir para a manutenção da estabilidade”, explicou.
Para ele, a atual crise é de natureza política, econômica e ética. “Os três aspectos se interrelacionam e, em consequência, é uma crise para ser solucionada dentro desses ambientes, principalmente o ambiente político e jurídico”, concluiu a autoridade militar…”
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Óbvio que os militares não vão intervir, a menos de forte comoção nas ruas. Operações de garantia da lei e da ordem.
Mas a bem da verdade, 1964 começou em Minas, Mourão Filho era comandante da 4° Divisão de Infantaria. Por pouco não começou em Santa Maria, ele recém tinha sido transferido do comando da 3° DE.