“…O golpe se caracteriza pelo fato de não existir, comprovadamente, base legal para o famigerado impeachment. Nem uma pessoa com consciência política é a favor da escalada de corrupção que assola nossa dignidade, mas usar os analfabetos políticos como massa de manobra e transformar em jurídico aquilo que pertence ao campo da política é uma atitude, no mínimo, despótica. A nossa historicamente incipiente democracia está correndo um sério risco.
Os arautos do golpe, por incrível que pareça, são os mesmos atores políticos que apoiaram a instalação da ditadura militar no Brasil. Será que essa gente não possui memória histórica e não se dá conta que milhares de inocentes sucumbiram nos porões de tortura. O que estamos necessitando, de forma urgente, é uma séria e rigorosa reforma política para que os nossos partidos políticos voltem a serem valorizados e o poder deixe de ser um balcão de negociação…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do texto “Tempos bicudos e obscuros de nossa história”, escrito por Luiz Carlos Nascimento da Rosa, professor do Departamento de Metodologia do Ensino do Centro de Educação da UFSM. O texto foi postado há instantes, na seção “Aqui, eles opinam” – com o ícone lá em cima da página. Boa leitura!
É um festival. Mortos e desaparecidos não chegaram a 400 em vinte e tantos anos. Maioria queria derrubar o regime via luta armada. Muitos acham que produziram a democracia de forma mágica, esfregando a barriga na mesa, fazendo reuniões e produzindo textos. Total zero, o passado passou. Quem duvidar pode ir no calcadão e perguntar às 10 primeiras pessoas que encontrar quem foram os dois prefeitos que antecederam Valdeci.
O que se vê hoje é uma esquerda atrasada que não assimilou a queda do muro de Berlim tentando justificar uma roubalheira sem tamanho. Em 1964 não tinha empreiteiro preso. Petrobrás não estava quebrada. Ninguém questionava as eleições. Jango caiu no meio da guerra fria por uma gestão ruim e por “reformas de base” que serviriam como cortina de fumaça.
Dias movimentados, enquanto em reuniões reservadas alguns falam em abolir a propriedade privada e fazer a revolução, outros falam em “concertação”. Sem esquecer de ameaçar com uma “guerra civil”. Nem uma, nem outra. A última é pouco provável. A primeira só serviria para deixar tudo como está, para salvar o que não deve ser salvo.