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É ESPORTE. Um Rio-Nal que teve de tudo, e até jogo. Enquanto isso, em Chapecó, santa-marienses brilham

Por RAMIRO GUIMARÃES

Goleada de desorganização

Esqueça a vitória do Inter-SM por 2 a 0, com gols de Rogério Pato e Charles, sobre o Riograndense no clássico santa-mariense disputado sexta-feira no Estádio dos Eucaliptos. Esqueça também os primeiros três pontos conquistados pelo Alvirrubro na Divisão de Acesso, que o tiram da última posição da tabela de classificação e deixam a lanterna na mão do Periquito. Esqueça tudo isso. Pois o mais importante (e mais lamentável!) do Rio-Nal 266 aconteceu antes de a bola rolar.

Foi um verdadeiro festival de informações desencontradas. Parecia até pegadinha de 1º de Abril. Mas não era. Até o meio-dia da sexta-feira não se tinha certeza se o jogo seria com portões abertos ou fechados, com ou sem torcida. Isso sem falar, é claro, em toda a tensão da quinta-feira, a véspera do Rio-Nal, com direito até a ameaça de rebaixamento vinda do presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Novelletto.

E, no dia da partida, mais suspense. Ou melhor, na hora da partida: o árbitro Eduardo Fernandes Bastos avisou que, sem policiamento em campo, nada feito. A Brigada Militar já havia informado que não poderia fazer o seu trabalho na casa esmeraldina sem a realização da vistoria e da autorização finais. Foi quando Novelletto entrou em cena outra vez e, por telefone, ordenou que o jogo saísse com a presença de seis seguranças particulares. Assim, no canetaço mesmo, descumprindo o regulamento. E, com 25 minutos de atraso, a bola rolou para a vitória alvirrubra pelo placar de 2 a 0. Alívio para o técnico Feliciano Corrêa e seus comandados, mas não dá para dizer que o clima é de festa. O futebol de Santa Maria não tem motivo para comemorar neste momento. Nenhum!

Os carinhas da TV Grêmio tiveram que encarar um caminhão (foto Reprodução)
Os carinhas da Rádio Grêmio tiveram que encarar um caminhão (foto Reprodução)

Enquanto isso, em Passo Fundo…

A queixa de dirigentes e torcedores da Dupla Rio-Nal é que algumas normas técnicas exigidas pela Brigada Militar e pelo Corpo Bombeiros parecem valer apenas para Santa Maria. Exageros à parte, uma cena registrada quarta-feira, no Estádio Vermelhão da Serra, em Passo Fundo, em jogo válido pela Série A do Gauchão, acabou reforçando essa reclamação.

A equipe da Rádio Umbro Grêmio, que faz parte da Assessoria de Comunicação do Tricolor, foi “instalada” em cima de um caminhão para realizar a transmissão da partida. A imagem caiu na Internet e, é claro, logo viralizou. Pelo jeito, a preocupação com a segurança aqui não é a mesma lá no Planalto Central. Ah, e junto com a foto da Rádio Umbro Grêmio na boleia, também circulou um registro da equipe da Rádio Gaúcha sendo recebida em Passo Fundo com café, pastel e bolo de chocolate. Pois é, coisas do charmoso Gauchão…

Chapecoense versão Santa Maria

Gobatto e Carli, ex-periquitos e hoje com ótimo trabalho na Chapecoense (foto Reprodução)
Rafael Gobatto e Guilherme Carli, hoje com ótimo trabalho na Chapecoense (foto Reprodução)

Nada de Corinthians, Atlético-MG ou mesmo Grêmio e Inter. O melhor time, entre os figurantes da Série A do Brasileirão, neste início de 2016 é a Chapecoense. O Verdão do Oeste de Santa Catarina tem 86% de aproveitamento: jogou 14 vezes no ano (todas pelo Estadual) e acumulou 11 vitórias e três empates. Não perdeu ainda, e já faturou o primeiro turno do campeonato.

E alguns personagens de Santa Maria fazem parte da comissão técnica da Chapecoense, capitaneada pela dupla Guto Ferreira/André Luís. Os fisioterapeutas Rafael Gobbato e Guilherme Dias Carli são os encarregados de reduzir ao máximo o número de lesões do elenco. Com uma ótima estrutura à disposição e muito trabalho de pesquisa, o trabalho tem dado certo. Gobbato, que na verdade é porto-alegrense, atuou no Riograndense entre 2014 e 2015, e chegou até a ser vice-presidente do clube na gestão de Lisete Frohlich.

Nas categorias de base da Chapeocoense, mais um santa-mariense tem se destacado: Jardel Zamberlan, ex-preparador físico do Periquito na Copa Sub-19 e indicado por Rafael Gobbato, integra a comissão técnica do elenco sub-17. E estão todos indo muito bem por lá!

A grana (polpuda) da TV

A relação entre os clubes de futebol e as emissoras de televisão parece estar entrando em uma nova era no Brasil. Em outras palavras: caminhando para o fim do monopólio, e com todas as consequências, positivas ou nem tanto, que essa mudança possa acarretar. O canal Esporte Interativo (que já abocanhou os direitos de transmissão da badalada Champions League) fisgou alguns representantes da Série A do Brasileirão, como o Inter.

Ao vender para o Esporte Interativo por dois anos os direitos de transmissão de seus jogos via TV por assinatura (para TV aberta é outra negociação…), o Colorado levará, a partir de 2019, entre R$ 22 milhões e R$ 27,5 milhões por temporada, além de já ter recebido luvas de R$ 13 milhões, dinheiro que será usado imediatamente para reforçar a equipe. Para ter uma ideia, hoje, a Globo paga R$ 3 milhões ao Inter.

E a proposta do Esporte Interativo ajudou também ao Grêmio, que fechou o pacote completo com a Vênus Platinada (TV aberta, canais pagos, pay-per-view e tudo mais). O Tricolor vai botar a mão em uma bolada de R$ 100 milhões de luvas e mais algo entre R$ 110 milhões e R$ 120 milhões anuais pelo contrato que irá vigorar de 2019 a 2024. Nestes novos tempos, quem sabe a Dupla Gre-Nal consiga valorizar o seu produto junto às emissoras de TV tanto quanto já fazem Corinthians e Flamengo, os primos ricos do futebol brasileiro. Quem sabe, né!?

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2 Comentários

  1. Atenção senhores engenheiros, do RS e do Brasil,esses serviço de vistorias e exame de PPCi, tem que ser examinado por engenheiros e arquitetos, não por soldados sem formação alguma e também quem assina esses alvara, algum tem formação em engenharia, para ter autonomia para assinar, portanto cada municipio tem que criar um orgão, para fazer estas vistoria, tirar dos bombeiros.

  2. Quem "esculhambou" com o ano na Divisão de Acesso e por tabela com os clubes que participam se chama Francisco Noveletto, todo poderoso Rei do Futebol Gaúcho, que tomou uma atitude no mínimo infeliz quando suspendeu o início da competição, quando os clubes estavam praticamente prontos e se desmobilizaram. Este senhor vem há anos "quebrando" o Futebol Gaucho, principalmente as equipes do interior. É só olhar o que tínhamos de participação em competições nacionais antes de sua gestão e agora. Mas o Palácio ficou pronto para a Corte do Rei, à custa da morte de muitos clubes históricos do interior. Pobre futebol gaúcho !!!!

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