EDUCAÇÃO. Paulo Burmann, Reitor da UFSM, vai à internet para fazer defesa irrestrita do ensino público
Por PAULO BURMANN, Reitor da Universidade Federal de Santa Maria (*)
Neste cenário de incertezas e permeado pelo jogo de interesses, que proporciona uma revisão apressada de conceitos sobre o papel do Estado, manifesto minha discordância de qualquer tentativa oportunista que, na contramão da tendência mundial, ataque o caráter público do Ensino Superior no Brasil.
É fundamental observamos as experiências exitosas de vários países da América, da Europa e da Ásia, que graças aos investimentos públicos em capital humano, em ciência e em tecnologia apresentaram melhorias significativas nos seus indicadores, confirmando o acerto nos investimentos em educação pública como fator de soberania diante do cenário da globalização e da competição transnacional.
Há razões de sobra para defender que exatamente nos cenários de crise o ensino em todos os níveis deve ser público, inclusivo e gratuito. O que injustamente pressiona o caráter público do Ensino Superior no Brasil é o jogo de interesses que busca transformar a Educação num grande negócio, contrariando todas as iniciativas de expansão, democratização do acesso e da inclusão social, estratégicas para o desenvolvimento econômico e social do País.
Deliberadamente, muitas manifestações têm negado todos os avanços conquistados com a luta de diversos setores da sociedade brasileira, apontando reiteradamente na mesma direção do afastamento do Estado de outros temas de interesse estratégico para Brasil, na direção do entreguismo e da privatização indiscriminada.
Todos devemos saber que, neste cenário, diante da primeira real crise econômica que se desenhar, o ESTADO será chamado a pagar a conta, “para evitar a quebra do sistema financeiro”. Portanto, adotar a política de redução do papel do Estado na saúde, na educação, na ciência, na tecnologia e no petróleo constitui mais que um engodo, um caminho perigoso e de difícil recuperação.
Reiteramos a necessidade de consolidação e continuidade da expansão das oportunidades para acesso ao ensino superior, público, gratuito e de qualidade, referenciado nas demandas estratégicas, econômicas e sociais do Brasil. Neste momento decisivo para o futuro do Brasil e dos brasileiros, devemos agir para garantir os avanços na direção do equilíbrio de oportunidades e da soberania nacional, com respeito às instituições que democraticamente estruturam a convivência pacífica entre as diferentes correntes do pensamento político, econômico e social.
(*) O texto foi originalmente publicado no perfil de Paulo Burmann no Feicebuqui (AQUI o original, se você for usuário da rede social).
Começando pelo simples. Ninguém é contra a UFSM, não fosse ela provavelmente não teria curso superior, assim como um monte de gente que conheço.
Nos EUA, ao contrário da lenda, universidades são fundações na sua grande maioria. São assim desde a grande depressão. Cobram de quem pode e para os outros existem bolsas, financiamentos a perder de vista. Algumas são públicas como a Universidade da Califórnia, uma das melhores do mundo.
Problema sério dos militantes é utilizar a posição que ocupam para defender as idéias do partido, utilizar a instituição como vitrine. PDT, no caso, é conhecido por um nacionalismo anacrônico, um ranço brizolista.
Entrando no âmago. Não é revisão apressada do papel do Estado. Governos anteriores ampliaram a atuação do Estado. Para nosso azar (ignorando a corrupção) eram um bando de incompetentes. Restou uma dívida enorme e muitos problemas. Alás, Dilma era do PDT.
Nesta mesma toada, Lula firmou um acordo com a Ucrânia para lançamento de satéiites e transferência de tecnologia (não saiu do papel, mas não é o ponto). A Mãe do PAC comprou caças da Suécia prevendo transferência de tecnologia. Quer dizer que a conta é dobrada, temos que financiar universidades “estratégicas” e comprar tecnologia?
Petróleo é mais fácil. Petrobrás é a empresa mais endividada do mundo no setor (logo não tem como participar de tudo, nem ficar com uma fatia grande). Vai ficar mais, prejudicou investidores mundo a fora. Existe uma mudança na matriz energética mundial devido ao aquecimento global. Preços caíram devido ao excesso de oferta. Empresas americanas eram proibidas de exportar petróleo, não são mais. Acho que não precisa desenhar.
Estado não será chamado a pagar a conta para evitar a quebra do sistema financeiro. Não só devido ao PROER, dinheiro dos depósitos compulsórios. Lei de Responsabilidade Fiscal torna necessário lei específica para que isto ocorra. Só que isto só serve para bancos privados. BB e CEF não têm fundo de resgate próprio.
O busílis é que o Estado não está entregando soluções e os problemas não podem esperar. A maior ameaça à universidade pública é a falta de retorno. Como todo serviço público custa caro para o herário e presta serviço duvidoso. Empresas relutam em consorciarem-se com gente que não entrega. Para quem quiser ver é só visitar a incubadora e o parque tecnológico da Unisinos e comparar com os da UFSM. Resultados, não só discursos.
Post do reitor? Generalidades de um político da velha guarda. Problema? Como é que alguém que não percebe que o mundo mudou chega num cargo importante como este? Pelo voto. Que nem a Dilma.
Universidade é uma instituição pública que é paga pela sociedade.
Caríssima. Precisa ser eficiente. Precisa ter gestão eficiente. Precisa ter gestão competente qualificada.
Desde quando um PhD em qualquer área sabe administrar alguma coisa? Formou-se para isso? Foi concursado para isso?
Eu faço parte da sociedade, pago impostos, e penso ser um absurdo que seus próprios funcionários e alunos (meros elementos de passagem) tenham o poder de escolher quem vai fazer gestão de uma instituição pública. Não tem sentido nenhum.
Desde quando alguma outra instituição pública os seus próprios funcionários elegem seus gestores? Nem na China.
Aliás, seu Garibaldi, as universidades dos Estados Unidos são as melhores do mundo, por quê? Por que há eleição entre seus funcionários e alunos para definir quem é o reitor? Não senhor. Porque lá a gestão é profissional. Há metas, não são um fim em si mesmas.
Nossa sociedade paga muito caro para alguns milhares de pessoas, locais, comandarem numa instituição que é paga por toda a sociedade. Um absurdo. Nós como sociedade não terceirizamos a gestão de instituições públicas para os próprios funcionários. Isso não tem sentido nenhum.
Universidade não é empresa, Jorge reacionário. Vai pros EUA!
Não sou contra o ensino público, mas há algo que precisa mudar nas universidades públicas.
Quero deixar aqui registrada minha defesa irrestrita do fim das eleições internas para reitor, direções dos centros e coordenadores de curso.
Não tem absolutamente sentido eleição direta para reitor e os demais cargos citados nos tempos atuais. Tinha sentido na triste época da ditadura, mas não hoje.
Professores e funcionários são concursados para cargos aos quais foram lotados, ou seja, pesquisa e ensino e cargos funcionais setoriais, respectivamente, não para os cargos máximos de gestão de uma universidade.
Urge que a administração das universidades seja profissionalizada como num regime de fundação, terceirizada, com metas de desempenho e gestão por período de tempo limitado.
Vejam o absurdo: em nenhuma outra empresa pública existe eleição para escolher seus gestores. Por que nas universidades públicas essa situação ainda acontece?
Professor ou funcionário como reitor ou pró-reitores é desvio de função.
Competência de gestão não se mede com eleição.
A universidade não é um fim em si mesma. Seus funcionários (professor concursado também é funcionário) não podem ser os “donos do campinho”.
Tirar um professor da sala de aula e dos laboratórios para carimbar papéis não tem o menor sentido. Tem pessoas com PhD (com formação caríssima patrocinada pelos cofres públicos) virando burocratas. Sentam em cadeiras para administrem áreas nada a ver com sua formação profissional original.
Que os professores voltem às suas funções, estamos pagando caro para isso.
Que as universidades públicas mudem paradigmaticamente a forma de gestão, está mais do que na hora.
Recado dado.