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“IMPARCIALIDADE” (2). Agressão a Luisa Brunet e a transparência da Rede Globo. No Grupo RBS, silêncio

brunetA RBS e a violência contra a mulher – por Leonel Camasão (*), no portal especializado OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

“…Luiza Brunet não faz parte do perfil majoritário de mulheres vítimas de violência que denunciam este tipo de acontecimento. Ela não é pobre, nem negra. Mas assim como 86% das denunciantes, sofreu violência no ambiente doméstico ou familiar. Por si só, esses dados já revelam a importância desta pauta para o jornalismo brasileiro, só alçado a grande repercussão quando envolve personagens ilustres ou em condições de barbaridade excepcionais, como o recente caso de estupro coletivo no Rio de Janeiro.

As circunstâncias do acontecimento revelam ainda um grandíssimo caso de conflito de interesses, do ponto de vista jornalístico. A vítima, Luiza Brunet, é funcionária das Organizações Globo e interpreta uma personagem em sua principal novela do momento. É embaixadora do Instituto Avon, estrelando campanhas publicitárias sobre o câncer de mama e a violência doméstica.

O agressor, Lírio Albino Parisotto, é um dos homens mais ricos do Brasil, um dos mais ricos do mundo e o mais novo sócio do Grupo RBS em Santa Catarina. Por acaso, grupo afiliado às Organizações Globo e retransmissoras de sua programação.  Ele ainda possui negócios no setor petroquímico e é suplente do senador Eduardo Braga, do PMDB do Amazonas.

Transparência na Globo, silêncio na RBS

As Organizações Globo revelaram o caso por meio de seu principal jornal impresso e repercutiram o caso em matéria de quase quatro minutos no Jornal Nacional. Na edição, o JN abre com uma informação nova sobre o caso – a de que Parisotto está proibido pela Justiça de se aproximar ou manter qualquer contato com Luiza Brunet. As notas divulgadas à imprensa tanto de Parisotto (que nega o ocorrido) como de Brunet são lidas pelos apresentadores e o promotor responsável pelo caso é entrevistado. O JN destacou ainda de maneira aberta que o empresário é dono de 25% do Grupo RBS, vinculado à própria Globo e suplente de um senador. Da mesma maneira, deixou claro ao telespectador que Luiza Brunet trabalha na Globo. O tom da reportagem foi esclarecedor e transparente com o público, o que não é comum tratando-se de quem se trata. Outras versões da reportagem em vídeo foram divulgadas amplamente na Globonews, no G1 e no Jornal Hoje, todos das Organizações Globo.

O mesmo não ocorreu no Grupo RBS. Na versão online do Diário Catarinense, apenas duas notícias sobre o caso foram publicadas. Em Ex-namorado deve responder conforme a Lei Maria da Penha, diz advogado de Luiza Brunet, o DC republica conteúdo produzido pelo Zero Hora (este não vinculado aos novos donos da RBS-SC, mas sim, aos proprietários originais da família Sirotsky no RS).  Posteriormente, o DC publica uma matéria muito parecida, sem assinatura, intitulada Luiza Brunet diz ter sido espancada por ex-namorado. Dentre todas as notícias sobre o assunto na internet, as veiculadas pelo Grupo RBS (o do RS e o de SC) foram as únicas a divulgar uma nota exclusiva de Parisotto que, diferente da nota lida no Jornal Nacional, não nega o ocorrido, mas fala em “versões distorcidas” dos fatos. No ClicRBS, a ferramenta de busca não aponta nenhum resultado sobre o caso a partir das palavras-chave “Luiza Brunet” ou “Lírio Parisotto”…”

PARA LER A ÍNTEGRA, CLIQUE AQUI.

(*) O autor é mestrando no curso de Pós-Graduação em Jornalismo na UFSM e pesquisador do objETHOS

LEIA TAMBÉM:

IMPARCIALIDADE”. Por que a mídia não diz que o graúdo acusado de agredir Luiza Brunet é parte dela?” (AQUI)

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