“…Só que os erros na condução da economia nos últimos anos estão cobrando um preço muito elevado: deveremos fechar o ano com 14 milhões de desempregados; e sem perspectivas de que o cenário possa melhorar no curto e médio prazos. Só que vejo o problema por uma outra ótica: empregos existem; o que não existe é pessoal qualificado para atender à demanda das empresas. Elas recebem inúmeros pedidos de emprego, só que falta conhecimento e experiência para a grande maioria. Enquanto tudo estava bombando, até os analfabetos conseguiam uma colocação, notadamente na construção civil. Em muito pouco tempo tudo mudou!…”
CLIQUE AQUI para ler a íntegra do artigo “Desemprego x empregabilidade”, de Carlos Costabeber – graduado em Administração e Ciências Contábeis pela UFSM (instituição da qual é professor aposentado), com mestrado pela Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, com especialização em Qualidade Total no Japão e Estados Unidos. Presidiu a Cacism, a Câmara de Dirigentes Lojistas e a Associação Brasileira de Distribuidores Ford. É diretor da Superauto e do Consórcio Conesul.
OBSERVAÇÃO DO EDITOR: a foto que você vê aqui é de Reprodução da internet.
Opinião depende de formação e informação. Depende do que a pessoa conhece. Nesta base algumas empresas querem os profissionais melhor preparados pagando o menor salário possível. No RS o custo de vida não é tão baixo, mas os proventos médios estão abaixo da média nacional.
Outra diferença é setor público e privado. Funcionalismo público tem uma certa tranquilidade no que faz. Já no setor público, embora existam períodos de calmaria, volta e meia aparecem tormentas. Chefes “malas” sem qualificações que ascendem na hierarquia sabe-se lá de que jeito. O email que surge de tempos em tempos avisando o número de cabeças que devem ser cortadas a critério do gestor, importando só a cifra (mais antigos ganham mais, já não produzem tanto; produzir, não cometer textos). Isto ajuda a compreender o preconceito, paisano que tem que matar dois dragões por dia chega numa repartição pública e tudo é aquela calma, em alguns lugares fichas para limitar o número de atendimentos, agendamento em outros com o mesmo objetivo, tudo parece em camara lenta.
A afirmação “empresas querem profissionais prontos” é discutível também. Profissional pronto e com experíência também tem “vicíos”, às vezes não se adapta. Generalizaçõs acontecem.
Finalmente, a culpa não é só dos políticos. Exemplo? Fundição Tupy em Joinville. Em 1959 criou uma escola técnica que em 1985 tornou-se independente. Hoje oferece até cursos de pós-graduação, não só na região, mas em Florianópolis e Curitiba também. A flexibilidade da instituição privada permite suprir as necessidades de curto e médio prazo do setor produtivo. As IFES ficam com as áreas e cursos mais “consolidados”.
A coisa está tão feia que muitos profissionais qualificados, mas desempregados, estão se submetendo a subempregos (bicos) em áreas diferentes das suas especializações.