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A Deusa Nut. Deusa do céu – por Elen Biguelini

A articulista e várias representações da Deusa egípcia (do céu) e da Noite

Já foi mencionada aqui a Deusa Nut (Neuth ou Nuit), deusa do céu e da noite. Notemos como a palavra noite em diversas línguas deriva do nome desta figura do panteão egípcio. Noite (português e espanhol), night (inglês), nuit (francês), nacht (alemão), notte (italiano), nox (latim), natt (sueco), são alguns dos exemplos de como não apenas a cultura egípcia, mas também suas palavras influenciaram as sociedades ocidentais.

Esta deusa é presente em toda a história do antigo Egito, tendo sido parte do mito de criação da sociedade que veio a se tornar a sociedade egípcia antiga.  Seria filha do deus Shu, o deus do ar seco, que foi quem separou a terra do céu. Sua mãe era Téfnis ou Tefenet, uma deusa com corpo de mulher e rosto de onça, que representava as nuvens do céu e a umidade.

A deusa da noite era consorte de seu irmão Gebe, o deus da terra e foi mãe dos deuses aqui mencionados anteriormente, Osíris, Seth, Ísis e Néftis. Também é, por vezes, definida como mãe de Hórus, isto porque segundo algumas variações do mito descrevem que Ísis teria engravidado ainda no útero da mãe.

A deusa da noite é representada por um fundo azul com estrelas amarelas, e figura em todas as tumbas egípcias que tivemos a sorte de conhecer. A noite faz parte do caminho por qual passava o corpo e a alma do falecido, logo, era essencial que estivesse presente junto ao sarcófago.

Outra representação comum desta figura é sob a forma humana, com seu corpo nu (pintado de azul com estrelas) deitado com o ventre para baixo, como cobrindo a terra (seu marido Gebe). (Como uma cúpula redonda por sobre a terra). Já quando representada vestida, de pé, apresenta sobre sua cabeça um pote de água, que serve como sua identificação.

As pinturas em que ela se apresenta como uma cúpula sobre a terra demonstram a ideia de que o sol se punha em sua boca e viajava ao longo de seu corpo, voltando a brilhar em seu ventre.

Assim, é o nascer e o morrer do dia. Logo, figura de forma importante no culto mortuário egípcio (e, logo, surge nas já referidas tumbas). Os falecidos, cuja alma estava esperando a reencarnação, viajavam por seu corpo, assim como as estrelas. (Possivelmente, seja no culta da deusa Nut a descrição de que os mortos continuam olhando pelos vivos nas estrelas)

(*) Elen Biguelini é doutora em História (Universidade de Coimbra, 2017) e Mestre em Estudos Feministas (Universidade de Coimbra, 2012), tendo como foco a pesquisa na história das mulheres e da autoria feminina durante o século XIX. Ela escreve semanalmente aos domingos, no Site.

Crédito da imagem que ilustra o texto: Representação de Nut via wikipedia: Por A8takashi – Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=69835367

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