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ELEIÇÕES 2016. Os oito “braços direitos” dos que pretendem administrar Santa Maria a partir de 2017

Sarney (E) assumiu a presidência, em 1985, após a morte de Tancredo. Talvez o vice mais importante. Antes de Temer, e por razões diversas
Sarney (E) assumiu a presidência, em 1985, após a morte de Tancredo. Talvez o vice mais importante. Antes de Temer, e por razões diversas

Por JOYCE NORONHA, com foto de Arquivo, no jornal A RAZÃO

No início do processo eleitoral, partidos se empenham em busca de nomes para compor a principal chapa a ser lançada, que será composta por dois candidatos: o cabeça e o vice. Este ano as eleições são municipais, onde serão escolhidos o prefeito e vice-prefeito. Mas quais são as responsabilidades de um vice-prefeito?

O vice é o segundo na hierarquia do Executivo municipal. Enquanto o prefeito está em exercício, o vice deve auxiliar na administração, discutindo e definindo em conjunto as melhorias para o município. Conforme o artigo 29 da Constituição Federal de 1988, a eleição do vice se dá com a do prefeito de forma vinculada, com as mesmas condições e incompatibilidades.

Assim, quando o eleitor opta em votar em determinado candidato a prefeito, automaticamente vota também no postulante a vice que compõe a chapa com candidato escolhido. Como o mandato do vice é vinculado ao do prefeito, ambos ocupam as funções por quatro anos.

O vice também assume o posto de prefeito caso o titular se ausente da função, seja por motivo de viagem e licença, quando se torna o prefeito em exercício por um determinado tempo. Se o titular tiver o mandato cassado, o vice torna-se o prefeito interino e assume todas as responsabilidades do titular.

SARNEY E T. NEVES

Um dos casos mais conhecidos da história do Brasil é de Tancredo Neves e José Sarney, que foram eleitos presidente e vice da República em janeiro de 1985, na primeira eleição, ainda indireta, após o período da Ditadura Militar. Um dia antes de tomar posse, Tancredo foi acometido por forte dor no abdômen e precisou ser internado às pressas. O político passou por uma cirurgia e ficou internado por 36 dias. No dia 21 de abril daquele ano, Tancredo Neves faleceu.

Com a morte do presidente da República, foi o seu então vice, José Sarney de Araújo e Costa, quem assumiu a presidência. Tentando superar esta imagem negativa, Sarney assumiu o governo prometendo cumprir as propostas firmadas anteriormente por Tancredo. Ele inclusive permitiu que as eleições para prefeito naquele ano fossem realizadas pelo voto popular.

OITO NOMES

Para o pleito deste ano, em Santa Maria foram apresentadas oito candidaturas a prefeito. Por consequência, a cidade tem oito candidatos a vice.

Quem são os candidatos a vice-prefeito em Santa Maria*

Adão Lemos (PSC)

O pastor de 47 anos acompanha Jader Maretoli (SD) na disputa pela Prefeitura. É natural de Santa Maria e aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), profissão em que trabalhou por 20 anos. Apesar de ser o primeiro vice-presidente do PSC Santa Maria, esta é a primeira candidatura de Lemos e ele comenta que optou por concorrer pelo desejo de mudança. “Estou cansado de ver tanto descaso e injustiça. Acredito que podemos fazer a diferença”, comentou.

Lemos é formado em mecânica pela Escola da Rede Ferroviária, tem técnico em mecânica pelo Colégio Técnico Industrial (Ctism) e graduou-se em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Além disso, é teólogo e professor de teologia. Comandou a Ordem dos Ministros Evangélicos de Santa Maria (Omesm) por seis anos e é pastor da Igreja Batista Vida há 7 anos.

Alda Olivier (PSTU)

A professora aposentada e advogada de 65 anos compõe a chapa pura do PSTU ao lado de Paulo Weller. Nasceu em Ibarama, quando o município ainda era distrito de Sobradinho. É a sétima filha de dez irmãos e veio para Santa Maria em 1980 para lecionar História. Depois de 25 anos de magistério, aposentou-se pelo Estado e cursou Direito. Profissão em que atuou na área de Direito Previdenciário. Atualmente está licenciada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) por questões de saúde.

Apesar do tratamento que faz, Alda conta que aceitou o convite do partido para ser candidata a vice. “Acho que quando a gente nasce em família pobre e luta para sobreviver, a gente desperta o sentimento de luta. Não seria agora que eu deixaria de lutar por uma sociedade mais justa”, pontuou. Alda já foi candidata a prefeita, vice, deputada estadual e federal.

Eduardo Leitão Crisóstomo (PPL)

O reservista militar de 56 anos é candidato a vice ao lado de Werner Rempel (PPL). Único candidato que não é gaúcho, Crisóstomo nasceu em Fortaleza, no Ceará. Veio morar em Santa Maria por conta da vida militar. Entre 2008 e 2011 foi secretário municipal de Obras, depois de Planejamento, em Caçapava do Sul. Serviu ao Exército brasileiro por 32 anos, atuando na área de Engenharia. Ingressou na reserva como coronel. Na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), formou-se em Ciências Militares.

Esta é sua primeira candidatura. Crisóstomo relata que optou participar do processo eleitoral para buscar valores e por que diz sentir-se em condições de passar conhecimentos adiante. “As pessoas precisam procurar os deveres para depois pedir os direitos. Parece que todo o mundo esqueceu isso”, observa.

Ewerton Falk (PDT)

O economista e empresário de 48 anos compõe chapa pura com Marcelo Bisogno no PDT. Natural de Santa Maria, Falk diz que tem um grande vinculo com a cidade e lembra que seu pai e seu avô foram ferroviários. Esta é sua primeira candidatura e comenta que decidiu encarar o processo eleitoral de dentro por que acredita ser a hora de fazer a diferença. “Este pensamento que as pessoas têm de ‘alguém tem que fazer alguma coisa’ não dá mais. Então eu vim fazer algo de diferente”, comenta.

Falk estudou Contabilidade na Escola Marista Santa Maria, é formado em Economia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e conclui o mestrado em Política Social este ano. Ele lembra que seu primeiro emprego foi nas Casas Eny, onde percebeu que precisaria construir seu caminho de sucesso e agora ele acredita que pode ajudar Santa Maria a fazer o mesmo.

Helen Cabral (PT)

A professora de 46 anos vai ao lado de Valdeci Oliveira na chapa pura do PT pela disputa da Prefeitura. É filiada ao partido desde 1989 e natural de Uruguaiana. Helen conta que veio para Santa Maria de trem, na segunda classe, para estudar na Universidade Federal de Santa Maria. Formou-se em Letras. Ingressou no movimento estudantil e foi a primeira mulher presidente da Casa do Estudante (CEU).

Helen integrante do Fórum Municipal de Mulheres de Santa Maria. Já foi candidata a prefeita de Santa Maria e a deputada estadual. Elegeu-se vereadora em 2008. Agora é candidata a vice e diz que quer ser a primeira mulher no Executivo santa-mariense. “Nossa chapa é de paridade e a cidade nunca teve uma prefeita, nem uma vice. Que nesta eleição a gente consiga mudar as coisas e eu ocupa esta vaga”, desejou.

Israel Tischler (PSol)

O estudante de 23 anos acompanha Alcir Martins na chapa pura do PSol. Tischler é natural de Santa Maria, mas cresceu em Agudo. Foi com 16 anos ele mudou-se para Santa Maria com objetivo de estudar. Hoje, ele cursa Ciências Econômicas na Universidade Federal (UFSM).

Esta é a sua primeira candidatura e relata que concorrer a cargo eletivo não é algo que ele pensava “para um horizonte próximo”. Contudo, conta que foi na adolescência que percebeu sua personalidade de questionar o mundo. “Foi no movimento estudantil que consegui direcionar meus anseios”, pontua. Apesar de sua participação no pleito acontecer de maneira repentina, ele revela que os pais o apoiam e sabem que é algo do feitio dele. Tischler diz vez de uma família comum, humilde e aceitou o desafio de ser candidato ao pensar que ele pode lutar pelos seus ideais estando na linha de frente do processo eleitoral.

Magali Marques da Rocha (PMDB)

A professora de 52 anos compõe a chapa majoritária ao lado de Fabiano Pereira (PSB). É natural de Passo Fundo, mas diz que apenas nasceu na cidade, por que toda sua família é de Santa Maria, lugar em que cresceu e sempre morou. Por 22 anos atuou como diretora e vice-diretora, intercalando gestões, da Escola Municipal Aracy Barreto Sacchis.

Magali também totaliza 12 anos como vereadora em três mandatos e foi presidente do Comitê Latino-americano de Vereadores. Candidatou-se a deputada estadual, atuou como chefe do Gabinete do Prefeito, na gestão de Cezar Schirmer, e depois secretária de Habitação e Regularização Fundiária. Relata que sua paixão pela política é um ensinamento de família. “Três ex-prefeitos de Santa Maria são Marques da Rocha. É algo que está no sangue da família”, diz.

Sérgio Cechin (PP)

O engenheiro civil e matemático de 62 anos é candidato na chapa encabeçada por Jorge Pozzobom (PSDB). Natural de Santa Maria, Cechin formou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal (UFSM) e em Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Imaculada Conceição, que hoje é o Centro Universitário Franciscano.

Ele está no sexto mandato como vereador e já foi vice-prefeito de Santa Maria. Apesar de estar na vida pública há bastante tempo, Cechin diz que foi professor de matemática e aposentou pelo magistério no Estado após 36 anos de trabalho. Hoje tem um escritório de Engenharia. Cechin diz que segue na vida pública muito os ensinamentos de seu pai, Agostinho, que faleceu há cerca de dois anos. “Ele sempre foi meu guia. Assim como toda a família que me apoia muito”, comenta.

*O critério para apresentação dos candidatos a vice é a ordem alfabética dos nomes.

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