SALA DE DEBATE. Política predomina na discussão. E, creia, sobraram polêmicas: voto em lista, por exemplo
Nada de segurança pública. Nem mesmo de campanha eleitoral. Temas que, por sinal, surgiram com força nos outros programas da semana. Mas, hoje, especialmente, o “Sala de Debate” foi dominado por temas políticos mais abrangentes, quem sabe estratégicos. E, olha, inclusive com a participação do ouvinte, não faltou polêmica.
Ricardo Jobim e Eduardo Rolim, com a mediação deste editor, discutiram, entre meio dia e 1 e meia, na Rádio Antena 1, sobre voto em lista, a necessidade (com muita contestação do âncora, aliás) de preparo intelectual e noções de direito constitucional para ocupar cargos no Legislativo, por exemplo, a existência de candidaturas de “notáveis” sem condições políticas, etc.
Creia: foi um debate pra lá de animado, escorado inclusive pelo assunto do momento: a eleição de 2 de outubro.
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Voto em lista fechada. Voto em lista aberta já existe. Só que não adianta achar que mudando o sistema resolvem-se os problemas, todos têm vantagens e desvantagens. A solução é experimentar já que o atual não serve mais.
Editor teria que esclarecer um ponto: num dia reclama da indigência intelectual dos políticos e noutro acha que não é necessário.
Candidatura de “notáveis” não são proibidas, só que eles não se interessam mais, este é o problema.
O busílis é outro, as pessoas mais preparadas não mais se interessam por política, diferente do que era no passado. Resultado é que um bando de despreparados chega nos cargos, acham que resolvem tudo com “ideologia” ou “bom senso”, que “podem tudo porque foram eleitos” e não querem nem saber do que dizem os assessores (vide as inconstitucionalidades que pululam nas câmaras municipais país a fora). Isto tem um preço, população não vê resultados e começa a desconfiar que a democracia é muito cara.
Na França alguns cargos na alta hierarquia só podem ser ocupados por gente que cursou o mestrado da Escola Nacional de Administração Pública (existe uma no Brasil, mas não com a mesma finalidade). Lula conseguiu via convênio um curso intensivo em dezembro de 2003 para algumas pessoas na França. No RS sei que o petista Adão Vilaverde foi um dos estudantes e que ele tentou montar algo parecido no estado, gestionou junto a Tarso, o intelectual, mas aparentemente deu em nada.