Por BRUNA HOMRICH (texto e foto), da Assessoria de Imprensa da Sedufsm
A situação dos moradores dos fundos da olaria da UFSM, a cobrança de taxas pelo uso de auditórios no Centro de Tecnologia (CT) e a sede da Sedufsm no campus foram os assuntos abordados em reunião dos diretores sindicais com o reitor da UFSM, Paulo Burmann, na tarde desta terça-feira, 2.
De início, os docentes manifestaram a profunda solidariedade da seção sindical à comunidade dos fundos da olaria, privada do acesso à energia elétrica em pleno rigor do inverno, algo considerado, pela entidade, como ‘desumano’. Burmann afirmou que a determinação judicial não se refere apenas à interrupção de energia, mas aponta a reintegração de posse no local.
“Amanhã [quarta-feira, 3] tem a audiência de conciliação para estabelecer um cronograma de desocupação. Para nós, quanto mais se puder protelar essa desocupação, melhor, pois o município pode preparar uma área para receber essas pessoas. Decididamente eles não poderão permanecer aqui”, disse o reitor.
Ainda sobre a situação dos moradores da olaria, a diretoria do sindicato entregou a Burmann um documento com o seguinte conteúdo:
“No que se refere à ocupação dos fundos do campus Camobi da UFSM, pela comunidade da olaria, é importante que se esclareça que a participação da SEDUFSM − convidada que foi pela referida comunidade −, no ato promovido pelos moradores, restringiu-se a um préstimo de solidariedade na solicitação de religar a energia elétrica das casas dos moradores, porque entendíamos — e, de nossa parte, continuamos entendendo — que é algo, no mínimo desumano, aquelas pessoas − muitas delas crianças e idosos − ficarem desprovidas da energia elétrica neste período de inverno rigoroso que atinge o nosso estado neste ano. Somente isso! Em nenhum momento nos posicionamos a respeito do pretenso direito dos moradores sobre a propriedade daquele espaço físico. Sugerimos, àqueles e àquelas que têm dúvidas a respeito disso, que leiam todas as notas publicadas pela imprensa do nosso sindicato e assistam a todas as reportagens elaboradas por ela para se certificarem disso.”
Taxas pelo uso de auditórios na UFSM
Num segundo momento da reunião, o assunto abordado fora a cobrança, por parte do CT, às unidades e subunidades da UFSM pelo uso de seus auditórios. O vice-presidente da Sedufsm, João Carlos Gilli, explica que o problema não é a cobrança de taxas a entes de fora da universidade pelo uso da estrutura, mas à própria comunidade interna.
Burmann argumentou que há falta de pessoal para manter os auditórios do CT e que não é possível a contratação de mais funcionários, pois a ordem do dia é reduzir, e não aumentar as despesas de custeio. Conforme dito pelo reitor, as taxas cobradas expressam apenas rubricas de recursos públicos – trocas entre as unidades -, sem ingerência de qualquer ente externo. Quando consultado pela Assessoria de Imprensa da Sedufsm, o diretor do CT, professor Luciano Schuch, disse que as unidades e subunidades que utilizam os auditórios fazem o repasse dos recursos de custeios ao Centro de Custos do CT que, por sua vez, os transfere ao Almoxarifado ou à Pró-Reitoria de Infraestrutura.
Contudo, o professor Gilli ressaltara que a preocupação da Sedufsm extrapola as questões jurídicas e toca na concepção de universidade, já que a exigência de um retorno financeiro à própria comunidade interna demonstra uma ingerência do capital dentro da universidade e reforça a lógica dominante que precariza para privatizar. Para o docente, é preciso organizar a gestão pública desses espaços para que consigam ser utilizados de acordo com o quadro de pessoal oferecido pela universidade.
Na reunião desta terça, os três diretores da Sedufsm presentes (professores Júlio Quevedo, Carlos Pires e João Carlos Gilli Martins) entregaram nota elaborada pelo sindicato em contraposição à política de cobrança à comunidade acadêmica pelo uso dos espaços públicos da universidade. O documento pode ser lido, na íntegra, ao final do texto, em anexo.
Avança tramitações para sede no campus
Como último ponto na reunião desta terça, o reitor informou que será realizada, em breve, uma chamada pública – edital – para que as entidades interessadas apresentem seus projetos de construção no campus. Após selecionados os projetos, terá início a segunda etapa: a construção propriamente dita, em comodato.
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Como fiquei contente por ver um sindicato tão preocupado com assuntos tão importantes e fundamentais para a UFSM.