TRABALHO. Sem negociação e com proposta menor que a inflação, greve bancária tem adesão recorde
Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Bancários
A indignação dos bancários com a postura Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) faz com a que a greve da categoria continue sendo ampliada em agências de Santa Maria e também na região. A paralisação, que completa um mês em 6 de outubro, segue por tempo indeterminado.
Nesta terça-feira (4), o quadro de greve chegou a 56 unidades bancárias paralisadas total ou parcialmente na região Central do Rio Grande do Sul. Trata-se da maior adesão a uma greve já realizada nos 81 anos de história do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região.
No Banco do Brasil, 50 funcionários comissionados aderiram à greve na sexta-feira, o que influenciou na paralisação de novas agências esta semana. Em Santa Maria, apenas a Estilo, na Avenida Medianeira, segue operando normalmente. As agências Centro e Tancredo Neves atuam de forma parcial enquanto as demais estão fechadas. Na região, sete agências estão paralisadas.
“A Fenaban apresentou uma proposta absurda de dois anos que não contempla sequer a inflação. Mas além de lutarmos pelo reajuste salarial, estamos protestando pelo corte de vagas no Banco do Brasil. Cerca de 6 mil funcionários já foram desligados apenas este ano sem reposição de vagas”, explica o diretor do Sindicato dos Bancários, Márcio de Lima Gonçalves.
A greve também atinge todas as agências da Caixa Econômica Federal e dos bancos privados de Santa Maria. As negociações realizadas na semana passada não tiveram avanço. Um novo encontro entre Fenaban e Comando Nacional dos Bancários ainda não foi marcado.
A Fenaban oferece 7% de reajuste (abaixo da inflação, calculada em 9,62%) mais abono de R$ 3,5 mil para 2016. Para 2017, a proposta é de reposição da inflação pelo INPC mais 0,5% de aumento real, além de vales e auxílios corrigidos pelos respectivos índices.
Já os bancários reivindicam reajuste de 14,78% (reposição da inflação do período mais 5% de aumento real), valorização do piso salarial, no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) e PLR de três salários mais R$ 8.317,90.
Bem caberia nessa hora o corte de salários.