DISPUTA. Os “a favor” e os “contra” as ocupações na UFSM disputam o seu espaço também pela rede social
Os dois lados têm sua página no Feicebuqui, a maior das redes sociais. Uma é A “Ocupa UFSM”. Outra é “Desocupa UFSM”.
A primeira congrega e difunde opiniões favoráveis ao movimento liderado por várias entidades estudantis, contra a PEC 55 (que era 241, na Câmara dos Deputados), também chamada de “PEC do corte de gastos públicos”.
A segunda, que tem – pelas notas já tornadas públicas – a chancela da atual direção do Diretório Central de Estudantes, se posiciona no sentido contrário às ocupações, um dos métodos de luta dos anti-PEC.
São várias as unidades já ocupadas na instituição, devidamente noticiadas pela comunidade “Ocupa”. Como também há um curso “ocupado” contra a “ocupação” (sim, você leu certo), que prega a ocupação “para ter aula”.
Tá, e como, numericamente, se encontra essa disputa? Até o momento em que esta nota é redigida, no início da noite de segunda-feira, 14 (*), a disputa internética está bem equilibrada, mas os estudantes contra a PEC 55 estão 10% na frente. Como? Confira:
A comunidade “Ocupa UFSM” tem 3.099 curtidores.
E a comunidade “Desocupa UFSM” conta com 2.702 curtidas.
(*) consulta feita às 18h49
É só “espertice” de alguns misturarem o caso da invasão com a discussão da PEC.
A PEC é uma coisa, a invasão é outra.
A discussão da PEC tem vários lados, não são só dois. A discussão é obviamente válida e legal, mas a invasão é um ato ilegal e está virando impunidade. Prejudica a vida acadêmica de muita gente, além de colocar em risco o patrimônio público.
Querem discutir a PEC? Ótimo, as redes sociais são só um meio e todos os lados podem demonstrar seus pontos de vista, sejam esquizofrênicos ou não.
Mas o caso da invasão não tem nem dois lados, pois o lado da lei é um só.
Quem está no único lado válido que existe, o da lei, é que o zela para a preservação da normalidade funcional das instituições, que protege o patrimônio público, que atende a necessidade de milhares de pessoas no seu direito de ir e vir e acaba com o sentimento de impunidade.
A Constituição diz que ninguém pode barrar direitos de ir e vir de ninguém, e quem barrar o direito de ir e vir tem de ser penalizado. A lei diz que prédio público não pode ser invadido por ninguém. A lei é para todos. Isso aqui não é “casa da mãe joana”.
O caso da invasão já deveria estar resolvido com a aplicação da lei, doa a quem doesse, e o espaço para a discussão da PEC continuaria acontecendo em todos os canais democráticos possíveis, naturalmente.
Mas não está resolvido porque a aplicação da lei ainda não aconteceu, talvez porque alguns estejam “lavando as mãos”, mais preocupados com a eleição. Parece que das “instâncias superiores” não virá essa ação correta, via Justiça, a de reintegração de posse, não parecem comprometidas para a prevenção de risco para o bem público, nem com o direito de ir e vir de todos os da academia.
Querem diálogo? Mas… a quem iludem? Diálogo com quem pratica atos ilegais? Ora, cabe só a aplicação da lei. Dialoga-se com criancinhas que fazem malcriações, mas não se dialoga com marmanjos que são responsáveis legais pelos seus atos, são conscientes deles, têm assessoria jurídica que os informam da ilegalidade e das penas. Diálogos com marmanjos inconsequentes é abrir a porta da impunidade, e isso é bom? Mas não são cidadãos como os outros? Por que têm regalias? Mais uma vez: já são marmanjos, não crianças malcriadas. São imaturos? Uma boa pena educativa vai colocar as ideias no lugar e mostrar na prática o que é uma democracia de verdade, não uma zoninha.
Editor tenta ser sub-reptício, o que é cômico. PEC do teto vira “PEC do corte dos gastos públicos”.
Podem ocupar à vontade. Por quê? Ninguém nota a diferença. Com ocupações ou sem ocupações é vida que segue.
Poderia ir lá e entrar para uma das comunidades. Não vou porque não tem importância.