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PARTIDOS. Qual o caminho do PT, grande derrotado nas urnas? Há quem anuncie uma “fuga das estrelas”

isto-e-2O PT, dos grandes partidos, ninguém duvida, foi o grande derrotado do pleito municipal de outubro. Perdeu dois terços das prefeituras que mantinha e, em alguns estados, quase foi varrido do comando das comunas. Ainda assim, é forte o suficiente para ter uma bancada de 68 parlamentares federais (58 deputados e 10 senadores). Isso para ficar num indicador mais visível, pois há também mais de um milhão de filiados a segurar a peteca petista em todo o País.

Mas a discussão é outra. De maior profundidade. Nas entranhas petistas há sinais inequívocos de descontentamento com o comando partidário. Isso é bem visível, por exemplo,no Rio Grande do Sul, de onde surgem líderes fortes para uma mudança. É isso ou… ou… Bem, aí surgem várias possibilidades. Desde a saída pura e simples para outra legenda (o PDT é bastante citado), a aglutinação com outra (o Rede, desde que Marina Silva se contente em ser mais uma, e não Alíder) ou… ou… De todo modo, a situação é considerada grave no partido que comandou o País por 13 anos e meio.

Sobre a situação, pululam reportagens na mídia tradicional, além do debate que é perceptível nos meios alternativos e mais independentes. Para ajudar a entender a situação, e nem precisa concordar com ela, vale conferir a repotagem publicada na edição mais recente da revista IstoÉ. Esta, que você lê a seguir, com imagens de reprodução:

Tarso Genro O ex-ministro pede revisão dos erros e expurgo dos corruptos; Paulo Paim O senador avisa: “vai haver uma revoada no PT”; Maria do Rosário A parlamentar é uma das que preparam a debandada; Arlindo Chinaglia O deputado que já chegou a presidir a Câmara quer novos caminhos
Tarso Genro O ex-ministro pede revisão dos erros e expurgo dos corruptos; Paulo Paim : “vai haver uma revoada no PT”; Maria do Rosário A parlamentar é uma das que preparam a debandada; Arlindo Chinaglia O deputado que já chegou a presidir a Câmara quer novos caminhos

A fuga das estrelas

A três meses de completar 37 anos, o PT está ameaçado pela fuga em massa de parlamentares e dirigentes. Um grupo que corresponde a 70% da bancada no Congresso já trabalha para deixar o partido, criar uma nova legenda ou mesmo engrossar outras siglas. Os entusiastas da fundação de um novo partido já traçam estratégias para não perder o rateio do Fundo Partidário, verba pública hoje essencial para a sobrevivência das agremiações, e o tempo de televisão. A ideia seria se unir a legendas já estabelecidas, como a Rede Sustentabilidade. Aproveitar a frustração dos militantes com a performance pífia da Rede nas eleições municipais para, juntos, engrossar as fileiras do novo partido. De antemão, no entanto, os desertores do PT impõem uma condição: que a ex-senadora Marina Silva não tenha ascendência sobre a nova sigla.

As conversas do chamado “grupo dos 40” ganharam velocidade nos últimos dias, esquadrinhado o resultado eleitoral do PT nas eleições municipais. A avaliação corrente é de que o pior dos mundos seria a inércia, diante do naufrágio petista. Se os separatistas não possuem ainda todas as diretrizes definidas, já se sabe que, se o novo partido realmente vingar, será mais alinhado à esquerda, contra o neoliberalismo e defensor da ética e do combate às velhas e deterioradas práticas políticas. O objetivo é tentar se reconectar com o eleitorado que um dia já pertenceu ao PT, mas que hoje não quer nem ouvir falar em digitar o 13 nas eleições.

Ameaçado pela Lava Jato, Lula não quer ficar só, mas tem dificuldades para emplacar aliados na direção do partido
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Fusões no horizonte

Além da Rede, os dissidentes já estão conversando com outras legendas para avaliar a possibilidade de fusão, como PC do B e PT do B. “Até o fim deste ano vai haver uma revoada no PT”, sentencia o senador Paulo Paim (PT-RS), um dos fundadores do PT. “Estou ameaçando sair do partido desde dezembro do ano passado. Eu disse na época à direção que o sonho havia acabado e que se nada fosse feito, se o partido não mudasse, seria o fim. Fiz o que pude, mas ninguém me ouviu. Agora, vou esperar até o final do ano. Até março quero estar em um novo projeto”, desabafa. Ele defende que as esquerdas se unam em torno de uma Frente Ampla popular.

Outra hipótese que já está sendo amplamente estudada é a migração em massa para o PDT. Embora não represente muita novidade, o Partido Democrático Trabalhista ofereceria algumas vantagens aos desgarrados. Em primeiro lugar, a identificação histórica com a causa dos trabalhadores. Depois, porque embora tenha tido pouca expressão nas urnas, a imagem dos pedetistas não está tão incinerada por denúncias de corrupção quanto outras. Atualmente, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) está entre os favoritos da esquerda para disputar a Presidência da República daqui dois anos, caso Lula esteja inviabilizado. A onda de defecção que assola parlamentares do PT também embala governadores petistas. O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por exemplo, já avalia uma eventual mudança para o PSB.

Ciente da debandada em curso, nas últimas duas semanas, o ex-presidente Lula procurou lideranças das mais diversas correntes de seu partido e intensificou rodadas de conversas no instituto que leva seu nome, no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Na iminência de ser preso e com a derrocada de sua legenda, Lula está tentando desesperadamente evitar que seus companheiros a abandonem. Ele já aceita até a tese de “refundação” da agremiação. O petista chegou a um caminho sem volta, em que está disposto a fazer qualquer coisa para tentar evitar uma debandada geral. Lula tem pressa. Não só por estar com a Lava Jato em seu encalço e saber que, se for encarcerado, ficará muito mais difícil trabalhar neste movimento de contenção. Corre contra o relógio para manter sob seus domínios os 40 parlamentares hoje à beira da porta de saída.

A tentativa de evitar a cisão será intensificada esta semana, nos dias 10 e 11, na reunião do Diretório Nacional, quando os dirigentes vão tentar fechar um acordo para antecipar as eleições para a presidência do partido. O mandato do atual presidente, Rui Falcão, vai até dezembro de 2017, mas depois do fracasso nas urnas, ele aceitou encurtar seu tempo no cargo. A ideia de quem permanecer na legenda é a de fazer novas eleições entre março e maio do ano que vem. Falcão chegou a lançar Lula como candidato ao comando do partido, mas o ex-presidente sinalizou não querer o posto. Prefere…”

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Um Comentário

  1. Bancada federal do PT não se alterou (muito) porque não houve eleição para o Congresso. E o pessoal saindo já está prevendo dificuldades em 2018, quer uma legenda mais favorável para tentar a reeleição. Além disto, uma frase muito comum no discurso da esquerda ultimamente é “todo mundo só pensa na próxima eleição, ninguém tem projeto de país”. Logo eles devem apresentar um candidato com “um projeto de país”. Que pode até ser Ciro Gomes.
    Existe também a discussão teórica. Partido tem um conjunto de pseudo-intelectuais encarregados de elaborar pseudo-teses acadêmicas para reapresentar com outra roupagem e justificar o mesmo mimimi de sempre. Por exemplo, com base em muito poucas características chegaram a conclusão que o PTB da década de 60 são PT e PDT juntos hoje em dia. PMDB seria o PSD e o PSDB seria a UDN. Tudo “encaixa”, tucanos na direita, “golpe”, etc. Só rindo.

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