UFSM. Assembleia com mais de 3 mil participantes decide manter ocupações e programa greve estudantil

Com informações de (entre outros) FRITZ R. NUNES, Especial para o Site

A administração da UFSM, em reunião de emergência convocada pelo reitor Paulo Burmann, com os diretores das unidades de ensino, decidiu respeitar a decisão dos estudantes, qualquer que fosse. Isso foi no final da tarde passada, como você leu aqui, com EXCLUSIVIDADE.

Pois bem. Mais tarde, por volta das 9 da noite, surgiu a decisão tomada na assembleia estudantil que, dado o expressivo número de participantes (entre 3 mil e 4 mil, segundo os observadores), acabou se realizando no Estádio do Centro de Educação Física e Desportos, no sul do campus de Camobi.

Por ampla maioria, os estudantes, um mar deles, que literalmente ocupou, quase até lotar espaço das arquibancadas, decidiu:

1) Manter a ocupação de prédios na instituição, no Campus. E, nesses locais, há a suspensão (greve) das atividades acadêmicas. Nos prédios desocupados, em princípio, as aulas continuam.

2) Apoio à greve dos técnicos administrativos, já acontecendo, e dos docentes, indicada para começar no dia 25.

3) Greve geral dos estudantes a partir do dia 25 quando, presume-se, começa a discussão da PEC do Limite de Gastos (55, no Senado – antes 241, na Câmara dos Deputados).

A direção da assembleia foi do Conselho de Diretórios Acadêmicos, que aprovaram a realização do encontro, contrariamente à posição do Diretório Central dos Estudantes, com posição majoritária CONTRA as ocupações. A assembleia, que tratou da PEC dos Gastos, também se posicionou contra a Medida Provisória que reformula o Ensino Médio.

A seguir, e para complementar, um depoimento de Fritz R. Nunes (também autor da foto que ilustra esta nota), feito a pedido do editor do Site:

“Foi um verdadeiro mar de estudantes que literalmente ocupou, quase até lotar o estádio do Centro de Educação Física e Desportos da UFSM. Nem alguns professores e estudantes do CEFD souberam afirmar com precisão, mas calcularam um número entre 3 e 4 mil pessoas na assembleia estudantil, cujo objetivo principal era debater se os alunos são a favor ou não de uma greve contra projetos em tramitação, como a PEC 55 e a MP 746 (reforma do ensino médio).

Final de tarde e início da noite e a plenária, que foi acompanhada por dezenas de professores e técnico-administrativos, seguia rolando. A assembleia ocorreu numa quinta-feira em que a UFSM passou a ter diversas ocupações em cursos e nos prédios correspondentes às Unidades de Ensino, para protestar contra projetos de precarização do ensino.

Foi disso que tratou também a plenária, de fazer um balanço das ocupações. Os estudantes fizeram História, 30 anos depois de uma outra assembleia, unificada dos segmentos e no mesmo local, que aprovou greve em toda a instituição. A plenária encerrou, já ao anoitecer, e teve como principais encaminhamentos: – Ocupação com suspensão das atividades acadêmicas; – Apoio tanto à greves dos servidores técnicos (TAEs) e docentes; – Greve estudantil a partir do dia 25 de novembro.”