UFSM. Professores antecipam começo da greve, mas mantêm o prazo: será até o fim da votação da PEC 55
Por FRITZ R. NUNES (texto e foto acima), da Assessoria de Imprensa da SEDUFSM
Em uma das assembleias com maior participação desde 2015, os professores da UFSM praticamente lotaram o auditório Flávio Schneider (Centro de Ciências Rurais-CCR) no final da tarde desta sexta, e por ampla maioria, decidiram antecipar o movimento de entrada na greve. A categoria aprovou greve imediata, mas em função do cumprimento da legislação, a deflagração se dará, oficialmente, na próxima terça, 22 de novembro. Após o final da plenária, o presidente e o vice da Sedufsm, professores Julio Quevedo e João Carlos Gilli Martins, foram até o gabinete do reitor, Paulo Burmann, e entregaram documento comunicando a aprovação do movimento paredista.
Com a decisão tomada nesta sexta, os docentes modificam decisão anterior, que era de entrar em greve por tempo determinado a partir de 25 de novembro até a retirada da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, com reavaliação no dia 13 de dezembro. Dessa forma, o movimento grevista se antecipou em três dias, mas ele se mantém por tempo determinado, tendo em vista que o Senado Federal tem um prazo para analisar a proposta enviada pelo governo Temer, que congela investimentos por 20 anos. O calendário previsto no Senado é que a votação em dois turnos ocorra entre o final de novembro e o dia 13 de dezembro.
A assembleia desta sexta foi concorrida não apenas pela presença de público, mas pelo intenso e acalorado debate, que ficou centrado em cima da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 55), atualmente tramitando no Senado. Houve muitas defesas em relação às ocupações de prédios da instituição promovidas pelos estudantes, mas também algumas críticas.
A grande maioria das manifestações citava artigos e estudos de pesquisadores, apontando inconstitucionalidades da PEC 55, e também o alto custo social que representará a implementação desse ajuste fiscal radicalizado, que afetará duramente os serviços sociais. Marcos Lobato, professor do departamento de Saúde da Comunidade, alertou que “austeridade” que se emprega em áreas como a saúde, já ficou demonstrada em outros países, que redunda em mortes devido à queda investimentos fundamentais. Apenas dois professores se manifestaram ao microfone contra a greve.
Após a votação, que foi feita apenas por contraste, sem necessidade de contagem tendo em vista que visualmente se tornou perceptível que a maioria votara pela greve, o professor Julio Quevedo informou que o Comando de Mobilização dos Professores se transformaria em Comando de Greve. Ao mesmo tempo, o presidente da Sedufsm destacou a importância de outros docentes se somarem ao comando, para que as tarefas possam ser divididas.
Na próxima semana devem ocorrer a instalação do Comando de Greve e as primeiras reuniões. Afora isso, já está prevista a segunda plenária dos três segmentos da UFSM para a próxima sexta, 25. Neste mesmo dia já está sendo chamado um novo ato público contra a PEC55, em defesa da saúde, educação e previdência, que ficou marcado para o final da tarde, na praça Saldanha Marinho.
Neste final de semana (dias 19 e 20), também tem agenda de mobilização dos professores em Brasília. Na sede do ANDES-SN ocorre a reunião unitária dos setores federais, estaduais e municipais, do Sindicato Nacional, para discutir o indicativo de greve das universidades, que aponta como eixos de pauta a derrubada da PEC 55 e da MP 746 (reforma do ensino médio). Na próxima segunda já se terá um balanço dos debates que ocorrem no ANDES-SN neste final de semana.
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Como diz o filósofo: ema, ema, ema, cada um com seus “pobrema”.