CORRUPÇÃO. E não é que o Silas Malafaia teve que ajoelhar numa delegacia da Polícia Federal. Que coisa!
Por LÍVIA MACHADO, no G1, o portal de notícias da Globo, com imagem de Reprodução/YouTube
O pastor Silas Malafaia, alvo de um mandado de condução coercitiva na Operação Timóteo, se apresentou na sede da Polícia Federal em São Paulo, na Zona Oeste, na tarde desta sexta-feira (16), para prestar depoimento. Ele deixou a PF às 17h50. A operação foi batizada de Timóteo em referência a um dos livros da Bíblia. Segundo a investigação, o líder religioso é suspeito de emprestar contas bancárias de sua instituição para ajudar a ocultar dinheiro.
“Isso é uma safadeza, é uma molecagem. Estou desafiando a provar que eu estou envolvido com esses canalhas. Meta eles na cadeia. Sou a favor da Lava Jato, sou a favor de uma Justiça forte, mas não para isso”, disse ele, exaltado, antes de entrar para depor.
Malafaia ainda alegou não ser bandido, não ter medo de ser preso e, em sua defesa, afirmou saber distinguir as doações que recebe. “Eu sei separar o que é para mim e o que é para a minha entidade. Eu orei por esse cara [o doador] em 2011, eu oro por muita gente. Eu recebo muitas ofertas, não é só dele não. E declaro no imposto de renda.”
O pastor ficou na sede da PF por cerca de 1h30 minutos. Após depor, disse a jornalistas, aos berros, que não é “laranja de bandido” e não sabe nada sobre mineração: “Eu sei lá que porcaria é essa”. Malafaia afirmou que irá devolver o dinheiro a ele doado caso seja comprovada a origem é ilícita – e se a Justiça determinar.
O pastor também destacou ser impossível checar a origem das incontáveis doações que recebe. “Isso não existe para um real nem para um milhão nem para nenhum valor”.
“A minha indignação não é um juiz dizer: ‘Pastor, venha aqui prestar depoimento. Está correto. A minha indignação é fazer show pirotécnico. Foram na minha casa, minhas netas estavam em casa, com Polícia Federal, criança chorando, a quem interessa isso? Quer dizer que agora no Brasil qualquer um vai ser jogado no lixo da corrupção e safadeza?”
Antes de ir para a PF, Malafaia usou as redes sociais para se defender. Ele postou em seu canal no Youtube um vídeo no qual se diz “indignado” com a condução coercitiva. “Em 2013, eu recebi a visita em meu escritório do meu amigo pastor Michael Aboud, da Igreja Embaixada do Reino, em Balneário Camboriú. Ele levou um membro dele, um tal de Jader, que queria me dar uma oferta pessoal: R$ 100 mil. Depositei na minha conta e declarei na conta minha e da minha esposa. Conta conjunta, que tenho com ela…”
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Problema não é o dinheiro entrar na conta. Problema é para onde ele sai depois.