ELES – por SÉRGIO BLATTES, em seu perfil na rede social
Eles são os culpados de todos nossos males. Nossa vida, sem eles, seria, com certeza um mar de rosas sem espinhos. Mas eles estão em toda parte.
Como seria mais justa a tributação brasileira se não fossem eles, os governantes, que vivendo fora da dura realidade que nós enfrentamos, decidem aumentar cada vez mais nossos impostos. Sem falar de outros, os empresários adeptos do capitalismo selvagem, que espoliam nossa economia, sonegam impostos, exploram o trabalhador. Eles, os empresários, também são culpados.
E o que dizer da elite nacional, composta de pessoas acostumadas a pensar somente em seus interesses, subordinando tudo ao que melhor lhes serve. Também eles são os responsáveis pelo Brasil que temos.
Eles, os políticos em geral, são os que têm maior parcela de responsabilidade, estão sempre pensando na próxima eleição, nas vantagens que possam ganhar e não se importam com o povo.
Aliás, não só eles, os políticos, podem ser apontados dentre os que degeneram a vida nacional. Não podemos esquecer dos eleitores, pois eles têm memória curta, votam em qualquer um, trocam o apoio por vantagens pessoais ou promessas que sabem que não serão cumpridas. Se há culpados, sem dúvida, dois dos principais são eles, os políticos e os eleitores.
Como se todos eles juntos ainda fossem poucos ainda temos que enfrentar os que não gostam de trabalhar ou estudar. Estes são em grande número e se somam a todos os outros eles.
Afinal, quem são eles? Ou melhor, quem somos nós? Se eles são os culpados, o que nós, que teoricamente somos maioria, fazemos para mudar este quadro? Será que eles não são nosso próprio reflexo?
Chega de culpá-los, pois ao afirmarmos que a culpa é deles estamos praticando um ato de negação, para não assumir a responsabilidade que cabe a cada um de nós.
A culpa não é deles, é nossa.
Estamos falando de benefícios e regalias de “castas”, que estão em vários Poderes da República, que se aproveitam de algo chamado de “isonomia”, dos melindres da Lei mal feitas, de casos excepcionais, para terem o maior número possível de regalias com “apêndices”, que se alastram pelos Poderes como um incêndio num canavlal seco. E quem paga a conta somos nós, a sociedade.
Não é só uma questão de moral, é de falta de vergonha na cara mesmo.
Tem de estar na lei que invadir prédio público e barrar o ingresso e as atividades do prédio é ilegal, e o bom senso diz que isso é racional e vai ser assim para sempre, mas fazer uma leitura da lei de forma conveniente para alguns terem benefícios financeiros é irracional. Exemplos: está na lei que senadores e deputados podem ter aposentadorias especiais, uma verdadeira mamata. Isso não é uma só um embate entre legal x moral (de novo), isso é mais um tapa na cara da sociedade, que pode exigir a mudança da lei porque é absolutamente fora da casinha que isso (ainda) aconteça. Quando o Renan rasgou a Constituição junto com o Lewandowski para colocar um regimento interno acima da Constituição e blindar a penalização cabível de uma presidente, a mesma coisa. Aqui na aldeia a coisa “pegou”, acham que o que acontece dentro da UFSM está acima da Constituição e do Código Penal. Outro caso: as “castas” do serviço público que se beneficiam desses penduricalhos agora dizem que os auxílios não podem ser somados para o teto salarial. Que auxílio é auxílio, está fora do teto. Ah, por favor.
As situações que se discute extrapolam a questão moral porque elas estão fora do mero bom senso comum.
Hummm….Pensei numa maneira de resumir o texto em 140 caracteres. Não precisou. “A situação do país é o espelho da sociedade. Fomos nós que fizemos isto.”
Assunto foi parar no auxílio-moradia. Magistrados ganharam este direito em 79 (Lei Orgânica), exceto os que moravam nas capitais. Em 86 o direito foi extendido a todos. Assunto foi parar no judiciário e em 2014 saiu decisão do STF (liminar) determinando o pagamento a todos os juízes federais. CNJ extendeu para os demais, isonomia. Valor não poderia ser menor do que o pago ao MP e ministros do STF.
Bueno, isto é uma discussão nada simples, envolve a relação entre direito e moral. Estes debates tendem a não ter conclusão.
Prezado editor.
Pesquisando pelo buscador da internet, mais famoso e eficiente, que indexa tudo que os portais deixam os “robots” do Google indexar, somente estes dois nomes aparecem : “o desembargador João Barcelos de Souza Júnior formalizou à administração do judiciário que abre mão do valor. A mesma posição tomou o colega dele, Carlos Roberto Lofego Caníbal”.
Se o eminente autor do texto abriu mão e isso está publicado em algum portal, pelo Google não aparece em lugar nenhum.
Mas que ótimo se isso for real, fez a parte dele, mas ainda clamo-o para que convença seus pares para que faça o mesmo, pois faz pouco tempo que entraram com recurso e o pleno do TCE deu que mais uma vez ganho de causa aos eminentes que querem receber, quando em maio houve a suspensão do pagamento por liminar.
Rindo do “supostamente o leitor deveria saber”. Outro dia num programa de rádio alguém largou uma teoria da conspiração a respeito do SUS. Falta dinheiro porque “obviamente alguém está desviando”. Ora, até pode existir este tipo de coisa. Mas a tabela do SUS não é atualizada há pelo menos cinco anos. Os valores são ridículos. Remoção da vesícula biliar. Media complexidade. Serviço hospitalar: 447 Reais. Serviços profissionais: 248 reais. Inclui no mínimo um cirurgião, um instrumentador e um anestesia (não sei o tamanho da equipe). Os convidados “supostamente deveriam saber” do que estão falando. Afinal, é uma concessão pública, não deve ser utilizada para desinformar os ouvintes.
Eminente desembargador.
Assumir a responsabilidade que cabe a cada um de nós é um conselho dadivoso, principalmente para quem está exercendo alguma função pública, que é paga pela sociedade, que também deveria assumir essa consciência.
Por isso, como desembargador, tome decisões que não criem privilégios para alguns, que não aja de forma seletiva, política, que não favoreça ideologias ou partidários.
Que veja a sociedade como um todo, que paga a conta de tudo e precisa que as ações na Justiça sejam realmente justas e universais.
Vamos a um caso específico, que cabe usar como exemplo, o tal de auxílio-moradia, e está na sua seara de fazer alguma coisa para melhor.
Vossa Excelência, no momento, é um desembargador desse Estado, então conclamo que o eminente faça um apelo aos seus pares para que abram mão do vergonhoso auxílio-moradia, de aproximadamente R$ 5.000,00, que os desembargadores recebem, inclusive já receberam um montante absurdo de acumulados passados.
Soube por notícias que dois desembargadores do Estado do RS fizeram isto: assumiram a responsabilidade de fazer algo, de fazer a coisa certa, e abriram mão do vergonhoso auxílio-moradia.
Aliás, se o senhor recebe o tal auxílio (realmente não sei), fica aqui o clamo para que assuma a responsabilidade que cabe à sua parte e abra mão dele. Que assuma a responsabilidade que cabe como integrante de uma classe funcional para convencer seus pares a abrir mão do vergonhoso auxílio, para o bem da sociedade que diz tanto defender, inclusive (se fosse o caso), que também os convença a devolverem os acumulados recebidos. Tomar a decisão agora de negar o recebimento mas ficar com os atrasados, não seria coerência alguma.
Se cada um fizer a sua parte, a coisa melhora para todos. Faça a sua. Grato.
NOTA DO EDITOR: o autor do texto reproduzido pelo site não precisa de ninguém que o defenda. Mas não custa oferecer uma informação (aliás, já publicada no site e que, supostamente, o leitor deveria saber): os dois santa-marienses que poderiam legalmente receber o auxílio aludido no comentário, ABRIRAM MÃO de recebê-lo desde o primeiro instante. O nome do segundo? Como não foi instado, não precisa repetir aqui.
Brasil desde o descobrimento viveu de commodities. Pau-brasil, cana de açúcar, etc. Quando o ciclo do café começou a derreter, apareceu Getúlio. Deu os primeiros passos para industrializar o país. Pula-se uns 80 anos. Brasil começa a exportar alimentos, petróleo e minério de ferro. Investe na quantidade de universidades e deixa a qualidade de lado. Negócio é distribuir diplomas, dá voto. Tecnologia a gente compra, aviões da Suécia, submarinos da França. Mandam gente estudar no exterior. “Opa, muita gente foi para Portugal, vamos transferir para o Canadá e Estados Unidos”. Gurizada atravessa o atlântico e é mandada de volta para casa, não dominam o idioma. Culpa de quem? Dos americanos estes malditos. Falar nisto, nossos segredos militares (esta é para rir) passam todos por satélites ianques. Precisamos trocar eles por satélites chineses porque eles são “bonzinhos” e não vão nos espionar.
E quem criticava os acontecimentos? Homofóbico, racista, golpista, misógino, reaça, coxinha. Reação mais racional? Ir cuidar da vida, deixa “que se ralem”.
Mais um problema. As “zelites” brasileiras são de uma ignorância muar no que tange à tecnologia. Basta ver a quantia de cabelos brancos falando em “inovação” e “sustentabilidade” por aí. Gente “com experiência”. Tem tudo para dar certo.
Problema do Brasil é o mesmo de Santa Maria, é atrasado. Para piorar setores “preocupados com a auto-estima” disseminam a idéia de que “está tudo bem”, “temos um futuro brilhante”, para não “prejudicar a auto-estima da população”.
Capitalismo selvegem. Isto é a maior piada que a esquerda conta. Serve muito bem para o bando de ignorantes que vota nela. Qual o país do mundo onde os “capitalistas selvagens” não vivem sem uma graninha subsidiada do BNDES? Claro que é só para os grandes, os médios e pequenos têm que se contentar com um SUPERSIMPLES, incentivo fiscal. Mais, grandes empreiteiras nacionais estão até o pescoço na corrupção. Só não podem quebrar, o “impacto social” seria muito grande. Resultado: recuperação judicial, leniência, multas camaradas. É o mesmo “too big to fail” dos americanos, amplamente utilizado aqui para jutificar intervenções estatais alopradas. Exemplos não faltam, incentivos fiscais para a indústria automobilistica. Esta é uma pérola. Governo dificulta a importação de automóveis e força a instalação de montadoras no país. Emprega um monte de gente. Paralelamente cria uma bolha via crédito que, quanto estoura, derruba a venda de carros. Aí é necessário “ajudar” as montadoras, porque desemprego bate nas urnas. Ou seja, dívida para ativar a economia, dá errado, mais dívida para tentar consertar. A conta da incompetência é muito maior do que o da corrupção.