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SOLIDARIEDADE. Como profissionais de Santa Maria ajudaram a minorar os efeitos da tragédia em Chapecó

Por ANDRÉ CAMPOS (com base em relatório da equipe do Acolhe Saúde e foto de Reprodução), da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal

Equipe de Santa Maria esteve em Chapecó desde o dia seguinte à tragédia
Equipe de Santa Maria esteve em Chapecó desde o dia seguinte à tragédia

O grupo de profissionais integrantes do programa Acolhe Saúde, serviço de atenção psicossocial criado pela Prefeitura de Santa Maria para o cuidado às pessoas afetadas pelo incêndio na Boate Kiss, apresentou um relatório das atividades realizadas na intervenção de apoio aos profissionais e familiares da tragédia envolvendo a Associação Chapecoense de Futebol e jornalistas. A iniciativa envolveu a organização e o acompanhamento do velório coletivo através de ações dirigidas.

O programa é considerado uma referência reconhecida pelo Ministério da Saúde pela atuação da prefeitura ao serviço de apoio psicossocial emergencial e tem como integrantes profissionais da área de saúde, como médico psiquiatra, médicos clínicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais e técnicos de enfermagem. A iniciativa de apoio foi desencadeada pela experiência de dor e comoção relacionada ao desastre aéreo e com o reconhecimento da importância da solidariedade e da ajuda externa com relação ao incêndio da Boate Kiss.

Estudo do caso

Ainda durante a viagem foi estudada a realidade social, política e econômica de Chapecó (SC), tendo como respaldo alguns documentos, dentre eles: a estrutura da Rede de Atenção Psicossocial; o Relatório Anual de Gestão de Saúde 2015; a Nota Técnica do Departamento da Atenção Básica em Saúde de setembro 2015 e a História do Clube. Durante o trajeto, o acompanhamento das notícias em tempo real permitiu dimensionar a gravidade emocional do quadro coletivo.

“Ao mesmo tempo, esta leitura situacional auxiliou na definição de estratégias mais apropriadas, fortalecendo os laços de confiança e as condições de trabalho entre as equipes. Desde o princípio tínhamos claro que qualquer intervenção de cunho humanitário tem como um a priori respeitar os modos de organização e de operação estabelecidos pelo comitê local. Para isto, foi pactuado que seria condição sine qua non que a equipe adotasse a ‘Posição de Escuta’, antes de qualquer intervenção ou proposição clínica e institucional, prevista na Política de Humanização do SUS”, explica a nota.

No local da comoção

Ao chegar à Chapecó, no início da tarde de 1 de dezembro de 2016, os profissionais foram encaminhados para a sede administrativa do clube e recebidos por Fabiana Funk, integrante da equipe de coordenação de diferentes frentes de atividades na Arena Condá. O controle de ingresso nos ambientes internos era rigoroso, mas a equipe de Santa Maria teve acesso a todos eles.

“Para além da infraestrutura disponibilizada, com equipamentos utilizados em um Centro de Tratamento Intensivo, também nos chamou atenção à disponibilidade respeitosa de interação dos profissionais locais para com a nossa equipe. Tomamos conhecimento que o público alvo estava constituído por familiares, funcionários, trabalhadores e jornalistas, somando aproximadamente três mil pessoas”, explica o relato..

Aos profissionais foi garantida uma eficiente logística de apoio na área de alimentação disponibilizada pela ACF e por meio de doações de mantimentos como água, água de coco, café, isotônico, frutas, bolachas e outros lanches. A equipe do Acolhe expôs a experiência de Santa Maria no cuidado em situação de crise e desastre, em reunião com cerca de 150 profissionais voluntários. O relato contemplou três dimensões: a infraestrutura da cidade e a sua capacidade de reação no âmbito da saúde; principais demandas de atendimento e formas de abordagem clínica em relação a situações de urgência psicossocial e luto.

Agradecimentos

A equipe de Santa Maria concluiu o relatório com agradecimentos à “forma calorosa e respeitosa de acolhimento pela grande família Chapecoense; guardamos muitas lembranças, especialmente de um luto que se vestiu de verde e preto como símbolo de força, respeito, amor e esperança; uma etapa findou, porém é preciso ficarmos atentos à continuidade do cuidado a partir das várias dimensões em que as manifestações de dor podem se apresentar, tanto nos segmentos específicos (jogadores, funcionários, familiares), quanto à população em geral (torcedores, jovens); estamos à disposição para auxiliar nos processos vindouros, se em algum momento o Clube julgar adequado; nossos sinceros agradecimentos pela acolhida nesse momento tão difícil para todos os Chapecoenses, brasileiros e para o mundo; Santa Maria sente-se honrada em poder compartilhar sua difícil experiência e estimular que as pessoas atingidas possam retornar para casa com mais amor, solidariedade, união e novos aprendizados; que possamos ter oportunidade de mais encontros repletos de respeito, carinho e compreensão”, conclui o balanço da expedição.

Profissionais envolvidos

A equipe foi composta pela Coordenadora da Política de Saúde Mental, enfermeira Patricia Curti Bueno, a psicóloga e atual cogestora do Acolhe Saúde Cristiane Sperling Elesbão, o psicanalista Volnei Antonio Dassoler, o médico psiquiatra do Acolhe Saúde Gilson Mafacioli, a enfermeira Adriana de Castro Rodrigues Krum e o motorista Waner Beró dos Santos, todos servidores da Secretaria de Município da Saúde de Santa Maria.

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2 Comentários

  1. Sou mais bíblico neste assunto “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, […], para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita;” Mateus 6:2,3

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