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TRAGÉDIA E DOR. Um efeito colateral: a tristeza das crianças de Chapecó, órfãs de seus ídolos do dia-a-dia

As crianças, na escola Marechal Bormann e os desenhos de incentivo à Chapecoense, uma verdadeira instituição todas elas
As crianças, na escola Marechal Bormann e os desenhos de incentivo à Chapecoense, uma verdadeira instituição todas elas

De FELIPE BETIM, direto de Chapecó, no EL PAÍS, com fotos de Repdorução

Muitos alunos de Chapecó já estavam na sala de aula quando a notícia da queda do avião da Chapecoense se espalhou na terça-feira de manhã. Na Escola Estadual Marechal Bormann era impossível seguir qualquer rotina e, diante do desespero dos estudantes, a orientadora pedagógica Carmen Belotti pediu para que os professores fizessem exercícios de relaxamento e respiração para acalmá-los. “Explicamos que os jogadores eram muito humildes e que deveríamos aprender com eles. Mas é muito difícil. O desespero era tão grande que tivemos que ligar para muitos pais e pedir para que buscassem seus filhos. No turno da tarde, liberamos todo mundo”, explica.

Muitos alunos de Chapecó já estavam na sala de aula quando a notícia da queda do avião da Chapecoense se espalhou na terça-feira de manhã. Na Escola Estadual Marechal Bormann era impossível seguir qualquer rotina e, diante do desespero dos estudantes, a orientadora pedagógica Carmen Belotti pediu para que os professores fizessem exercícios de relaxamento e respiração para acalmá-los. “Explicamos que os jogadores eram muito humildes e que deveríamos aprender com eles. Mas é muito difícil. O desespero era tão grande que tivemos que ligar para muitos pais e pedir para que buscassem seus filhos. No turno da tarde, liberamos todo mundo”, explica.

Além de conversas constantes com os alunos, os professores da Marechal Bormann estão estimulando que expressem seus sentimentos através de mensagens e desenhos em um grande mural da escola – cuja entrada já está decorada com as cores da Chape.

Torcedores de todos os tamanhos, na Arena Condá, a casa da Chape e que virou o lugar em que todos queriam ir, para celebrar os ídolos
Torcedores de todos os tamanhos, na Arena Condá, a casa da Chape e que virou o lugar em que todos queriam ir, para celebrar os ídolos

O acidente de avião, que causou uma grande comoção nacional, foi um baque ainda maior para toda uma nova geração de torcedores que acompanharam o crescimento da Chapecoense dos últimos anos e aprenderam a amar o time. Nos últimos dias de vigília constante na Arena Condá, é perceptível que os mais jovens – muitos acompanhados de parentes – são os mais presentes. E também os que mais choram, mais rezam e mais mensagens deixam. Para eles, não existe algo que é muito comum nas cidades menores e também entre os mais velhos de Chapecó: torcer por um time grande das capitais e depois por um time menor local. Só existe um time do coração para eles. A Chape.

Mauricio Eduardo Mosque, aluno de 14 anos da escola Marechal Bormann, resume este sentimento após a fala do professor Gilberto: “Eles eram nossos ídolos, mas se foram e agora são mais que isso… São nossos heróis”, diz. Seu colega João Gabriel Capra, de 15, acrescenta entre lágrimas: “Esta camisa aqui foi um dos jogadores que me deu. Eles eram muito humildes, muito acessíveis. É duro pensar que na quarta-feira passada eu estava com rojão verde dentro do bolso para assistir à semifinal da Sul-Americana, e ontem estava com velas dentro bolso”. Letícia Brito, de 15, completa aos prantos: “E depois desse jogo, o técnico Caio Júnior voltou para casa andando pela rua, cumprimentando as pessoas. Não tinha esquema de segurança nem nada. A gente encontrava com eles na rua, nos restaurantes… Tiaguinho, Danilo, Bruno Rangel, Cléber Santana… Eram todos muito humildes. Conhecíamos suas famílias e muitos somos amigos de seus filhos. É muito duro”.

O mais velho do grupo, Igor Eduardo Detofol, de 17 anos, está mais contido. Escuta com atenção a fala de seus colegas e, quando todos se afastam, desabafa: “Tenho estado mais tranquilo porque quero amparar os mais novinhos”, explica o adolescente. “Joguei na base e conhecia o Cléber Santana. Ele que me estimulou a correr atrás do meu sonho. Não tenho pai, então durante três anos ele foi meu pai. Graças a ele vou fazer um teste para um grande time…”

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