Está certo que algumas estatais, e a mais graúda é, sim, a Petrobrás (com uma verba de R$ 500 milhões) são até mais disputadas. Ainda assim, a briga por R$ 208 milhões a ser gastos pela Presidência da República, é, claro, de cachorro grande. Tanto que há 26 agências querendo gerenciar essa propaganda. Ah, e algumas (se é trunfo ou não, como saber?) tem ligações com graúdos governistas e outras contam com capital internacional. Quem conta como é essa briga, inclusive com linques para as agências, é o portal Poder360, em texto assinado por Luiz Felipe Barbiéri. A foto é de reprodução. Acompanhe:
“Publicidade da Presidência: 26 agências disputam conta de R$ 208 milhões…
… O Palácio do Planalto recebeu ontem à tarde, 2ª feira (20.fev.2017), as propostas de 26 agências interessadas no contrato de publicidade da Presidência da República. O valor da conta é de R$ 208 milhões por 1 período de 12 meses.
Serão contratadas 3 agências para substituir as atuais licitadas – Leo Burnett, Propeg e Nova/SB. O compromisso pode ser renovado ao término de vigência do documento.
Entre as 26 concorrentes, pelo que se sabe, estão 4 de capital estrangeiro:
DPZ&T
Leo Burnett
PBC Comunicação (Publicis)
Y&R.
Em teoria, essas empresas tem 1 nível mais alto de compliance. Ajudariam a afastar suspeitas de irregularidades.
Mas logo de saída já se observa 1 conflito de interesses: Roberto Justus é dirigente da Y&R e ao mesmo tempo 1 dos integrantes do CDS (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), o Conselhão.
Conheça a lista das 26 agências que concorrem ao contrato:
Agnelo Pacheco Criação e Propaganda
Agência Plá de Comunicação e Eventos
Bees Publicidade Comunicação & Marketing
Calia Y2 Propaganda e Marketing
Costa Publicidade e Propaganda
Fischer América Comunicação Total
Giacometti & Associados Comunicação
Multi Solution Publicidade e Comunicação
Perfil 252 Comunicação Completa
PPR – Profissionais de Publicidade Reunidos
A escolha final vai passar pelas mãos do presidente Michel Temer, do ministro da Secretaria Geral da Presidência, Moreira Franco, e do secretário de Comunicação, Márcio de Freitas.
As propostas agora serão analisadas por uma subcomissão técnica formada por 3 integrantes: 2 com vínculos funcionais com a Presidência da República (José Bello Souza Francisco e José Carlos Ramalho Junior) e 1 sem vínculo funcional com o Planalto (Roberto Constante Filho). Não há prazo para a decisão. Leia a ata de sorteio da comissão.
Bello foi diretor de publicidade da revista IstoÉ. A publicação mantém boas relações com o governo Temer.
ALGUMAS CONCORRENTES
A Calia tem 1 time experiente de publicitários. O vice-presidente de Operações e Financeiro da agência é Gustavo Mouco. Ele é irmão de Elsinho Mouco, o publicitário do PMDB nacional e consultor informal de imagem de Michel Temer.
Pela proximidade do marqueteiro presidencial, é provável que a Calia fique fora do Planalto. A agência tem chance de conquistar 1 contrato em alguma grande estatal, segundo apurou o Poder360. Ainda que as regras de compliance sejam bem rígidas na licitação de mais de R$ 500 milhões da Petrobras, a petroleira é citada como uma das estatais que pode acabar com a Calia.
A Propeg é uma das 3 atuais agências que atendem a Secom (as outras duas são Nova S/B e Leo Burnett). Trata-se de uma gigante na prestação de serviços a governos. Trabalhou nas administrações de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma. Fez a bem-sucedida campanha de conscientização da população durante o apagão de 2001. Nos últimos anos, por causa de citações indiretas na Lava Jato, tem chances reduzidas na atual licitação da Secom,
Fundada por Roberto “Rock in Rio” Medina, a Artplan tem trânsito fácil nos mundos político e empresarial fluminenses. Mas há 1 problema: o bom relacionamento com o ex-presidente da Câmara Henrique Alves (PMDB).
A Fischer América é quase 1 “house organ” do grupo J&F de Joesley Batista. O trabalho foi sempre bem avaliado, inclusive para o Banco Original, projeto da J&F que foi tocado por Henrique Meirelles. O ministro da Fazenda mantém boa relação com Eduardo Fischer.”
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