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ECONOMIA. Bancos demitem 8.536 funcionários nos primeiros meses do ano. Em compensação, o lucro…

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

Nos quatro primeiros meses, apenas na CEF, foram desligados 4.320

O setor mais lucrativo da economia brasileira é também o que mais corta postos de trabalho. Apenas nos quatro primeiros meses deste ano, os bancos extinguiram 8.536 postos de trabalho. Na comparação com o mesmo período de 2016, o saldo representa aumento de 87,5% no corte de vagas.

Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Com exceção do Acre, todos os estados brasileiros apresentam saldo negativo de contratações. Em Santa Maria, 21 escriturários de banco foram desligados e não houve reposição.

Além de cortar postos de trabalho, os bancos lucram com a rotatividade. Entre janeiro e abril, os bancários admitidos no setor foram contratados recebendo em média 59,6% da remuneração dos trabalhadores desligados.

O banco que mais impactou o emprego no setor foi a Caixa Econômica Federal, com saldo negativo de 4.320 postos de trabalho. O elevado número de cortes é resultado do Plano de Demissões Voluntárias Extraordinário (PDVE), lançado no início do ano pouco antes da liberação dos saques de contas inativas do FGTS.

Também chama atenção nos números do Dieese a desigualdade de gênero. As 3.393 mulheres admitidas nos quatro primeiros meses de 2017 recebem, em média, R$ 3.478,15. O valor corresponde a 65,1% da remuneração média dos 3.385 homens contratados no mesmo período.

“Isso acontece devido a uma cultura machista das relações de trabalho, que também é recorrente em outras profissões”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Claudenir Freitas.

Do total de cortes nos bancos, 49% ocorreram sem justa causa. A participação dos desligamentos a pedido foi expressiva, 45% do total, devido ao PDVE da Caixa.

Lucro gigantesco

Mesmo com a crise econômica e com um quadro cada vez menor de funcionários, os bancos mantêm os lucros nas alturas. Apenas nos três primeiros meses do ano, o Itaú obteve lucro líquido de R$ 6 bilhões, seguido por Bradesco, R$ 4 bilhões; Banco do Brasil, R$ 2,4 bilhões; Santander R$ 1,8 bilhões; e BTG Pactual, R$ 720 milhões.

O Banrisul – considerado pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como a “joia da coroa” do Rio Grande do Sul – registrou lucro líquido de R$ 128,5 milhões no primeiro trimestre.

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2 Comentários

  1. Piada. Plano de Demissão Voluntária significa que ganharam vantagens e pediram para ir embora.
    Lucro dos bancos também é piada, Itaú teve lucro de 6 bilhões, mas tem patrimônio líquido de 120 milhões e girou algo como 1,3 trilhão de reais. Exploração da ignorância como ferramenta de “luta política”. É o mesmo que reclamar do dono do açougue que comeu um bife de filé mignon no almoço.

  2. Os bancos tradicionais vão desaparecer com o advento das startups financeiras, que funcionam sem estabelecimentos físicos. Os bancos só estão correndo atrás, investindo muito em automação. Esse é o caminho natural. Assim como no passado em certo momento produzir charretes e lamparinas perdeu o sentido com a eletricidade e os automóveis. O mundo não para. Esse mundo foi muito melhor que o anterior. E o que virá, idem, apesar das disrupções nas profissões.

    Aliás, desde quando banco é obrigado a manter funcionários que não precisa só por causa do grande lucro? Os bancos precisam de mais automação. A própria sociedade que usa os serviços quer eficiência e nem vai chorar quando os tradicionais desaparecerem.

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