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KISS. Pozzobom e Associação de Familiares papeiam sobre um memorial no local onde funcionava a boate

Com a mediação de Marcelo Canellas e representantes do IAB, o grupo discutiu também a construção de memorial na antiga boate

Por ANA BITTENCOURT (texto) e JOÃO ALVES (foto), da Assessoria de Imprensa da Prefeitura

Embora quatro anos tenham passado, um encontro entre Prefeitura de Santa Maria e Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) ainda é (e sempre será) necessário e legítimo. E foi com essa premissa que o prefeito Jorge Pozzobom recebeu, na manhã desta quarta-feira, integrantes da AVTSM para tratar sobre assuntos considerados fundamentais na compreensão do chefe do Executivo: a desapropriação do prédio onde funcionava a Boate Kiss e a construção de um memorial às vítimas e sobreviventes.

Durante a conversa, mediada pelo jornalista Marcelo Canellas, e com a presença de representantes do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) – Departamento do Rio Grande do Sul, de integrantes do Gabinete de Governança e servidores da Secretaria de Regulação e Estruturação Urbana, o caráter conciliatório entre as partes foi destacado em dois momentos, tanto pelo jornalista, quanto por Vanda Dacorso, membro da associação.

“Este encontro mostra um ambiente que não existia em Santa Maria. Durante estes dez dias que estou na cidade, vejo aqui uma abertura democrática ao diálogo, por parte da Prefeitura, e vejo a associação igualmente aberta para ouvir a tudo”, explicou Canellas.

Opinião compartilhada por Vanda Dacorso, mãe de uma das 242 vítimas da tragédia e 1º secretária da AVTSM. “Nunca houve, de nenhum órgão público, o acesso que estamos tendo agora. Estamos diante do primeiro prefeito que abre uma possibilidade para a gente, para o diálogo. Por isso, nossa intenção é que a Prefeitura de Santa Maria, de mãos dadas, participe desse processo. Nosso reconhecimento a este gesto é importante, independente das posições políticas de cada um”, afirmou.

Vanda se refere à desapropriação do prédio, iniciativa que começa a ser tratada com mais veemência pelo Poder Executivo e, segundo estimativa do prefeito, deve ser concluída até o final de junho. A iniciativa deve atender a um dos maiores anseios de quem foi direta ou indiretamente pela tragédia. Além da busca por Justiça, familiares desejam o respeito à memória de filhos e filhas.

O processo de desapropriação foi tratado já nos primeiros dias de gestão, quando Jorge Pozzobom assumiu compromissos diante da associação e da cidade. O primeiro deles foi a criação do Núcleo de Gestão Estratégica de Acolhimento, encarregado de promover a aproximação entre o Poder Público Municipal e a AVTSM.

“O que temos agora é uma mudança na postura do governo diante desta tragédia. Isso nos deu a possibilidade de participar ativamente das questões que envolvem a associação. Por exemplo, como pai, me fez muito bem estar com vocês no dia 27 de janeiro deste ano, ocasião em que prestamos homenagens àqueles jovens”, destacou.

PRÓXIMOS PASSOS DEFINIDOS

A construção de um memorial no endereço marcado pela tragédia deve ser uma discussão entre toda a comunidade de Santa Maria. Este é o entendimento de Marcelo Canellas, parceiro da AVTSM e profissional de Comunicação envolvido diretamente na cobertura dos desdobramentos desde aquele 27 de janeiro de 2013.

“Há a necessária discussão política pela desapropriação do imóvel, mas em respeito à memória das vítimas e aos sobreviventes, o processo de criação do memorial deve ocorrer através de um concurso, de forma democrática, transparente e com o envolvimento da comunidade”, disse Canellas.

O jornalista se refere à participação do IAB, entidade responsável por viabilizar a realização de um concurso público, em princípio, de caráter nacional, para que arquitetos possam enviar ante-projetos como sugestão estética para o memorial. O IAB tem experiência em organização de concursos em todo o Brasil, no entanto, de acordo com o presidente do IAB-RS, Rafael Pavan dos Passos, o resultado final deverá contemplar o protagonismo da AVTSM.

“O IAB tem a expertise nos processos de abertura de um edital, termo de referência, inscrições e apresentação de propostas. Um júri selecionado e capacitado, inicialmente formado por profissionais técnicos, associação e Município, tem a responsabilidade de escolher o projeto vencedor. Mas a associação tem que participar desta escolha, o que vai ser feito naquele lugar depende deles”, explicou Rafael.

Antes da abertura do concurso propriamente dito, o IAB tem a intenção de aproximar as universidades da discussão sobre o memorial, por meio da promoção de seminários coordenados pelo próprio instituto.

PREFEITO DEFINE PRAZOS E PROCEDIMENTOS

A partir do diálogo desta quarta-feira, o prefeito Jorge Pozzobom determinou a criação de um grupo de trabalho, dentro da Prefeitura, para tratar especificamente sobre os assuntos ligados ao memorial e à desapropriação do prédio. Além disso, ainda de forma preliminar, o chefe do Executivo definiu algumas datas para apresentar resultados.

“Meu compromisso é agilizar a desapropriação, provavelmente até a metade do ano, e a demolição do prédio e limpeza do terreno, se tudo der certo, antes do próximo aniversário da tragédia, em 27 de janeiro de 2018. Esta é a nossa determinação e o meu desejo”, concluiu.

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