KISS. Prédio da boate é desapropriado e Prefeitura planeja demolição do local até 27 de janeiro de 2018

Por MAIQUEL ROSAURO (texto e foto), da Equipe do Site

“Até o dia 27 de janeiro de 2018, sem sombra de dúvida, estaremos com aquele prédio totalmente demolido para que a Associação possa acolher o projeto do memorial e nós possamos estar colocando uma pedra fundamental”.

Após assinar o decreto de desapropriação da área onde funcionava a Boate Kiss, foi desta forma que o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB), anunciou seu próximo objetivo. A cerimônia ocorreu na tarde dessa segunda-feira (10), no Salão de Atos da SUCV.

A Prefeitura pagará R$ 1,350 milhão, divididos em 12 parcelas, à Eccon Empreendimentos de Turismo e Hotelaria, empresa proprietária do prédio. Além de assinar a desapropriação, o prefeito entregou as chaves da boate nas mãos do presidente da Associação das Vítimas da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Sérgio Silva.

“Essa chave é uma conquista depois de quatro anos e meio de sofrimento, em que a gente foi maltratado e escrachado. As chaves não vão trazer nada para a gente, mas transmite a sensação de que a cidade está dando resposta ao nosso sofrimento”, disse Silva.

Concurso vai definir memorial

Na mesma cerimônia dessa segunda foi assinado um acordo de cooperação para a realização de um concurso público em nível nacional para a construção de um memorial onde hoje fica o prédio da boate. O documento foi firmado entre a Prefeitura, a AVTSM e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).

Nos próximos meses serão realizados seminários para definir detalhes referentes ao conceito e a construção do memorial. Já nos próximos dias será lançada uma plataforma de financiamento coletivo (crowdfunding) para captar recursos para o desenvolvimento do concurso.

Segundo o presidente do IAB-RS, Rafael Passos, uma comissão julgadora composta por até cinco arquitetos (indicados pela Prefeitura, AVTSM e IAB) irá definir a proposta vencedora.

“Esperamos que entre 50 e 100 equipes participem do concurso. Escritórios internacionais, associados a escritórios brasileiros, também podem participar da inciativa”, argumenta Passos.

A previsão do IAB é de que o projeto seja escolhido até janeiro de 2018. Estima-se que o concurso tenha um custo de até R$ 250 mil. Não será investido dinheiro público no processo.