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CASO NEYMAR. “A direção do Barcelona é um bando de Euricos Mirandas com dinheiro”. E, creia, é mesmo!

Por MAURÍCIO BRUM, jornalista formado na UFSM e doutorando em História, na UFRGS (*)

Nas últimas semanas, de forma muito amena, o Barcelona sentiu um pouco o que é ser um clube brasileiro. O que é ter um de seus principais jogadores aliciados pelo dinheiro de fora, viver uma longa saga com o sujeito sem se manifestar mas claramente querendo sair, e afetando o elenco inteiro no processo.

Claro, com o Barcelona é tudo bem mais tranquilo: isso aconteceu na pré-temporada e eles serão lindamente remunerados com um valor que equivale à maior taxa de transferência da história do futebol. No Brasil, essa história acontece no meio do ano, destruindo equipes e mudando a temporada inteira, e acabamos recebendo centavos.

Não vou entrar no mérito do erro que considero a ida de Neymar para uma das piores ligas “grandes” da Europa, mas a saga toda foi divertida para ver a reação de uma superpotência do futebol à raríssima situação de não ser – uma vez na vida – o time mais rico envolvido na disputa por um craque. O Barça estava de mãos amarradas, impotente, vendo fazerem com ele o que ele próprio faz com todos os outros – o que ele fez com o Santos, pelo mesmíssimo Neymar, alguns anos atrás.

Os catalães chamaram Neymar de “traidor” e de “mercenário”, o que é uma grande bobagem: diferente de, digamos, um Messi, Neymar nada deve aos culés. Já era um jogador de classe mundial quando chegou lá e não tinha qualquer laço amoroso com o clube. O Barcelona era um empregador a mais, como o PSG será. Neymar não lhes deve nem amor, nem o nível de futebol que apresenta, e nem mesmo ter uma carreira vitoriosa ou não – já era um campeão da Libertadores antes de ir para lá.

Foi divertidíssimo ver a Europa arrancando os cabelos pelo comportamento de Neymar, que é tão familiar a nós, os pobres do outro lado do Atlântico. Os europeus são uns inocentes: Ronaldinho, por exemplo, é até hoje a face sorridente do jogo bonito por lá, e nenhum dos movimentos tão eticamente questionáveis que fez ao longo da sua carreira brasileira é jamais trazido ao debate. Se essa palhaçada do Neymar indo ao PSG serviu para alguma coisa, foi para os senhores supremos da riqueza futebolística pararem de se sentir intocáveis.

E eu quero mais é que, além de tudo, o Barcelona seja obrigado a pagar a estúpida “cláusula de lealdade” que botou no contrato, remunerando o cara UM MÊS ANTES do fim da janela de transferências – porque, certamente, nunca imaginou que alguém ousaria tirar um de seus craques tão cedo. A direção do Barça, afinal, é um bando de Euricos Mirandas com dinheiro.

(*) O texto e a foto foram originalmente publicados no perfil do autor no Feicebuqui

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