Educação

EDUCAÇÃO. Em dia decisivo para a greve, CPERS terá negociação com o governo. Ano letivo está ameaçado

Educadores querem o fim imediato do parcelamento de salário. Foto CPERS / Divulgação

Por Maiquel Rosauro

Milhares de educadores de todo o Rio Grande do Sul realizaram um grande protesto, nessa terça (12), em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre. A pressão surtiu efeito e representantes do CPERS/Sindicato foram recebidos pelo chefe da Casa Civil, Fábio Branco, e pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza (PMDB). Na tarde desta quinta (14), ocorrerá uma reunião com o secretário de Educação, Ronald Krummenauer, e o secretário da Fazenda, Giovani Feltes.

Durante a reunião na Assembleia, a presidente do CPERS, Helenir Schürer, ressaltou que os educadores não possuem condições financeiras e psicológicas para retornar às escolas.

“Nós não temos dinheiro e estamos psicologicamente abatidos com tanto desrespeito. Como vamos estar à frente dos nossos alunos? Enquanto não cessar o parcelamento dos nossos salários, não retornaremos. Quanto mais o governo demorar para resolver esta questão, mais está colocando em risco o ano letivo. Quanto mais demorar para acabar com o parcelamento, mais tempo ficaremos em greve e mais dias terão de ser recuperados”, argumentou Helenir.

Branco, por sua vez, disse que a greve não acrescenta nada à busca de soluções para a crise financeira do Rio Grande do Sul.

“É preciso ser realista e ter responsabilidade com as finanças do Estado. No passado, foram contraídos empréstimos e utilizados os depósitos judiciais, entre outras medidas. Agora, a alternativa é cumprir as determinações do Tesouro Nacional para adesão ao Regime de Recuperação Fiscal”, afirmou o chefe da Casa Civil.

Frente à decisiva reunião que será realizada nesta quarta, o CPERS/Sindicato pede para que os educadores permaneçam mobilizados.

“No final do mês já foi anunciado, será zero de salário. O ano letivo está ameaçado de não terminar”, relata o diretor do 2º Núcleo do CPERS, Rafael Torres.

Nesta quarta, às 16h, na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, o 2º Núcleo reunirá a categoria e a comunidade escolar para uma aula cidadã. Na região Central do Estado, 51 escolas foram atingidas pela paralisação.

Para conferir notícias atualizadas da greve dos educadores estaduais na região, clique AQUI e acesse a fanpage do 2º Núcleo.

PL 148
Além de abrir a mesa de negociação, o ato realizado terça também teve outra conquista para os educadores. A pressão fez com que o Projeto de Lei 148/2017, que acaba com as cedências para sindicatos, fosse retirado da pauta de votação da Assembleia Legislativa.

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4 Comentários

  1. Os que realmente estão preocupados com a qualidade na educação nunca usariam a escola como palanque político ou religioso. Escola é templo do conhecimento, balizado, esse move o mundo para a frente porque se baseia na realidade. Escola que tem um professor que usa a escola como palanque ideológico (da sua ideologia, seja qual for), desqualifica a escola e o ensino, desqualifica o cérebro do aluno, pois toda ideologia, seja religiosa ou política, arrasa o pensamento crítico e cria um mundo ilusório. Mundo ilusório não melhora o mundo, deixa-o esquizofrênico. Escola é para isso? Não se salva o mundo com ideologia, salva-o com conhecimento e pensamento critico.

  2. Os que realmente estão preocupados com a qualidade na educação nunca fariam tantas greves com fins meramente políticos nesses últimos 30 anos, sem nenhum retorno positivo para os professores, alunos ou para a própria educação. Todo mundo sabe que greves diminuem a qualidade da educação.

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