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SAÚDE. Vereadores rejeitam moção de repúdio contra Sartori. Gestão da Casa de Saúde sofre duras críticas

“Quem não quer resolver o problema e vai para a mídia gargantear é porque não quer resolver o problema, quer barganhar o contrato que vence em dezembro de 2017, quer barganhar valores”, disse Harrisson a respeito contrato entre Sefas e governo do Estado para a gestão da Casa de Saúde. Foto Maiquel Rosauro

Por Maiquel Rosauro

Um gato caçando um rato. A cena seria pitoresca se não tivesse sido presenciada pela Comissão de Saúde da Câmara, na manhã dessa terça-feira (19), dentro da Farmácia da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS). No local, os vereadores Daniel Diniz (PT), Deili Silva (PTB), Francisco Harrisson (PMDB), Manoel Badke – Maneco (DEM), Ovidio Mayer (PTB) e Valdir Oliveira (PT) também encontraram parte do teto deteriorada, falta de ar-condicionado em algumas salas, peças sem iluminação e ausência de um farmacêutico responsável. Cerca de 300 pessoas são atendidas por dia no local.

Algumas horas depois, na sessão ordinária, a condição precária da farmácia repercutiu no plenário. Porém, a situação constatada in loco não sensibilizou a maioria os parlamentares da base do governo Jorge Pozzobom (PSDB). Por 11 votos a 5, os vereadores rejeitaram a Moção de Repúdio 4.583/2017, de Valdir Oliveira, líder da oposição, que acusava o governador José Ivo Sartori (PMDB) de descaso pela situação da saúde em Santa Maria.

A moção foi sugerida a Valdir pelo ex-candidato a prefeito de Santa Maria, Tiago Aires (PCdoB), que hoje atua como assessor do deputado estadual Juliano Roso (PCdoB).

“Aprovando a moção de repúdio, demonstraríamos que as forças políticas que compõem a Câmara de Vereadores conseguem colocar os interesses da cidade acima de suas divergências partidárias. Mas não é o que ocorreu, a maioria dos vereadores preferiu defender Sartori e fechar os olhos para a situação da saúde de Santa Maria”, afirma Aires.

Durante a defesa da moção, Valdir destacou as dificuldades enfrentadas pela Farmácia da 4ª CRS; criticou o sumiço do secretário de Saúde, João Gabbardo, frente à promessa de abertura do Hospital Regional; e também falou sobre a falta de repasses do Estado para o Município.

“Não estamos aqui trazendo uma disputa político-partidária, até porque grande parte dos partidos que aqui estão têm apoiadores no governo Sartori. Mas não é uma questão de PMDB, PSDB, PT, DEM. Aqui estamos falando da Saúde de Santa Maria, pois existe a ameaça, há poucos dias, a Casa de Saúde de parar por falta de repasses”, defendeu Valdir.

Em contraponto ao petista, Harrisson, que também é médico, fez a defesa pelo voto contrário. O pemeedebista fez um discurso mais técnico do que político, explicando item a item diversos pontos que envolvem a saúde do município. Ele também fez duras críticas à irmã Ubaldina Souza e Silva, diretora da Associação Franciscana de Assistência à Saúde (Sefas) e da Casa de Saúde, a quem acusou de procurar à imprensa para tentar barganhar valores do contrato com o Estado.

Harrisson divulgou que o contrato da Sefas para administrar a Casa de Saúde vence em 17 de dezembro de 2017. Ele apresentou na tribuna um documento que teria sido divulgado com números da Casa de Saúde.

“Diz aqui que o Estado deve uma diferença de contrato do SUS, de janeiro a maio de 2015, no valor R$ 1.296.397,50. Bem senhores, a irmã Ubaldina não disse que esse valor não estava contratualizado, que ela trabalhou sem contrato e que sabia disso desde o início. Parte dessa valor foi pago a produtividade do que foi feito na Casa de Saúde. O restante, que a irmã alega, é o valor referente ao contrato assinado em 2016, que não pode ser retroativo”, disse Harrisson.

Vereadores que formam a Comissão de Saúde encontraram uma situação precária na Farmácia da 4ªCRS. Foto Divulgação

O peemedebista também discutiu outros itens do contrato e disse que a dívida do Estado com a instituição, no qual a Sefas diz que é de R$ 3.487.173,79, seria na verdade de R$ 417,5 mil.

“Sou o presidente da Comissão de Saúde da Câmara e somos procurados a todo momento por pessoas que querem resolver os problemas da cidade, de todos os partidos, filiados ou não, simpatizantes ou não. Nunca fomos procurados pela Sefas para resolver qualquer problema de dinheiro da Casa de Saúde ou qualquer problema junto ao governo do Estado”, explicou Harrisson.

O vereador disse que também presenciou o gato que ajuda comendo ratos na Farmácia da 4ª CRS. Porém, argumentou que no atual endereço há uma economia de R$ 11 mil de aluguel e ressaltou que não faltam medicamentos e dieta enteral. Por fim, destacou que enviará um ofício ao delegado da 4ªCRS cobrando pequenos reparos na unidade.

Após a votação, já no fim da sessão, vereadores tanto de situação quando de oposição voltaram à tribuna para reforçarem suas posições contra ou a favor à moção de repúdio ao governo do Estado. Abaixo, confira como cada um votou.

Favoráveis à moção de repúdio
Alexandre Vargas (PRB)
Celita da Silva (PT)
Daniel Diniz (PT)
Deili Silva (PTB)
Jorge Trindade – Jorjão (Rede)

Contrários à moção
Adelar Vargas – Bolinha (PMDB)
Francisco Harrisson (PMDB)
João Kaus (PMDB)
João Ricardo Vargas (PSDB)
Juliano Soares – Juba (PSDB)
Leopoldo Ochulaki – Alemão do Gás (PSB)
Lorena Santos (PSDB)
Luci Duartes – Tia da Moto (PDT)
Manoel Badke – Maneco (DEM)
Ovidio Mayer (PTB)
Vanderlei Araujo (PP)

Impedidos de votar
Admar Pozzobom (PSDB) – presidente da Casa.
Valdir Oliveira (PT) – autor da moção.

Ausentes da sessão
Cida Brizola (PP) – a parlamentar é médica e foi chamada durante a sessão para atender um paciente.
Luciano Guerra (PT) – estava ausente do plenário no momento da votação.
Marion Mortari (PSD) – ausente da sessão com justificativa de falta.

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Um Comentário

  1. Óbvio. Casarão da Vale Machado pode passar moção condenando o Gringo uma vez por semana. Absolutamente nada muda.
    Pelo que lembro, existe vedação ao enriquecimento sem causa do Estado também. Sefas pode apelar ao judiciário e receber. Precatório, óbvio.

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