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ESTADO. Um dia para José Ivo Sartori esquecer

Ações do Banrisul fecharam em queda na Bovespa. Diversos analistas apostavam na privatização do banco gaúcho. Imagem Reprodução

Por Maiquel Rosauro

O governado do Estado sofreu três duros golpes nessa quinta-feira (5): viu as ações do Banrisul despencarem, sofreu (de novo) uma derrota para o CPERS/Sindicato na Justiça e viu os policiais civis aprovarem a greve da categoria.

Na quarta-feira (4), o governador José Ivo Sartori (PMDB) anunciou a decisão de venda de até 49% das ações ordinárias do Banrisul (com direito a voto), além da alienação de 7% das ações preferenciais. Desta forma, o Estado manterá o controle acionário de 51%, o que garante a manutenção do Banrisul como banco público.

Contudo, o mercado não reagiu bem ao anúncio, já que muitos analistas apostavam na privatização do banco. As ações do Banrisul na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fecharam a quinta em queda de 1,29%, sendo comercializada a R$ 15,30.

O Itaú BBA acredita que o tamanho da oferta potencial é de R$ 2,3 bilhões (R$ 500 milhões das ações sem direito a voto e R$ 1,8 bilhão com direito a voto). A expectativa é de que a oferta melhore um pouco a condição fiscal do Estado, reduzindo a pressão pela privatização do banco.

Todavia, há quem duvide que a venda de ações traga reais benefícios. É o caso do diretor do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região, Tadeu Menezes. Ele entende que seria mais vantajoso se o Estado cobrasse da União à dívida referente à Lei Kandir.

“Se fosse cobrado o que a União deve para o Estado, não seria suficiente para pagar toda a dívida do Rio Grande do Sul, porém tornaria pagável o total devido”, avalia Menezes.

No final de 2016, o Rio Grande do Sul possuía uma dívida com a União no valor de R$ 51,6 bilhões e tem para receber, em valores corrigidos, R$ 43 bilhões.

Nova derrota para o CPERS na Justiça

Assessoria jurídica do CPERS comemorou junto com os professores contratados a liminar que impede a demissão dos grevistas. Foto Maiquel Rosauro

A greve dos educadores estaduais completou um mês na quinta e foi marcada por uma vitória jurídica. O CPERS conquistou na Justiça uma liminar que impede o governo do Estado de demitir professores grevistas com contratos temporários. A decisão foi proferida pelo desembargador Leonel Pires Ohlweiler, sob o argumento de que a greve é legítima e a dispensa dos contratados temporários grevistas é ilegal.

“… o movimento grevista tem legitimação constitucional e respeitou os procedimentos formais para a deflagração, além do que a rescisão dos contratos temporários, aludida no ato atacado (Mem. Circular GAB/SEDUC/Nº 11/207), constitui-se em flagrante ilegalidade, por afronta não só ao citado parágrafo único do art. 7° da Lei de Greve, como também, da norma do § 2º do artigo 6º que veda a adoção de meios para constranger o empregado de comparecerem ao trabalho (…)”, diz trecho da decisão do desembargador.

A decisão foi recebida com alívio por dezenas de contratados que participavam de uma reunião com a assessoria jurídica do CPERS em Santa Maria, na tarde dessa quinta. Na prática, a notícia renovou a luta dos grevistas.

“A decisão da Justiça reforça a legitimidade da nossa greve e mostra que o governo está completamente perdido nas ações que toma”, avalia o diretor geral do 2º Núcleo, Rafael Torres.

A greve da categoria segue por tempo indeterminado. Os educadores aguardam que o governo Satori abra uma mesa de negociação. Mas de antemão, eles já avisam: querem o fim do parcelamento de salários, retirada de PECs e PLs da Assembleia que retiram direitos da categoria e a garantia de que nenhum grevista será punido.

No sábado (30), o CPERS conseguiu sua primeira vitória na Justiça contra o governo: uma liminar impediu o corte do ponto dos grevistas.

UGEIRM reuniu a categoria para aprovar greve a partir de segunda (9). Foto Divulgação

Policiais civis aprovam greve
Em Assembleia Geral, realizada nessa quinta-feira, em Porto Alegre, com uma grande participação da categoria, os agentes da Polícia Civil deliberaram pela deflagração de uma greve a partir da próxima segunda-feira (9), até a integralização dos salários. Na próxima quarta-feira (11), os policiais realizarão uma assembleia para avaliar o movimento.

Segundo o presidente da UGEIRM/Sindicato, Isaac Ortiz, o governo não conseguiu, em reunião com os diretores, garantir duas das principais demandas da categoria: o fim definitivo dos parcelamentos e a efetivação das promoções atrasadas.

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4 Comentários

  1. Banrisul tem três tipos de ações: BRSR3 que corresponde a ON (estas que o governo quer vender, dão direito a voto), BRSR6 que corresponde a PNB e BRSN5 que corresponde a PNA. O gráfico apresentado é o da PNB. Como diria Trump: “fake news!”.
    Decisão da justiça relativa aos professores temporários era previsivel. Pior é que aparentemente pretendiam chamar outros para substituir, ou seja, trabalhar sem receber também.
    Policiais querem o fim do parcelamento (impossível no horizonte visível) e promoções com aumento de salários. Faz todo sentido.
    Por sinal, até ontem, dia 05 de outubro, o executivo gaúcho arrecadou 71 milhões de reais.

  2. Não foi o gringo quem perdeu com essas três situações. Foi a sociedade.

    Políticos fazendo política ao invés de serem gestores de verdade e funcionários públicos se fazendo de dissociados da realidade, com sindicatos também fazendo política, ao invés de exigirem reformas estruturais profundas, a venda dos paquidermes, etc.. para o devido acerto das contas, não. Ficam de “enrolo-lo-lo”. Parece um mundo do conto de fadas. Quando é governo e esses sindicatos vão cair na real? Parece que vivemos um mundo às avessas, esquisito.

  3. Isso só comprova o que tenho dito aqui, o banco deveria ser vendido. O banco só tem bom futuro se for vendido, qualquer criancinha de 10 anos sabe disso. E mais, o Estado precisa fazer caixa.

    O gringo fez política no caso do banco, ou seja, não fez o certo, não olhou para a realidade, não agiu com racionalidade, só fez política. Coisa pequena, minúscula. Isso significa que fez coisa torta, como toda vez que políticos fazem política e não um real trabalho de gestor, atento a realidade. Quando fazem política, a sociedade paga a conta.

  4. As ações desceram porque os investidores tinham a esperança que acontecesse a venda do banco, não a manutenção da gestão pública. A manutenção da gestão pública mantém o banco na descendência de importância e de dividendos, por óbvia incompetência pública histórica de fazer o banco decolar. Se não exonera, não demite celetistas, se é um paquiderme como qualquer outro, não vai para a frente.

    Mas as ações decolariam se o gringo dissesse que faria o tal plebiscito para vender o banco, sabendo-se da real chance da liberação da venda porque é boa a possibilidade da maioria da sociedade aceitar, uma vez que é notável que os vermelhinhos têm medo e não querem o plebiscito. As ações decolariam em função da expectativa de melhora de gestão, logo, de lucro.

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