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Quanto custa manter Temer no poder? – por Valdir Oliveira

Foto Lula Marques / Agência PT

O povo brasileiro tem pagado caro pela permanência de Michel Temer na presidência do país. Do pobre ao rico, os prejuízos vão desde o preço do gás aos milhares de reais em emendas parlamentares. Quem paga a conta somos todos nós. A estimativa é de que Temer tenha mexido em R$ 12 bilhões dos cofres públicos para escapar da segunda denúncia da Procuradoria Geral da República na Câmara dos Deputados, que será votada hoje. A lista do “vale-tudo” do presidente é grande. Além do valor em dinheiro, também foram negociados cargos e benesses de valor incalculável.

A reforma trabalhista, um projeto que já nasceu velho e ultrapassado, foi construída e aprovada sem o mínimo diálogo com a sociedade. Ela veste a máscara da “modernização”, porém não passa de um acúmulo de fórmulas e flexibilizações já usadas em países europeus e que não deram certo, obviamente. Férias parceladas em até três vezes ao ano, demissão em massa sem precisar de autorização, diminuição do tempo de intervalo para o almoço, bancos de horas que poderão ser negociados individualmente são apenas alguns dos disparates. Quem consegue ver progresso nestes absurdos?

Outra perversidade de Michel Temer foi a criação de uma nova portaria com regras que dificultam o combate ao trabalho escravo. Tudo perfeitamente arquitetado para permitir que trabalhadores sejam escravizados. Felizmente, em caráter liminar, o Supremo Tribunal Federal suspendeu a portaria, na última terça-feira. Mas o assunto não morre aqui.

Temer fez mais um favor aos ruralistas (bancada que já alcança mais de 200 deputados): perdoou em 60% as multas ambientais que somam cerca de R$ 5 bilhões. Além disso, as punições serão substituídas por prestações de serviços.

O pacote de retrocessos, se Temer for salvo mais uma vez, não deve parar. Ainda temos a discussão e votação reforma da previdência, de total interesse do sistema financeiro, até o fim do ano. Com a alegação de um déficit falso, o governo transforma mais direitos do povo em mercadoria à disposição da iniciativa privada.

Michel Temer governa apenas para os parlamentares que têm na mão o poder de salvá-lo da cassação. Estas más relações, que já podiam ser constatadas durante as articulações do golpe contra Dilma Rousseff, agora são de conhecimento geral. As “gentilezas” e “bondades” do presidente vão continuar enquanto houver denúncias a serem votadas no Congresso. Com aliados lá e as ruas vazias cá, os deputados abrem o bolso e o povo assiste tudo boquiaberto.

Temer é inaceitável!

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