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UFSM. Jardim Botânico tem seu funcionamento ameaçado devido ao corte de trabalhadores

Jardim Botânico possui área total de 13 hectares no campus sede da UFSM. Foto Fritz Nunes

Germano Molardi / Sedufsm

O Jardim Botânico da UFSM teve anunciado o desligamento de dois dos seus quatro jardineiros, além do tratorista. Segundo Renato Záchia, professor da Biologia e também diretor do órgão há 15 anos, um terceiro jardineiro poderá ser transferido para outra área da Universidade, sobrando somente um profissional para cuidar dos 13 hectares que fazem parte do Jardim Botânico. “Eu não diria que isso concretiza o fechamento do Jardim, mas vai ser um milagre manter esse lugar, porque eu não posso exigir de um jardineiro que ele cuide de trabalhar com o trator, da roçada e da poda, bem como do cuidado de, por exemplo, quarenta canteiros de plantas medicinais”, ressalta Záchia.

No ano de 2016, o órgão atingiu a cifra de 6.500 visitações, principalmente porque o mantém atividades de extensão que envolvem o contato direto com escolas de Santa Maria, que fazem excursões com suas alunas e alunos para conhecerem a coleção existente nesse espaço da Universidade. “Nós vínhamos numa crescente de visitações e esse ano terá uma diminuição nos números, porque não temos mais a recepcionista que cuidava do livro de assinaturas quando as visitas aconteciam”, reitera o diretor. Além disso, comenta que “foram demitidos quatro vigilantes, o que reduz a nossa capacidade de cuidar as pessoas que entram e saem daqui”.

O abalo que está sofrendo o órgão é o mesmo vivenciado pela UFSM como um todo e decorre do corte de recursos que a instituição vem sofrendo desde 2015, mas que se agravou em 2017. Na quinta, 28 de setembro, conforme divulgado pelo jornal Diário de Santa Maria, a UFSM revisou contratos com empresas terceirizadas, o que ocasionou a demissão de mais 92 funcionárias e funcionários terceirizados. Em abril, 66 vigilantes haviam sido desligados da Universidade e, em maio, outros 120 funcionários da limpeza, das portarias e recepções também foram dispensados pelas terceirizadas. Excetuando da conta os 52 trabalhadores que foram demitidos pela Ebserh – empresa que gere o Hospital Universitário, a Universidade já sofre com a redução de cerca de 280 postos de trabalho.

Educação ambiental

Jardim Botânico é o responsável pela arborização da UFSM. Foto Fritz Nunes

O Jardim Botânico trabalha com recursos reduzidos anualmente. Apesar disso, consegue suprir suas próprias demandas fazendo o reaproveitamento com madeiras e demais materiais. Centrado na educação ambiental, o grupo responsável pelo Jardim prioriza o suprimento da Universidade em seus três eixos: ensino, pesquisa e extensão, com prioridade na questão da preservação e conservação principalmente da fauna local.

Apesar dos cortes de recursos, o diretor, Renato Záchia, acredita na necessidade de transformar o Jardim Botânico em um espaço que esteja inserido no cotidiano dos estudantes do campus, de modo que não só os cursos das Ciências Biológicas, da Agronomia, da Farmácia, da Engenharia Florestal utilizem-no.

Além do prédio já construído e ainda não inaugurado, existe o projeto de construção de salas de aulas e laboratórios que desafoguem o Centro de Educação e “que possam transformar as aulas em processos mais dinâmicos, em que os alunos consultem a teoria e tenham acesso à prática mais proximamente”, ressalta o diretor.

Ademais, o Jardim Botânico é o responsável pela arborização da UFSM, com mais de 800 mudas cedidas à Universidade somente em 2016. “A gente produz pouco material com maior diversidade. Em vez de produzir dez mil mudas de Ingá, por exemplo, a gente produz 100 mudas de Ingá, de Pitanga, de Louro, de Cedro, no sentido de aumentar a diversidade de espécies no campus”, conta.

Há 36 anos na Universidade, o Jardim Botânico teve início com poucos operadores, mas dado o seu crescimento a demanda por trabalhadores aumentou. Hoje, o espaço conta com viveiros de plantas medicinais, além de plantas carnívoras, bem como árvores da mata atlântica, espécies locais e, por último, uma sala de compostagem.

Segundo Záchia, tinha-se bastante gasto, mas isso diz respeito à visão que a Instituição tem de um espaço como o Jardim Botânico. “O contexto de dez anos atrás não é o mesmo de agora e não poderíamos regredir nesse sentido, porque hoje oferecemos um serviço público para a comunidade, tanto por visualizar a natureza como bem público, como por fazer os trabalhos de aproximação com a comunidade em geral para trabalhar a questão da preservação da biodiversidade e da educação ambiental”, reitera.

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