Caos aéreo. Companhias grandonas, um mês depois de Congonhas, já põem manguinhas de fora
Uma coisa é certa: a responsabilidade pela situação de caos no setor da aviação brasileira tem como titular o governo. Não apenas este, mas os anteriores também. E ele não pode se omitir neste momento. Como já aconteceu antes, inclusive em administrações anteriores. Ou alguém lembra como se construiu Cumbica, agora a salvação da lavoura, e que foi edificado na região metropolitana de São Paulo? Só para ficar num exemplo.
Falcatruas na empresa que administra os aeroportos, a Infraero, que tem o controle estatal, e que normalmente serviu apenas de cabide de emprego, são parte do problema. Leniência na hora de nomear integrantes da Agência Nacional da Aviação Civil é outra bela contribuição governamental. Que não pode ser deixada de lado.
Mas, e aí, no caso específico da agora famosa ANAC, não é demais lembrar que toooooodos os nomes foram sabatinados e aprovados pelo Senado – que igualmente não pode deixar sua responsabilidade passar como se não existisse. Sim, existe.
Só para ficar no ente público (haveria outras questões que poderiam ser anotadas) fiquemos por aqui. Mas há um dado que parece de repente ter sido esquecido: a sanha do lucro das empresas aéreas. São elas que forçaram a superlotação de Congonhas, cobrando (e levando) do governo e da ANAC que lá fosse uma espécie de entreposto humano – com o perdão da expressão. Tudo por conta da necessidade do lucro extremo, para além da segurança. Nunca é demais lembrar o primeiro mandamento da TAM, a companhia da tragédia de Congonhas: o lucro vem antes de qualquer coisa. Pois é.
Mas,faz um mês nesta quinta-feira, 17, que morreram 199 pessoas no aeroporto, e suas proximidades, paulistano. E TAM e Gol – as duopolistas do transporte aéreo civil brasileiro – já estão pondo suas manguinhas de fora. Falam do preço da tarifa, que vai aumentar (o lucro acima de tudo), das dificuldades para cumprir isso ou aquilo, etc, etc. E etcetera. Bem, caro professor Nelson Jobim, só resta pedir: não se micha. Ou também terá muito a perder, politicamente.
As empresas precisam, sim, lucrar. Inclusive para reinvestir. Mas não sobre corpos humanos. E o governo tem que cuidar disso. Quem o representa, hoje, é o ministro da Defesa. E ponto, como ele diria.
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